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31/01/2012

Embutecamento Aculturado: Revistas Caracol, Ninguem Presta!, Versus




Confirmado o "Embutecamento Aculturado: Revistas Caracol, Ninguem Presta!, Versus" : será no dia 10/02/2012, uma sexta-feira (Qlaro!) a partir das 19:00,  Rua Nestor Pestana, 47, quase esquina com a Rua da Consolação. Desculpa cultural pra  encher a lata e falar um monte de bobagem pseudo-cultural.



Num esforço de marketing, estaremos fazendo o lançamento de três Zines: A estréia da Versus, o numero (ih, não lembro) do Ninguém Presta do Ian o Da Rocha e do segundo do Caracol, da dupla de caracóis-humanos Felipe Tognoli e Ian... é aquele mesmo. O lance vai ser no esquema socialista-pequeno-burguês: cada um paga sua conta.

Localização: http://maps.google.com.br/maps?q=Rua+Nestor+Pestana,+47,+S%C3%A3o+Paulo&hl=pt-BR&ie=UTF8&oq=Rua+Nestor+Pestana,+47&hnear=R.+Nestor+Pestana,+47+-+Rep%C3%BAblica,+S%C3%A3o+Paulo,+01303-010&t=m&z=18



Policia Militar, Rita Lee e a Imprensa


O que diferencia um Policial Militar de um artista? Não, não vou fazer aqui um discurso inflamado contra a PM. Inflamado, desgastado, rancoroso e mal-cheiroso como muitos que tenho lido nos últimos tempos. Em todas as situações onde existe a presença policial o relato é sempre favorável ao outro lado. Claro que existe em muitos casos exageros por parte de policiais, mas nem sempre é dessa parte que existe o abuso, ou não apenas dela. 

Em principio, respondendo minha própria pergunta: Nenhuma! Ambos são seres humanos e trabalhadores. E ambos merecem respeito! O trabalho de um é o dar entretenimento, a cultura ao publico. E o do outro, manter a ordem, protegendo esse mesmo público. Ambos tem por "patrão" o mesmo. Um é mantido diretamente através da venda de discos, livros, ingressos de shows, etc. O outro, indiretamente, através dos impostos.

Então, coloco outra pergunta: no que um é melhor que o outro? Ah, um usa farda, coturno, quepe... O outro roupas e adereços coloridos. Um tem que usar cabelos curtos o outro pode usar cabelos longos. O instrumento de um é uma arma de fogo, do outro instrumento musical. (Esta parte ficou bonitinha, né?!) Cada um com seu instrumento, cada um com seu papel, seu dever, sua obrigação perante aos mesmos senhores.

Mas então começam as diferenças. Aliás, somos todos diferentes, sim. Essa coisa de que todos são iguais perante a lei é balela político-jurídica, uma mentira que só existe na Constituição. Seres humanos são biologicamente diferentes, mas alguns são mais diferentes que os outros, numa troca de palavras, mas não de sentido à frase de A Revolução dos Bichos, de Orwell.  Mas então, se temos a lei a ser cumprida, e baseando-se no fato que todos são idênticos perante ela, temos que incluir a todos, e isso não exclui nenhuma das partes, neste caso nem Artistas nem Policiais.

Esse discurso contra a Policia Militar talvez remonte até historicamente de antes, mas o uso que o Golpe Militar de 1964 fez da corporação, usando-a para coibir passeatas de protesto e outros atos "perigosos ao Regime" decerto tem muitos reflexos ainda numa mídia que finge ser de uma esquerda que não existe há muito no mundo. A Ditadura Militar acabou, a anistia protegeu e escondeu torturadores sem farda, mas as PMs ficaram estigmatizadas perante uma população abandonada pelo estado, tão refém da bandidagem, que em muitos casos preferiu estar do lado que quem estava mais proximo à ela, no caso os “bandidos”. E porque somos uma população formada basicamente por pessoas que acham que  "o bom é ser mau". Um povo violento e mau caráter na essência só pode ser estar no lado oposto ao policial.

O problema dessa mídia estúpida e comprometida, é que nunca é parcial numa cobertura que tenha a participação da Policia Militar. Mesmo que haja excessos e extrapolações de direitos, exageros, o que é sempre destacado são os de parte da Polícia, nunca do outro lado. Isso acirra os ânimos em todos e eles fingem estar do lado pobre da força. Qualquer estudante de jornalismo aprende que ele não deve ser parcial e sua cobertura deve ser isenta de paixões, mas na prática isso nunca ocorre. Porque a grande mídia é hipócrita ou comprometida? Os dois!

Não vou ficar citando casos e casos onde tais fatos ocorreram, mas vou citar, como ilustração deste texto, um fato que não gerou mortes nem maiores conseqüências, mas que envolvem Artistas X Policia, com uma pitada de hipocrisia e jogo de interesses no meio.

No domingo, dia 29 de Janeiro de 2012, a cantora Rita Lee se apresentou na cidade de Aracaju, no que foi marcado como ultimo show de sua carreira. As informações são meio desencontradas, mas ao consegui entender foi que, incomodada com a presença de Policiais Militares em seu show, a cantora, de 67 anos. Ao avistar policiais na platéia, declarou que não os queria em sua apresentação. "Vocês são legais, vão lá fumar um baseadinho." E que ao se aproximar do palco, os policiais foram xingados pela cantora de "cavalo", "cachorro" e "filho da puta". Ao final da apresentação a cantora foi levada à delegacia onde ficou detida para a elaboração de um boletim de ocorrências, e liberada após a interferência da Vereadora Heloisa Helena. 

