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28/06/2013

Eu e Meus Espelhos

EU E MEUS ESPELHOS
Luiz Carlos Cichetto


Exatamente no dia em que completo 55 anos de idade e cerca de quarenta anos como poeta e escritor, concluo outra série de poemas. Uma idéia, meio espontânea, surgiu quando, após iniciar uma nova série em 25 de Março de 2013. Portador de uma ânsia absurda de escrever, criei um objetivo intimo: 90 poemas em 90 dias. Não era um compromisso formal, mas algo realmente interno e tive o cuidado de não forçar a escrita para não perder a espontaneidade, fator essencial à poesia.

Mas as coisas foram saindo, e teve dias de eu escrever três ou quatro poemas. Mais uma vez decidi colocar fim à carreira de poeta por achar que já disse tudo o que tinha o que dizer usando tal forma de expressão. E estabeleci que 25 de Junho seria o "dead end". O fato é que, quatro ou cinco dias antes desse dia já tinha 99. Faltava uma, que não saia. Parecia que estava realmente esperando o nascer do dia 25 para completar o ciclo proposto. E foi realmente assim que ocorreu.

"Cohena Vive!" era titulo de um de meus livros mais recentes, baseado num sonho e onde eu demonstrava meus sentimentos de luta. E um final para o atual não poderia ser diferente do que a morte desse "personagem". "Cohena" tinha que morrer, pois assim se fechava um ciclo. E eu o matei! 

O titulo desse trabalho foi indiretamente dado pela amiga Joanna Franko, uma pessoa que tem sido uma das maiores incentivadoras do meu trabalho, quando ao comentar outro texto meu que tinha por mote os espelhos usou a frase: "O Poeta e Seus Espelhos".

Estes cem poemas completam oitocentos da minha era moderna. E todos, sem exceção, frutos talvez podres da minha cabeça que não pára de se assustar com uma sociedade humana de merda, que caminha rápido à extinção. Não acredito mais em nada mais do que se possa chamar de apego á humanidade. E acredito que ao retratar isso, sob a forma de poemas que são na verdade espelhos, coloco não apenas o meu, mas o sentimento de toda a humanidade, que no fundo tem medo desse espelho.

E por fim, espero que sintam, mais que qualquer outra coisa, o desejo constante nestes poemas. Sintam-nos como sentem orgasmo. Pois sentir é a única coisa que nos sobra neste momento. A Poesia morre a cada dia, porque morre a capacidade dos seres humanos de sentir orgasmos verdadeiros. E se eu puder, de alguma forma causar-te um orgasmo com algum desses meus poemas-pintos estarei feliz. Se em 100 poemas, gozados em 90 dias, eu puder te causar apenas um orgasmo... Decerto gozarei contigo.  No espelho!

Cohena Está Morto! Viva o prazer!

25/06/2013

Rádio Barata Livre - Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 20

Rádio Barata Livre - Barata Sem Eira Nem Beira
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
Segundas, das 21 as 23 horas pela Stay Rock Brasil
Reapresentação, terças, das 16 as 18.
Programa Nº. 20 - 24/06/2013