Em nenhuma das fontes que consultei cita qualquer tipo de abuso ou arbitrariedade por parte dos PMs, mas então porque a mídia tomou partido de Rita Lee? Porque chamaram isso de "atitude rockeira" e coisas do tipo. Então pergunto: fosse um grupo de garotos da periferia de São Paulo, local que ela tanto odeia, formando um grupo de RAP que tivesse atitude idêntica, a repercussão, a indignação e as lástimas seriam as mesmas? Talvez mesmo a PM não tivesse sido tão gentil e provavelmente não teriam esperado acabar o show e teriam descido a borracha nos artistas. E será que os portais de Internet e emissoras de TV teriam noticiado e feito tanto alarde?  Porque Rita Lee deveria então ser tratada de forma diferente? Que atitudes os policiais deveriam ter tomado? Subido no palco, beijá-la e fumar maconha com ela? Dar um buquê de flores com a faixa "Nós, burros e cavalos amamos a Rainha do Rock"?? É isso? Esta senhora acha que é imune a Lei, tanto quanto a outra senhora, Dona Marta que achou que não tinha que passar pelas mesmas normas dos mortais num vôo internacional? É isso?

Aliás, falando de "senhoras", uma das coisas mais ridículas nessa história foi o comentário postado no Facebook por Roberto de Carvalho, marido de Rita Lee: "Estou lendo atentamente o Estatuto do Idoso. Me parece que conheço alguém cujos direitos ali assegurados foram desrespeitados. E muito." Ah, Roberto de Carvalho, me poupe, mas é apenas neste ponto, quando julga que seus direitos foram desrespeitados é que a Lei lhe interessa? A Lei só serve quando lhe favorece, senão seus representantes são "cavalos e filhos da puta"? É bem típico da elite artística do Brasil que se acha revolucionária, mas não passa de um bando de arruaceiros agindo apenas de acordo com os próprios interesses.

Um dos sites que consultei dizia que ela podia tudo, porque era "Patrimônio Cultural do Brasil"... Porra, estamos muito mau mesmo, de patrimônios e de cultura. 

Luiz Carlos Barata Cichetto, escrevendo diretamente daquilo que Rita Lee chamou no Twitter de "o cú d onde sai a bosta do cavalo do bandido", região de Itaquera, Zona Leste de São Paulo, onde o poder público em lugar de escolas, plantou com nosso dinheiro um estádio para favorecer o time de Futebol dela. A revelia dela sim, que preferia que fosse em Cidade Jardim, onde ela também balança as jóias.

Nota:
A foto que ilustra este post foi postada no Facebook na tarde de segunda por Roberto de Carvalho.

Em Tempo:
Comentário postado no site O Esquema, de Aracaju:
31 de janeiro de 2012 às 9h46
"Estive no show. Sou fã da Rita, acompanho ela desde sempre, mas a atitude dela foi desnecessária. O show era público, a polícia tava fazendo o de sempre: tirando os baseados dos moleques. Não vi agressão, só uns meninos perdendo os baseados deles. Quem tava lá percebeu que a atitude dela não condizia com o que estava acontecendo. Não sei o que houve, talvez um surto, reminescente da ditadura, sei lá. Como pai, entendi o que Déda quis dizer: imagina se um policial desses reage (depois de tanto ouvir ser xingado de filhodaputa e cachorro) e puxa uma arma? Rita foi irresponsável: pensou no Grand Finale, mas não se preocupou com os fãs (os não-fumantes da erva também)…”

http://www.oesquema.com.br/trabalhosujo/2012/01/30/marcelo-deda-rita-lee-e-a-pm.htm

30/01/2012

Um Outro Aspecto da Questão MP3

Luiz Carlos "Barata" Cichetto



Em um outro texto, comentei sobre os aspectos inerentes a "download", MP3, pirataria e aspectos similares. Claro que tal assunto é extremamente complexo e tenho até a obrigação de buscar a análise, intentando que um dia cheguemos a alguma conclusão lógica, racional. Não defendo nenhum dado em prol das corporações, das gravadoras, editoras e industria cinematográfica. E neste artigo em particular, também deixo de lado os artistas milionários, detentores de 40 carros e cinco mansões em Holywood, pois quando chega a tal patamar, um artista deixou de sê-lo há muito tempo. Existe um limite entre a recompensa pela arte e ficar milionário vendendo arte, e esse limite é a diferença entre a sobrevivência e a ganância.

É necessário que eu faça um retrospecto pessoal para fique bem claro que não estou aqui escrevendo embasado em cima de elucubrações teóricas e textos mal informados e distorcidos postados em redes sociais e "enciclopédias abertas". Comecei a escrever ainda na pré-adolescência, no principio dos anos 1970. Desde então, embora muita coisa tenha se perdido, sobraram ai meio milhar de poemas e uns dois ou três milhares de crônicas e ensaios. Conheci Internet em 1995, quando era ainda restrita aos ambientes universitários. Sequer um provedor particular existia. Fui um dos primeiros clientes do UOL, o primeiro do Brasil (a Mandic era apenas uma BBS), no final de 1996. Em principio de 97 criei um site, hospedado em um dos únicos hospedeiros gratuitos. O piloto do que veio a ser, um ano depois A Barata, que até hoje (mas não sei até quando) está no ar. E esse site fez escola, posso afirmar sem receio de parecer prepotente. Muitas cópias e "inspirações". A maior parte não durou muito, outros mudaram de tendência e enfoque, "acompanhando os tempos". Em A Barata, surgiram inúmeros projetos, sempre criados por mim, como o de publicar indistintamente textos de todos que enviavam. Nessa mesma época, no ultimo ano do milênio passado (aff, quanto tempo...) desenvolvi a idéia de criar sites para bandas e colocar dentro de A Barata. Ah, sim... Isso foi bem antes de a Microsoft criar o My Space. Muitas, mas muitas mesmo, bandas tiveram seus sites ali, criados e hospedados por mim, gratuitamente na maior parte. Nos primeiros anos do milênio, passei a organizar eventos culturais que juntavam Rock, poesia e outras formas de arte. E conseguia arrastar muita gente a eles. As pessoas apareciam, compravam livros, camisetas, discos. Juntávamo-nos e bebíamos e falávamos. Lancei a Revist'A Barata também nessa época. E assim eu conseguia ao menos (e apenas) pagar a hospedagem. As pessoas interagiam com as ProvocaAções Baratas, compareciam pessoalmente e até reconheciam o papel desempenhado. E embora eu nunca tenha ganho realmente nenhum dinheiro, eram o ganho cultural e a sensação de estar cumprindo meu papel, o meu lucro.