- Thunderbirds Are Go!!!
- Abertura: Spiderman - Ramones
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Bloco 1 -  A Arca do Barata (PI² ou Politicamente Incorreto ao Quadrado - 4)
- Jag Panzer - In A Gadda Da Vida
- Johnny Rivers - Secret Agent Man
- Gary Numan - Cars
- Eric Burdon And The Animals - San Francisco Nights
(Battlestar Galactica (1978))
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Bloco 2 - Cópia Infiel
Poesia: "Tempos Grossos"
- The T-Bones - How Many More Times - 1964
- Blues Magoos - Yellow Rose
- Jake Holmes - Dazed And Confused
- Spirit - Taurus
(Mod Squad)
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Bloco 3 -
- Ucla Bruin Marching Band - Aqualung
- Crazy World of Arthur Brown - Fire
- Babe Ruth - The Mexican (Live in Canada - 1974)
- Bitter Creek - Plastic Thunder (The First Heavy Metal Song Ever Made -1967)
(Captain Scarlet and the Mysterons (1967-68))
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Bloco 4 - Especial V8
- V8 - Angeles De Las Tinieblas
- V8 - Hiena De Metal
- V8 - Tiempos Metalicos
- V8 - Torturador
(Space 1999 (1975))
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Bloco 5 - Uma Ilha / Um Disco (Parte 3)
- Grand Funk Railroad - 1971 - Survival) - Gimme Shelter
- Pink Floyd (1967 - The Piper At The Gates Of Dawn) - The Gnome
- Uriah Heep (1972 - The Magician's Birthday) - Echoes In the Dark
- Pink Floyd (1973 - The Dark Side Of The Moon) - Us And Them
(The Ventures - Peter Gun)
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Bloco 6
- Mão Morta - Cão de Morte
- Detonautas - Ensaio Sobre a Cegueira
(Anjo do Espaço)
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Encerramento:
Poesia: "Oito ou Oitenta (Aos 80 Anos de Meu Pai)"
- Patrulha do Espaço - Poder (Chizzo Napoli / Versão e adaptação Castello/Benevolo)
(Perdidos no Espaço)
- Sangue de Barata - Aniversário (Barata e Raul Cichetto)
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Os Filhos da Morte Burra
(Edu Planchêz )
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Jovens sem nenhuma utopia
Caminham tensos pelas ruas de suas casas velhas
Sem nenhuma luz, sem nenhuma luz de Fernando Pessoa
Fechados nas sexuais telas da impotência
Se masturbam contemplando corpos em decomposição!
Norte da minha fé,
Onde estavam o beija-flor e o arco-íris
na hora do nascimento dessas criaturas
Quantas gotas de flor restam
nos corredores dos céus de vossas bocas?
Quais fontes clamam por vossos nomes?
Eu entrando na virtuosa idade
E eles entrando em idade nenhuma.
Os filhos da morte burra
Cheiram o branco pó da anemia,
esqueceram que um dia tocaram na poesia
da transgressão em pleno ventre de suas esquecidas mães
Esqueceram de colar o ouvido ao chão
para ouvir as ternas batidas do coração das borboletas.
Os filhos da morte burra
Jamais levantam uma folha para conhecer o labor do insetos
Jamais erguem taças de orvalho para brindar a vigorosa lua
Os filhos da morte burra,
desconhecem ou jamais ouviram falar em iluminação
Apenas abrem a boca para vomitar.

Cohena Está Morto!

Cohena Está Morto!
Barata Cichetto

E agora, ao completar cinquenta e cinco de idade
Sinto faltar o ar que mantém a minha serenidade
Enlouqueço dia após dia, nada a me separar da dor
Pois então que morra a loucura, morte ao imperador.

Alucinado, tenho medo do escuro, de altura e de mim
Espelhos causam asco e tenho medo do inicio e do fim
Não reconheço o meu reflexo e nem minha perenidade
Padeço ante o silêncio da noite e pereço na eternidade.

E Junho é gelado, pois bebamos a saúde do adversário
No mês em que minha morte completa outro aniversário
A morte é um estado de nada e o nada é o estado do ser
E portanto nada espero da morte, nada espero de nascer.

E não há em mim apenas um átomo que não seja rima
E nenhuma célula cancerígena que a ela não reprima
Mas não há neste dia nada a ser anotado em meu diário
Apenas o dia após outro, folha arrancada do calendário.

25/06/2013

21/06/2013

Patrulha do Espaço - Poder

Video da música "Poder", da banda Patrulha do Espaço e adaptação do logo originalmente criado por Johnny Adriani,  por Barata Cichetto.


19/06/2013

Escafandro

Escafandro
Barata Cichetto
Do Livro "Sangue de Barata" - 2003


Mergulho em águas profundas em busca de uma paixão abissal
Falta oxigênio em meu cérebro, corre em meu sangue água e sal
O mar profundo e escuro da solidão é o mundo que habito agora
Uma sereia tatuada em meu peito, uma deusa, não uma senhora

Um escafandro furado, um tanque de oxigênio de muito pesar
Bolhas de ar em meu sangue, bolhas de sangue em meu ar
Meu barco está ancorado em um porto distante da realidade
Sou apenas um mergulhador sagrado em busca de liberdade.

Mergulhar, mergulhar, mergulhar em águas mais profundas
Sereias púrpuras com peles transparentes e doces bundas
Ou sereias aladas nadando com asas de plástico amarelo
E nada em minha superfície nada com tanta graça e tão belo.