Mas, com o surgimento dos Blogs e a popularização do MP3 e do My Space, as coisas foram mudando... Os blogs eram gratuitos e, mais que isso eram individuais. Era em principio uma ótima forma de jornalistas, poetas, escritores e demais artistas terem uma forma de exposição e principalmente sem depender de ninguém... E o que era melhor, totalmente gratuita. E foi ai que inaugurou-se uma nova era das artes e comunicações, pois com a facilidade de acesso e uso desses blogs as coisas começaram a ser niveladas por baixo. Muita gente sem a menor cultura, sem a menor capacidade de escrever sequer uma receita de bolo passou a se considerar, poeta, escritor, jornalista... Artista... E o que foi pior ainda, foi que esses blogs, juntamente com a popularização do MP3, criaram a cultura do "Tudo Grátis".  Criaram a cultura “Faça Você Mesmo Que Não Saiba Merda Alguma” e o resultado disso: uma horizontalização onde em uma ponta estavam os mesmos de sempre, grandes corporações manipulando a cultura pré-concebida, e na outra todos os outros, misturando os que tinham com os que não tinham qualquer mínima capacidade em produzir algo com o mínimo de qualidade. Um celeiro onde ficou mais difícil separar o trigo do joio. Um palheiro onde tinha mais agulhas que palha.

(Antes de continuar, não quero agora parecer que estou mudando de opinião com relação ao que escrevi anteriormente, pois não sou contra o compartilhamento gratuito de informações e cultura, apenas neste texto procuro coloco uma outra abordagem sobre o assunto.)

E essa cultura passou a prevalecer sobre qualquer outra, justa ou injusta, moral ou imoral, legal ou ilegal. E as pessoas passaram a baixar qualquer coisa, quilos e quilos de musicas que nunca escutaram, quilos e quilos de livros que nunca leram e etc. Uma das primeiras edições online da Revist'A Barata teve quase 100.000 downloads... E dois (isso, apenas dois) comentários sobre o conteúdo. Quando as coisas são gratuitas, todos querem, mas não pelo que ela é, boa ou ruim, interessante ou não, certa ou errada... Querem... Apenas porque é gratuita.  E tomem então milhares de quilobytes de download sem nenhuma utilidade. E é este o ponto onde quero chegar: É ótimo compartilhar cultura quando este compartilhamento tem algum propósito, senão o de fazer vendedores de HD mais ricos, com tanto espaço que nunca será aproveitado. E as pessoas passaram a baixar tudo que aparecia pela frente, numa competição vaidosa com os amigos sobre a quantidade de gigabytes baixados. Escutar essas musicas? Ler esses livros? Assistir esses filmes? Não ninguém tinha tempo pra isso, pois o tempo era utilizado para baixar mais filmes, livros, musicas...

Os próprios blogs de download, alguns ao menos, se ressentiam da falta ao menos de um comentário de quem baixava algo ali gratuitamente... Mas também não dava tempo. E essa cultura do "Tudo Grátis" começou a minar a industria  e o comercio da arte... E principalmente a desanimar os artistas... A idéia de que o download gratuito seria bom para um artista ficar conhecido foi também desmascarada.

Mas de fato o que ocorre é a chamada briga de cachorro grande, pois se de um lado perde muito dinheiro a industria e o comércio de cultura, ganha muito dinheiro as empresas ligadas à informática, como a Google, dona do mais popular sistema de blogs. E ai entra também a mesma questão colocada no outro artigo: de que forma ganham dinheiro com blogs? (desculpem a ignorância, é apenas uma pergunta). Ganha muito também a industria eletrônica, criando aparelhos cada vez mais simples, baratos e populares usando da tecnologia do MPEG Layer 3. Atualmente até geladeira é vendida com função para escutar musica usando tal tecnologia. E nessa briga quem ganha eu não sei. Mas tenho uma parca impressão sobre quem perde.

E finalizando mais um capitulo em busca de um debate sobre essa questão, coloco apenas uma informação: tecnicamente, baseada nos padrões de compressão de áudio usados no MP3, o que escutamos é apenas em torno de 10 a no máximo 20 por cento do áudio original. Em palavras mais simples: a qualidade musical vai pras picas. Mas acham que quem quer apenas pegar qualquer coisa que seja de graça está mesmo preocupado com isso?   

Idéias São à Prova de Que Mesmo???


Idéias podem ser à prova de balas, mas não a prova de falta de dinheiro, compreensão e participação! Obrigado aos amigos, pouquíssimos, que participaram e à grande maioria de omissos e desinteressados, tenho apenas a falar: obrigado por mostrarem - eu queria mesmo estar enganado -, que coisas relacionadas à cultura não interessam mais, e que o egoísmo, a vaidade e a preguiça são o trinômio divino que rege a humanidade. E jamais escrevam bobagens nas redes sociais reclamando da falta de cultura. Deixem de ser hipócritas. Façam o seguinte: paguem 500, 1.000 reais para o show do Roger Waters... Ou do Belo, eu pouco me importo... E sejam felizes! Eu tentei, dei meu tempo, dinheiro, trabalho, criatividade e suor. Tentei criar um espaço onde as pessoas pudessem participar de forma ativa e criativa. Mas fiquei bradando no deserto feito um imbecil, sonhador... Sinto agora a falta de um órgão essencial, sinto a falta de mim mesmo... Prefiro matar agora meu sonho a deixar que anorexia o transforme numa massa disforce.  E quanto às minhas idéias, elas continuarão a brotar, continuarão a ser vomitadas... Mas apenas aprendo a lição. Mais uma lição de uma faculdade cujo único diploma é a certidão de óbito, a Faculdade da Vida: meu sonho, mesmo que possa envolver a humanidade, é apenas meu. E ninguém, vai mesmo compartilhar dele. Obrigado pela sua audiência! E descansem em paz!