Então eu mergulho até o fundo, afundo na areia minha mão
Quase afogado, respiro profundo, busco ar em meu pulmão
O escafandro pesado abandono, a liberdade alcanço por fim
Mas ninguém irá ao mar jogar ramalhetes de rosas por mim.

8/1/2003


Read more: http://abarata.com.br/poesia_barata_detalhe.asp?codigo=2175#ixzz2WecAivSe

18/06/2013

Rádio Barata Livre - Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 19

Rádio Barata Livre - Barata Sem Eira Nem Beira
Sexo, Poesia & Rock'n'Roll
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
Segundas, das 21 as 23 horas pela Stay Rock Brasil
Reapresentação, terças, das 16 as 18.
Programa Nº. 19 - 17/06/2013

Abertura:
Gil Scott-Heron - The Revolution Will Not Be Televised
"A revolução não vai ser televisionada, a revolução será ao vivo."

Bloco 1 -  A Arca do Barata (PI² ou Politicamente Incorreto ao Quadrado - 4)
- Howlin' Wolf - Spoonful (June'60)
- Leadbelly - House Of The Rising Sun (1944)
- Jerry Vale - Honey (I Miss You) 1968
- Carl Perkins - Honey Don't
- Red Foley - Smoke On The Water (1944)
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Bloco 2 - Bloco do Ouvivente: (Livro "Patrulha do Espaço no Planeta Rock")
Poesia: "A Batalha da Poesia"
- Luneta Mágica - Amanhã Vai Ser o Melhor Dia da Sua Vida - Astronauta (Banda de Manaus por Genecy Souza)
- Mugo - Screams (Indicado Diego El Khouri)
- Led Zeppelin - The Battle of Evermore (Samira Hadara para Diego El Khouri)
- Esperanto - Eleanor Rigby (Gigi Jardim)
- Suzi Quatro - The Race Is On (Izabel)

Bloco 3 - Uma Ilha / Um Disco (Parte 2)
- Black Sabbath - Black Sabbath - The Wizard
- David Bowie - Ziggy Stardust - Rock 'n' Roll Suicide
- Led Zeppelin - (4) -  Rock And Roll
- Grand Funk - E Pluribus Funk - I Come Tumblin
- Pink Floyd - The Dark Side Of The Moon - Any Colour You Like

Bloco 4 - Uma Ilha / Um Disco (Parte 2)
- Grand Funk Railroad - Survival -  I Can Feel Him In The Morning
- Jethro Tull - Benefit - Teacher
- Tom Waitts - Heartattack & Vine - Jersey Girl
- Uriah Heep - The Magician's Birthday - Blind Eye
- Pink Floyd - The Piper At The Gates Of Dawn - Lucifer Sam [Mono Version]

Encerramento: Poesia: - "O Poeta, a Costureira e o Aprendiz"
Discurso do filme A Nascente - Ayn Rand com John Cage - Radio Music (1956)
Sonny Boy Williamson II - Eyesight To The Blind
Stan Getz - Bob Brookmeyer Quintet 1953 ~ Fascinating Rhythm


Oito ou Oitenta (Aos 80 Anos de Meu Pai)

Oito ou Oitenta
(Aos 80 Anos de Meu Pai)
Barata Cichetto

É, mas e agora que não é o oito, mas o oitenta
Que as pernas não correm e a cabeça inventa?
O que tenho a responder sobre aquilo que pergunto
E o que posso falar sobre estar perto e nunca junto?

Mas, e agora o que posso lhe dar senão a mão
E um abraço, acima da desculpa e do perdão?
O que tenho a oferecer é pouco, e quase inteiro
E pergunto: aceitas o presente de um bordeleiro?

E agora, que não somos nem pedreiros e nem serventes
Decerto não seremos eternos, sequer seremos sementes
O que podemos esperar, senão o dom de uma sanidade
Que possa nos consolar até o fim da mortal eternidade?

E agora não precisamos mais lamentar o que perdemos
Nem mesmo chorar sobre presentes que não nos demos
Pois nossas barbas estão brancas e sorrisos mais abertos
E importa é que sejamos errados, mesmo estando certos.