Luiz Carlos Barata Cichetto 
30/01/2012
"Suas idéias sucumbiram à vocação de decorar estantes, pois é para isso que se investe nas idéias dos outros: para decorar nossas estantes pessoais. Mas geralmente não pagamos para entrar em guerra." - Dr. André Bressan (Publicado no Facebook, a respeito).
"Declaração de Propósitos" da KFK Webradio: 
"Estão abertas as portas da percepção, estão criados os caminhos e as formas. Os meios justificam os fins, e estes por si próprios se justificam. Sem rodeios, sem cavalos, sem nomes. Rótulos são para produtos, abjetivos para dicionários. Abrimos as porteiras para que estoure a boiada cega, surda e muda. Lágrimas são para covardes e hipócritas, risos para os tolos. A arte busca a liberdade e dela se alimenta, da necessidade nasce o artista mas não a puta. Da paixão nasce a vida, e da morte a mentira. Do desejo é que nasce o sonho e dele é que a vida se alimenta. Declaro neste momento, 1º de Abril de 2011, inaugurada a KFK Webradio: interrogações, mutações, metamorfoses e um pouco de música sem rótulos. "





O Preconceito e a Intolerância Ignorante


Luiz Carlos Barata Cichetto



Em "1984", publicado em 1945, o escritor George Orwell mostra uma sociedade totalitária, dominada por uma "entidade" hamada Big Brother, onde o simples ato de pensar (o "crimidéia) era passível de penalidades severas. As palavras são reduzidas e propositalmente eliminadas a fim de diminuir a capacidade de pensamento e raciocínio das pessoas. 

O livro "Farenheit 451", Ray Bradbury, publicado poucos anos depois nos conta sobre a forma como um sistema totalitário usa bombeiros para queimar os livros e eliminar seus possuidores. Ao longo dos tempos a humanidade sempre conviveu, na ficção ou na realidade com governos totalitários que desejaram eliminar a capacidade de raciocínio lógico e abstrato das pessoas, o que afinal é o que teoricamente nos separa dos animais. Por trás desse infame desejo sempre o eterno desejo de dominação e poder. 

Livros como os citados acima, e ainda outros como “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, “A Revolução dos Bichos”, do mesmo Orwell, “Laranja Mecânica”, de Anthoy Burghess e outros tantos, nos contam sobre isso: estados totalitários que dominam a força, usando métodos truculentos para dominar. De uma forma geral, a tortura, o assassinato e o sequestro são as formas mais utilizadas pelos dominantes para impor seu desejo.

Na obra de Orwell, pessoas que eram pegas cometendo "crimideia" simplesmente tinham todas as referencias á sua pessoa eliminadas, o que fazia com que simplesmente elas nunca oficialmente tivessem existido. Já na de Bradbury, livros eram queimados e seus donos "desaparecidos". Sempre um estado totalitário, violento, truculento ao extremo. E durante muitos e muitos anos a realidade sempre foi dessa forma. A violência física.

As ditaduras, militares ou não, sempre impostas à bala, implantadas à força e à revelia da “maioria”, mataram, torturaram e sequestraram muita gente. E sempre o alvo maior eram os seres pensantes, os que liam e portanto, com base no conhecimento que gera a ação, as maiores vítimas. Falando bem de perto, a Ditadura Militar imposta no Brasil a partir de 1964, que se supõe (supõe, eu disse) terminada em 1984, matou, aleijou e sequestrou escritores, músicos, cientistas, atores, enfim uma classe de perigosos seres pensantes.

Mas a tortura, o sequestro e a morte deixam marcas, mancham de sangue e desgastam, e era preciso encontrar uma forma de dominar sem tal desgaste. Nos livros citados, sempre existia a figura da oposição, como o Winston, de 1984, ou Montag de Farenheit, que de inicialmente parte desse sistema, se rebelam contra ele. São os heróis dessas histórias... 

Mas a realidade não permite heróis e as armas que os dominantes descobriram são muito mais poderosas que espadas, porretes e "paus de arara". E não deixam marcas físicas. Grades de ferro, fechaduras, paredes, guardas armados, fardas, enfim são elementos que nos remetem diretamente ao conceito de prisão. O cerceamento da liberdade de locomoção, e o confinamento do espaço, a tortura física são elementos que não deixam duvidas sobre o que representam. Mas é uma forma desgastante e dispendiosa. E dispendiosa é a coisa que os donos do poder mais detestam. 

Eles estão pouco se lixando para ideologias políticas, poesia e arte... A não ser que possam ganhar com isso. Então, quais são as formas mais eficazes de dominação? A mais eficaz de todas é a ilusão. Mas não aquela ilusão das mágicas de circo, mas a ilusão da liberdade. Se o ser humano tiver a ilusão da liberdade fatalmente vai acreditar nisso e lutar por ela, mesmo que de fato saiba que realmente ela não existe de fato. Então criam formas ilusórias de liberdade e tornam assim desnecessárias as grades, as fardas e os guardas. E a tortura fica por conta do auto-flagelamento que cada um impõe a si mesmo para manter uma liberdade que ele acreditar ter.