11/06/2013

14/06/2013

Tempos Grossos

Tempos Grossos
Barata Cichetto

Grossos tempos estes, em que o rabo abana o cachorro
Em que o pedido de um cigarro é um pedido de socorro
Que as ruas estão cheias de merda, de sangue e urina
E o importante é a vaidade, o dinheiro e a purpurina.

Grossos tempos estes, dos olhos borrifados de pimenta
Tempos coloridos artificialmente com balas sabor menta
Em que ruas estão cheias de estudantes iletrados e burros
Pichando contra a parede e contra o vento dando murros.

Que tempos grossos são estes, do controle da existência
Da morte infantil e do aborto como forma de resistência?
Tempos em que precisamos da legislação sobre o viver
E em que a morte é uma desculpa de nosso sobreviver.

Enfim, que grossos são estes tempos, de ódio disfarçado
De igualdade falsa, desigualdade real e ócio desgraçado?
Tempos das esmolas santas e do futebol que mata a fome
Em que pessoas não existem, apenas uma foto e um nome.

14/06/2013

13/06/2013

O Molho e o Olho

O Molho e o Olho
Barata Cichetto

"Eu sou a regra torta e complexa / o último elemento da razão / louco peregrino / dragão sem rabo que come teu rabo" - Diego EL KhouriTrecho do Poema "Perante Meus Olhos", cuja abertura era uma citação de trecho de meu texto: "Eu fui feito para ser a tormenta, a calmaria jamais / Odeio-a, embora ela seja prenuncio de tempestade.”

E o poeta citou a mim e da minha citação construiu seu poema
Logo eu, que nem sou resposta nem a solução, mas o problema
E justo, justamente eu, que não sou o exemplo, sou a anarquia
Que desprezo a soldados, sindicalistas e a qualquer monarquia.

E o poeta citou a mim e eu tenho orgulho de ser lembrado assim
Pois também sou um dragão sem cauda comendo o cu do serafim
Não sou anjo de seis asas, mas demônio de seis patas todas tortas
E quero foder as estruturas do sistema que nos fecha suas portas.

E eu, logo eu, que com notas promissórias limpo a minha bunda
Rabisco poemas em notas de dinheiro, uso uma bota vagabunda
E depois chuto o saco do filho da puta que me pede um cigarro
Não sou flor que se cheire, ou o cigarro que se fume sem escarro.

E enquanto o poeta cita e recita, incita a récita da poesia cruel
Nos fodem aos montes e nos matamos por um pedaço de papel
E, portanto, eu que não sou esperto, que não compro a prestação
Não sou digno de nota, nem é certo que esteja em sua exortação.

14/06/2013

Poema de Diego El Khouri em: 
http://molholivre.blogspot.com.br/2013/06/perante-meus-olhos.html

O Poeta, a Costureira e o Aprendiz

O Poeta, a Costureira e o Aprendiz
Barata Cichetto
Foto: Janaisa (http://bicicletariosimaginarios.blogspot.com.br)
"Espelho / de tantos poetas.. / espelho / de vida e morte / espelho de sonhos e ruas / de ruas de Porto Alegre!" - Joanna.Franko

E nos sentamos, eu o aprendiz e a costureira Joanna
Numa das praças da Porto Alegre de Mario Quintana
E então o tempo num de seus esconderijos se escondeu
E no silêncio da Rua dos Cataventos o Poeta respondeu:

(*) "Olho o mapa da cidade como quem examinasse a anatomia de um corpo..."

Não havia ninguém, apenas som de olhos piscando
E apenas os relâmpagos no céu poemas rabiscando
Olhamos aos mapas e não encontramos uma cidade
Encontramos um mundo girando sem excentricidade.

(*) "Sinto uma dor infinita das ruas de Porto Alegre onde jamais passarei..."

E a dor que eu sentia, infinita feito saudade sem rima
Corria pelas ruas fugindo de mim antes que a reprima
E no clic-clic da agulha da costureira, poemas tecidos
Na linha vermelha do sangue de poetas adormecidos.

(*) "Há tanta moça bonita nas ruas que não andei - e há uma rua encantada que nem em sonhos sonhei..."

Há muitas esquinas esquisitas em cidades amortecidas
E nas ruas encantadas, moças bonitas e desconhecidas
Mas nas praças de Porto Alegre, eu aprendiz de feiticeiro
Costuro letras e tecidos sonhando ser poeta e costureiro.

(*) "Quando eu for, um dia desses, poeira ou folha levada no vento da madrugada..."

- Há um poeta no espelho, apontou a costureira
Na janela, o poeta, sorria da forma costumeira
E falamos, eu, a costureira e o poeta, sobre a dor
Sobre gatos no tapete e sobre chocolate com licor.

(*) "Suave mistério amoroso, cidade de meu andar - Deste já tão longo andar! - E talvez de meu repouso..."

- E há gotas condensadas de poesia no vidro da janela
Bradei eu, escandaloso, limpando o vidro com flanela
E pelas ruas da Porto Alegre de Quintana, valorosa e leal
Deixei meu andar invisível e solto, entre o sonho e o real.

(*) Citações de "O Mapa" de Mario Quintana (30 de Julho de 1906, Alegrete - 5 de Maio de 1994, Porto Alegre, Rio Grande do Sul)

13/06/2013

O Mapa
- Mário Quintana
Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso..
.

11/06/2013

Uma Ilha e Um Disco: Um Desafio

Uma Ilha e Um Disco: Um Desafio
(Parte 1)
Luiz Carlos Barata Cichetto


Introdução

Há cerca de três anos uma amiga me colocou num problema. Um delicioso problema, quero acrescentar. Aliás, usar o termo "problema" para isso é um tanto incorreto, no mínimo exagerado, de minha parte. Desafio é o mais correto.

- "Cê que já escutou tanta coisa em tanto tempo de vivência dentro da música, particularmente no Rock, me diga: se tivesse que escolher um, e apenas um único disco para uma ilha deserta, qual levaria?"

A pergunta em principio poderia ser de simples resposta, mas esta simples resposta seria uma resposta simplória para agradar, demonstrar meus lautos conhecimentos sobre Rock e etc. Mas, para uma resposta honesta e sincera, primeiramente comigo mesmo e também com minha interlocutora, pedi a ela um tempo para responder.

Há dois anos, a cobrança foi feita e eu ainda não tinha a resposta, embora frequentemente pensasse nela. Hora ou outra confeccionava listas, uma com vinte, outra com dez, e dali tentava tirar um, escolhendo sempre o melhor que no momento me parecia. Mas, antes que eu encontrasse com minha amiga e desse a ela a resposta, começava a lastimar a não escolha de outro, e de outro, e de outro... E assim o tempo passou. Três anos. Muito tempo para uma resposta tão simples. Ou não?!

"Se ao menos fossem dez discos, como normalmente se pede às pessoas..." Cogitei com ela. "Não, é apenas um!" - Enfática. "Tem que ser aquele disco que cê pense: 'Sem tal disco eu não viveria...' Coisas assim".

Há poucos dias, cansado de minhas próprias evasivas, decidi encarar o desafio de frente. Queria eu mesmo saber minha resposta. Era uma questão de honra até, não apenas para responder a uma pessoa que te considera, mas uma questão pessoal mesmo. Era preciso ter a resposta.


O Processo Inicial

Decidi encarar realmente o desafio. A primeira coisa que fiz foi deixar de pensar nele como "problema", como vinha fazendo. E embora todas as questões e dificuldades ainda fossem as mesmas, penar naquilo não como um problema, mas como um desafio, já me deixava mais leve e com a visão aberta a tudo o que poderia ser feito, não para "resolver um problema", mas sim, "vencer um desafio".

Próximo passo: até aquele momento eu tinha criado listas enormes com inúmeros nomes e procurava destacar, com critérios pouco claros, a minha escolha. Critérios subjetivos, momentâneos, que não levavam em conta fatores altamente relevantes. Critérios que poderiam mudar de acordo com o meu humor, por exemplo. Portanto a forma já no inicio estava errada, e jamais me levaria a um consenso.

Para tal escolha eu tinha, sim, que estabelecer inicialmente uma lista, mas não escolher o melhor e sim eliminando aqueles que não cumprissem todos os "requisitos" que o indicariam a ser meu companheiro e absoluto durante sei lá quanto tempo. Era mistér, portanto, que além de uma lista com nomes, eu tivesse uma outra, uma espécie de "check list" com os tais requisitos. E ambas não poderiam ser nem tão longas nem tão curtas e deveriam conter critérios totalmente objetivos. Não necessariamente práticos, mas objetivos.