B.F. Skinner é o autor de um livro que pode ser considerado de caminho inverso aos aqui citados no inicio, chamado "Walden II - Uma Sociedade do Futuro", que mostra uma sociedade perfeita, igualitária e humanista, que abomina qualquer tipo de competição, mesmo as esportivas, partindo da constatação de que é qualquer tipo de competição o que separa os seres humanos. Nesse livro, todos os conflitos foram resolvidos e as pessoas coabitam de forma pacifica, numa sociedade igualitária. Mas ele próprio é autor de um outro livro chamado "O Mito da Liberdade", onde coloca a questão que a Liberdade não existe de fato no mundo real, é ilusória ou transitória. Efêmera e mentirosa tal como um outro conceito, o da Felicidade. No máximo a Liberdade é um conceito pessoal e intransferível.

E foi baseado nesses conceitos efêmeros de Liberdade e Felicidade que os poderosos criaram o atual estado de dominação "limpa". Mas, sabendo que uma ilusão precisa de "fatos" para que se mantenha funcionando, deflagraram a parte dois. E no que consiste tal parte? Todos conhecem a máxima militar de que a melhor forma de destruir um exército poderoso é "de dentro pra fora", ou seja, plantar dentro dele a discórdia, a ambição e a vaidade tornando-o assim frágil e "quebradiço". É o "dividir para conquistar". Muitos grandes "conquistadores", historicamente se valeram disso e obtiveram sucesso. Ao menos temporariamente.

E de que forma os conquistadores modernos usam tal estratégia, aprendida com as táticas militares e apreendida por profissionais de marketing? Separando, criando rótulos e divisões, acirrando ânimos baseados em cor de pele, preferência política e cultural, entre os dominados. Assim, enquanto preocupados e ocupados com disputas entre si, por questões como essas, são presas fáceis da manipulação. Acham mesmo que os dominantes estão interessados se somos brancos, pretos, beges, roxos ou cinzas? Se somos comunistas, católicos, protestantes ou palmeirenses? Acham que estão preocupados se gostamos de Rock ou de Pagode? Se nos matamos com drogas, legais ou ilegais? Acham que se preocupam se apodrecemos nossos pulmões com cigarros ou os fígados com bebida? Claro que não! O que importa é que não tenhamos um pensamento uníssono e igualitário, que nunca estejamos unidos e assim longe, muito longe de suas gargantas e olhos. 

Então, o "Politicamente Correto" e a "Sustentabilidade", são as peças do jogo da moda. E os mesmos que criaram o preconceito, que entulharam de lixo o planeta, querem nos fazer acreditar, que somos nós e não eles os culpados. Acirram o ódio entre nós em função de cor de pele, opção sexual, cor dos olhos e qualquer fator físico ou psicológico que nos diferenciam e depois colhem os lucros. Nos instigam a reagir brutalmente contra até mesmo uma ingênua piada que tenha conteúdo que envolva qualquer um desses elementos, nos fazem sentir culpados por hábitos e costumes que eles mesmos criaram. E assim nos afastam uns dos outros, nos separam e nos aniquilam. Nos dividem em cidades, paises, continentes, e assim nos separam do Universo. Nos separam por cor, credo, ideologia, gosto e assim nos separam da essência verdadeira. 

E nesta história não existem heróis que de dentro se rebelam. E nessa história não há a recompensa pelo sangue, porque não há sangue derramado, apenas a consciência humana que escorre pelos ralos e se perde em meio à merda. Não nos querem mortos, aleijados e torturados, nos querem bem vivos para que trabalhemos e consumamos tudo aquele que querem para manter seu poder e enriquecer ainda mais.

Eles nos apequenam para sua pequenez pareça grande, nos subjugam para que deles necessitemos sempre mais. E nos fazem sentir uma liberdade falsa que nunca teremos. E pense que as leis, as regras e todas as formas de escravidão verdadeira foram e são feitas para que todos nós, independente da cor da pele ou do cabelo sejamos escravos. E que dominadores não são negros, nem arianos, nem amarelos... Apenas dominadores!  Só é livre aquele que é senhor de si!

Ademais e finalmente, não pertenço a nenhuma raça, a não ser a humana; não tenho nenhum credo, a não ser na Humanidade; e minha ideologia é a anarquia da anarquia. 

E infelizmente estamos num mundo em que ter idéias é perigoso, além de não ter valor algum... E eu sofro, como muitos (nem tantos...) com o maior de todos os preconceitos... O da intolerância ignorante! 

28/01/2012

Direitos Autorais, ACTA e A Vaidade dos Artistas

"Não basta que todos sejam iguais perante a lei.
É preciso que a lei seja igual perante todos”
Salvador Allende




Negociado secretamente por um pequeno número de países ricos e por poderes corporativos, o Acordo Comercial Antipirataria (ACTA), pode permitir que as corporações censurem a Internet dando poder para que interesses privados policiem tudo que fazemos online e imponham enormes penalidades, incluindo sentença à prisão, de pessoas que julgarem estar afetando seus negócios. As rigorosas regras significam que pessoas em qualquer lugar do mundo poderão ser punidas por atos simples como compartilhar um artigo de jornal ou enviar um vídeo de uma festa que possua uma música sob direitos autorais. Vendido como sendo um acordo comercial para proteger os direitos autorais, o ACTA pode também banir medicamentos genéricos que salvam vidas e ameaçar o acesso de fazendeiros locais a sementes que eles precisam. E, espantosamente, o comitê do ACTA vai ter carta-branca para mudar suas próprias regras e sanções sem controle democrático.

O ACTA é negociado em sigilo desde 2007, à margem da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, órgão da ONU. Em 2004, o órgão teria ensaiado uma revisão das leis internacionais de propriedade intelectual, na tentativa de buscar uma relação menos desigual entre os diretos dos detentores de propriedade intelectual e os do conjunto da sociedade. Lançado por Brasil e Argentina, esse movimento institucionalizou-se na forma de uma “Agenda do Desenvolvimento”. Em janeiro de 2010, na última série de conversações a respeito, o Brasil apresentou oficialmente uma proposta de “exceções aos direitos de patente e limitações à propriedade intelectual”. A Índia e outros países emergentes também já se manifestaram contra o ACTA.

Recentemente, o deputado francês Kader Arif, membro do Parlamento Europeu e relator do processo do ACTA pediu demissão após o anúncio da assinatura. “Quero denunciar o processo que levou à assinatura desse acordo: sem a participação da sociedade civil, com falta de transparência desde o início das negociações, sucessivos adiamentos de sua assinatura sem que fossem dadas explicações e descartando as reivindicações do Parlamento, expressadas em muitas resoluções”, disse em comunicado.

Nunca, na história da humanidade, a informação foi tão acessível e tão extensiva, como na era da Internet. Uma gigantesca e democrática biblioteca  como intelectuais e pensadores sempre sonharam. Mas, historicamente os detentores do poder sabem que manipulando a informação, manipulam as pessoas de uma forma muito mais eficaz do que em qualquer ditadura militar. Os controladores, acostumados em deter os meios de informação, manipulando fatos, criando modas e costumes, delimitando territórios, mantinham assim suas fortunas e, principalmente, seu poder. É claro que não interessa a esses grupos que as pessoas interajam, compartilhem informações e criem suas próprias idéias e soluções.

Depois de uma pressão mundial por parte inclusive de gigantes como a Google e a Wikipedia, os políticos americanos abandonaram a votação da SOPA, que, ainda que de forma menos abrangente, tinha as mesmas bases cerceadoras do ACTA. A mim, a SOPA era apenas uma cortina de fumaça para disfarçar o real intento, o real objetivo, que era o ACTA.

À guiza de combater "pirataria", esses acordos tem o claro objetivo de cercear a liberdade de difusão de idéias, ameaçando qualquer cidadão comum de cadeia em casos mais simples, como o de dispor na rede um vídeo caseiro de uma festa de aniversário onde uma musica de fundo pode ter direitos autorais. Em outras palavras, o próprio conceito de pirataria está sendo pirateado.

Andei lendo muito nos últimos dias sobre a manifestação de artistas pró e contra, nessa questão. É uma enorme discussão sobre direitos autorais, e os fundamentadores desses ataques contra a liberdade usam da vaidade dos artistas, atacando-os naquilo que eles tem de mais precioso, seu próprio ego, para aliciá-los. Falando sobre a questão de músicas, que é a mais cogitada e argumentada nessas discussões nas redes sociais: um músico é um trabalhador feito outro qualquer e assim sendo tem o direito de sobreviver com o fruto de seu trabalho. Claro, correto. E esse fruto, no caso deles, se dá em três frentes básicas: 1 - Venda de discos; 2 - Cachês de shows e apresentações publicas, como TV, etc.; 3 - Venda de vídeos de shows... Correto! Antes do advento da Internet e particularmente do MP3, os músicos ganhavam seu 1% da venda de um disco e ninguém reclamava, pois a venda do disco puxava o publico para os shows e para a venda de videos... E o ciclo se mantinha eternamente. As gravadoras e produtores ficavam com seu quinhão fabuloso e todo mundo era feliz. Se alguém queria escutar um determinado disco, ia a uma loja e comprava. Todos felizes e sorridentes nessa linha em que de fato, o publico consumidor mantinha milionários os donos de gravadoras, os donos de lojas de discos e os próprios artistas. Artistas esses que muitas vezes trabalhavam gravando um disco a cada um ou dois anos e amealhava um bom dinheiro sentado na sala de casa esperando o cheque. Mas, com a popularização da musica, através de ferramentas como o MP3 ocorreu a queda de vendas de discos e os artistas tiveram que começar a trabalhar um pouco mais, fazendo shows, botando o pé na estrada. E muitos não gostaram nada disso.

Quando leio declarações de músicos falando que do jeito que as coisas estão indo eles vão morrer de fome, não terão dinheiro para gravar outros discos e por ai, acho engraçado. Claro que nesse ponto temos que separar certas coisas. Existem dois tipos de artistas: os que fazem "sucesso" e vendem discos. E os outros. Os que fazem "sucesso", independente do estilo, estão todos milionários, com ou sem MP3, com ou sem compartilhamento de arquivos pela Internet. Outro dia li uma matéria que falava que um musico do Pink Floyd, uma das bandas mais cultuadas do Rock, tem 40 carros... John Lennon morava no prédio mais caro de Nova Iorque e tinha um apartamento lá só para guardar casacos de peles. E com que dinheiro isso tudo? Claro, com vendas de discos... Aquela sequência lógica que escrevi acima. Ah, mas e os outros? Ah, os outros são os outros: musicos que por opção ou incapacidade não estão dentro do "mainstream"  e sempre, mais uma vez: com ou sem MP3, estão ferrados, sempre foram e sempre serão duros e fudidos. E o que os faz defender o "status" das gravadoras é simplesmente o sonho vaidoso de um dia fazer parte desse esquema de "sucesso"... E também ganhar muita grana. Por isso, defendem com unhas e dentes essa situação. Claro, que ai também há "outros" e "outros". E existem "outros", que entendem que essa difusão de informação pode significar uma outra forma de fazer seu publico conhecer seu trabalho, por exemplo. Ou que temos que aproveitar esse momento para encontrar uma solução em que não seja mais o publico consumidor o único a bancar a conta.

Na verdade e de fato, estamos todos diante de uma questão que ainda não tem um conceito formado. De um lado, os detentores do poder econômico, tentando manter seu "status" e de outro o resto do mundo. E no meio uma parcela dos artistas, egoístas e vaidosos. E apenas para tentar arejar um pouco, ou colocar mais água nessa fervura, queria colocar uma discussão sobre o que seria "pirataria": um pirata abordava um navio e roubava toda a carga valiosa, matava pessoas e tal. Não é esse o caso, e é onde eu coloco o fato de que a palavra está sendo "pirateada". Mas mesmo valendo-me dela, para efeito de inteligência do contexto, onde se está confundindo direitos autorais com roubo. São aspectos diferentes, fatos diferentes. Lógicas diferentes. Quando alguém compra um disco, transforma em MP3 e compartilha com outras pessoas, sem nenhum lucro, está violando direitos autorais? Ah, dirão, quando uma pessoa faz isso as outras deixam de comprar o produto... Ora, ora, ora... Sabem que isso é balela. O que pode e deve ser considerado como pirataria são esquemas mafiosos gigantescos que compram máquinas de copiar CD e abastecem um mercado informal. Um esquema não menos milionário que o mantido por gravadoras, editoras e distribuidoras. E que aí sim, obtém lucro com o trabalho alheio. E do jeito que as coisas estão indo, logo o fato de tocar um CD em uma festa, ou mostrar um filme aos amigos num fim de semana poderá ser taxado de compartilhamento... proibido... Extremos absurdos causados por ganância e sede de poder...

Há poucos dias, uma imagem foi postada na rede social Facebook, com texto em espanhol: "Kim Schmitz - Dono do Megaupload - Com meus servidores podes compartilhar arquivo com todo mundo. E eu sou um criminoso! - Mark Zuckenberg - Dono do Facebook - Com minha rede social eu posso vender suas informações particulares para corporações e eu sou ‘Personalidade do Ano’. No caso do primeiro, o dono da Megaupload, acusado por pirataria, mas também por lavagem de dinheiro, nunca entendi como uma empresa dessas sobrevive. Com aqueles banners de propaganda (que nem todos tem, inclusive)? Difícil. E sempre achei mesmo algo mal explicado ali. Mas o fato é que usaram o cara como bode expiatório, uma forma de "dar exemplo". Isso criou um pandemônio na Internet, com as outras empresas similares acuadas e pessoas mais simples deletando até fotos de casamento. E o Sr. Zuckenberg... Esse pode violar direitos individuais, vender informações pessoais para que as grandes corporações saibam exatamente quem somos, e principalmente o que gostaríamos de consumir? Acredito que teríamos todos, inclusive artistas, que nos preocuparmos com o controle efetivo que essas redes estão exercendo sobre nossas vidas, manipulando, induzindo e vendendo nossas vidas em leilões milionários. Isso é muito maior e muito pior que copiar um MP3 e compartilhar com outras pessoas sem pagar direitos autorais, altamente discutíveis.

E tem mais: cada vez que você “Compartilha” ou “Curte” algo no Facebook, essa informação está sendo armazenada num gigantesco banco de dados, mostrando assim mais um pedaço de sua personalidade. Todos esses pedaços, que formam o ser que mais os poderosos gostam (curtem e não compartilham), que é o ser chamado Consumidor. O Facebook e a Google rastreiam cada pequeno passo, cada pequeno gesto seu, montando assim o seu perfil. E é esse perfil que é vendido às corporações.

Ademais e finalmente: ou as pessoas se mobilizam de fato, e não apenas com um "Curtir" e "Compartilhar" numa rede social e se unem e dão um basta aos controles mentais que, cada um a sua forma e por seus mais escusos desejos e ambições, perpetram, ou seremos todos um bando de seres idiotas e consumistas. Consumidos por desejos que nunca poderemos alcançar, como o cavalo, que persegue a cenoura pendurada na sua frente pelo dono da carroça e o faz andar o dia inteiro tentando alcançar, sem nunca conseguir. E não adianta também colocar uma máscara de Guy Folks e parar na frente de algum prédio público, depois tirar uma foto e postar... Em alguma rede social. Ação é ação de fato.

O mundo, agora de uma forma muito mais clara e evidente que nunca, está dividido entre os poderosos que tudo farão para manter seu domínio, e o resto das pessoas que perceberam que podem ter informação, cultura e entretenimento de forma livre.  E os artistas, de que lado ficarão? Aguardem o próximo capítulo.. Se é que vai passar nesse canal... E se gostou, clique no “Curtir”, se não, em “Compartilhar”...  

Abaixo Assinado contra o ACTA: http://www.avaaz.org/po/eu_save_the_internet_spread/?fzXsicb&pv=284

Luiz Carlos "Barata" Cichetto
28/01/2012

Vitória ou A Filha de Adão e Eva Por Jana, A Leão

--- Projeto Abortado Por Desistência de Jana Leão ---

Vitória, ou A Filha de Adão e Eva
Ópera Rock

Depois de mais de um ano mofando pelas prateleiras e sendo atirada ao lixo, simplesmente ignorada, a Opera Rock Vitória ou a Filha de Adão e Eva, chegará aos palcos, pelas mãos de Jana Leão, que, apaixonada pela história, tomou para si a direção e a produção da mesma. Jana, A Leão está reunindo elenco e músicos para a apresentação do musical que terá sua estréia em breve, na cidade de Franca, Interior de São Paulo.

O Que É?

Trata-se de um projeto musical que foi criado e desenvolvido para ser uma peça de teatro, um musical. Todo o processo de criação, textos, composições, gravação do material sonoro e edição foi feito em apenas 5 meses, no inverno e primavera de 2010. Toda a produção do material foi feita de forma independente, auto-custeável, sendo que o libreto foi integramente editado de forma artesanal pelo autor. Parte das composições e a direção musical ficou a cargo de Amyr Cantusio Jr. (Alpha III), conceituado músico, compositor e psicoterapeuta.

O Resumo da Ópera

"Vitória, Ou A Filha de Adão e Eva" é uma "Opera Rock" que conta em 33 temas a história de uma mulher chamada Vitória de Tal, filha de Adão, um ex interno de reformatórios que se transforma em pastor evangélico, tendo antes cometido vários crimes, entre os quais o estupro de Eva, uma prendada e estudiosa filha de uma costureira. Vitória nasce num bordel e é criada também em um reformatório. A partir dai, cedo se transforma em uma alcoviteira milionária que busca á qualquer custo mais que dinheiro e prazer, aquilo que a humanidade mais almeja: a felicidade. São 18 personagens que ao logo dos temas interagem com Vitória tecendo um clima de paixão sem limites, amores não concretizados, tragédias morais e sociais. O pano de fundo é a hipocrisia social, que transforma o caráter das pessoas, além das busca incessante da felicidade a qualquer custo.

"Vitória" tem citações claras a fatos da musica e da política e acontece exatamente num período que compreende o inicio dos anos 1960 e 2010, sendo que o período de vida da personagem principal é de 33 anos e 1/3, uma metáfora com a velocidade dos LPs de vinil.

E agora o mundo conhecerá "Vitória".

Abaixo, o Diário de Jana, A Leão, em Fotos...

Mais informações em: www.operarockvitoria.blogspot.com.












Mais Uma da Série, Corra, Jana, Corra: Reunião com pessoal do teatro...

--- Projeto Abortado Por Desistência de Jana Leão ---

27/01/2012

A Metamorfose

Numa manhã, Luiz Carlos "Barata" Cichetto, acordou de sonhos intranquilos e transformou a Revist'A Barata em um inseto monstruoso....


A Revista Versus é uma espécie de sucessora da Revist'A Barata, que eu lancei há uns 7 ou 8 anos. Por mais que eu tenha me dedicado a projetos em Internet, como o meu site, a rádio e as revistas virtuais sinto muita falta do meio papel. Assim resolvi fazer. Lançada oficialmente no dia 11/01/2012. A Versus RevistaZine pretende ser de Versos, Versus, de Versos Versus...

# Versus: Que vai contra. Que desafia. Ex.: Heróis versus vilões, pobres versus ricos, arte versus comércio, consciência versus alienação...

# Versos | Substantivo Masculino Plural
(Do latim Versus) - Reunião de palavras ritmadas segundo a quantidade das sílabas; Linhas de um poema; Qualquer composição metrificada; Páginas posteriores de uma folha; Faces posteriores de qualquer objeto.


ACTA, SOPA e Outras Formas de Aniquilação da Liberdade de Expressão.


Estão usando direitos autorais como desculpa para proteger as corporações... Simplesmente assim! Uma coisa é uma pessoa compartilhar, sem lucro, uma musica ou um texto, uma imagem... Agora, ferir direitos autorais (ah e isso já aconteceu comigo) é uma pessoa pegar um trabalho que é seu e dizer que é dela... Ou comercializar trabalhos de outros em pagar.. . Isso é crime, isso é pirataria, não o compartilhamento. A diferença é bem simples, mas é claro que não interessa que se entenda. E não basta apenas uma mascara de Guy Folks, nem apenas Curtir no Facebook. Nem apenas o trabalho solitário de Anonynmous. ... É preciso AÇÃO!

Nunca, na história da Humanidade, a informação esteve tão farta e democrática como na Era da Internet. E é claro que isso incomoda aos poderosos que sempre dominaram os meios de comunicação, dominando assim o pensamento e os costumes... 


Mais uma informação: http://adrenaline.uol.com.br/internet/noticias/11230/mais-22-paises-aderem-ao-acta-o-sopa-internacional.html


26/01/2012

(Poesia) Metástase

Metástase
Barata Cichetto
Daquilo que era Cura sobrou apenas...
Doença!
E daquilo que era Fé sobrou apenas...
Descrença!
Daquilo que era Sol sobrou apenas...
Temporal!
E daquilo que era Desejo sobrou apenas...
Imoral!
Daquilo que era Estrela sobrou apenas...
Escuridão!
E daquilo que era Carne sobrou apenas...
Podridão!
Daquilo que era Cura sobrou apenas...
Doença!
E daquilo que era Fé sobrou apenas...
Descrença!
Daquilo que era Sol sobrou apenas...
Temporal!
E daquilo que era Desejo sobrou apenas...
Imoral!
Daquilo que era Estrela sobrou apenas...
Escuridão!
E daquilo que era Carne sobrou apenas...
Podridão!

Do Livro: "O Câncer, O Leão e O Escorpião" - Editor'A Barata Artesanal.

(Poesia) Desgraçados

Desgraçados
Barata Cichetto


Há inúmeros tipos de desgraçados e é por eles que morro
Existem desgraçados que abandonam nas ruas o cachorro
Ah, mas existem piores, aqueles que recolhem e maltratam
Existem desgraçados que abandonam e outros que matam.

Há inúmeros tipos de desgraçados sobre o Planeta Terra
Existem desgraçados que primeiro declaram a sua Guerra
Ah, mas existem bem piores, aqueles que não a declaram
Existem desgraçados que morreram, outros que mataram.

Há inúmeros tipos de desgraçados e eu não sei diferir
Existem desgraçados que gostam de sentimentos ferir
Ah, mas existem outros bem piores, aqueles que fingem
Existem desgraçados sem sentimentos, outros os tingem.

Há inúmeros tipos de desgraçados sob qualquer conceito
Existem desgraçados que atiram sem pena em meu peito
Ah, mas existem ainda bem piores, que matam a míngua
Existem desgraçados que matam a bala, outros a língua.


Momento Rocktime # 24


Jackson fala de meus livros e da Opera Rock Vitória.