A Primeira Lista de Nomes

Decidi estabelecer um numero que serviria com parâmetro final. É necessário estabelecer uma meta a qualquer projeto, à qualquer desafio. Seja a data final de sua realização, a concretização prática do plano; ou um numero ou um valor financeiro a ser atingido. E para esse projeto estabeleci um numero inicial de vinte nomes. Por que 20? Não sei e não importa, pois o que importa não é o numero, o valor, a data, mas sim os estabelecermos e o encararmos como meta, seguindo a risca. E os nomes eram, sem nenhuma ordem, propositalmente:

1 - Grand Funk Railroad - E Pluribus Funk
2 - Grand Funk Railroad - Survival
3 - Slade - Alive
4 - Black Sabbath - Black Sabbath
5 - Lou Reed - 1974 - Rock'n'Roll Animal
6 - Black Sabbath - Vol. 4
7 - Nazareth - Loud'n'Proud
8 - Led Zeppelin - (4)
9 - Scorpions - Fly To The Rainbow
10 - Pink Floyd - The Dark Side Of The Moon
11 - Pink Floyd - The Piper At The Gates Of Dawn
12 - Janis Joplin – Joplin In Concert
13 - Jethro Tull - Benefit
14 - Uriah Heep - The Magician's Birthday
15 - Bob Dylan & The Band - Before The Flood
16 - Deep Purple - Fireball
17 - Dio - Holy Diver
18 - David Bowie - Ziggy Stardust
19 - Tom Waitts - Heartattack & Vine
20 - Patti Smith - Radio Ethiopia


Os critérios para essa primeira lista foram simplesmente lembrar os primeiros que viessem a minha mente. E se são os primeiros a vir a minha mente depois de milhares e milhares escutados durante os últimos 40 anos é porque são importantes. Simples assim. Mas objetivo.


A Primeira Lista de Critérios

Conforme expliquei acima, os nomes deveriam ser selecionados não a partir da pergunta: "Qual é o melhor?", mas obedecer a uma checagem que incluem fatores lógicos e objetivos, mesmo que esses fatores pareçam - e sejam - ilógicos e subjetivos. O importante é determinar os fatores determinantes e estabelecer a eles o valor exato na análise. Claro que em uma seleção destas, alguns fatores são extremamente pessoais e intransferíveis, mas outros nem tantos. O importante é que existam e nos façam decidir o que queremos, e melhor ainda, o que não queremos. Normalmente o fator "exclusão" - ou seja "qual dessas coisas eu não quero" - é muito mais útil e justo.

Estabeleci então uma lista de checagem com 10 itens, que incluem não apenas o disco em si, mas tudo o que existe por trás dele. Desde o histórico e afinidade com o artista ou banda, até fatores extremamente pessoais, como por exemplo "Esse disco me lembra uma coisa ou fato ou pessoa ruim". Tal fator não é tão subjetivo, afinal, lembre-se, querido leitor, que estamos falando de um único disco que eu poderia ouvir em uma ilha deserta. Portanto, minha lista de checagem ficou assim:

1 - A banda ou artista tem uma carreira coerente musicalmente, sob o critérios de criatividade, teve sólida formação, considerando qualidade técnicas?
2 - Tem essa banda ou artista, interesses acima de tudo artísticos e não puramente comerciais?
3 - Tal artista ou banda pode ser considerado um artista do mundo e tem postura ética com relação a racismo ou violência?
4 - O disco possui, além das qualidades musicais, arte de capa e impressão ou outras que lhe agregam valor?
5 - Esse disco poderia ser escutado sob qualquer condição física ou psicológica?
6 - Já comprei mais de uma cópia desse disco, seja em qualquer mídia existiu e ainda hoje escuto?
7 - O disco poderia ser escutado, sem prejudicar a essência, tanto num equipamento simples, como num altamente sofisticado?
8 - Poderá esse disco ser sentido e compreendido em paralelo à outras atividades intelectuais, como por exemplo lendo um livro ou admirando uma pintura ou paisagem, sem prejuízo de nenhuma delas?
9 - Poderia esse disco ser escutado em qualquer condição climática ou geográfica, ou seja tanto com temperatura baixa ou sol intenso?
10 - É bom para ser escutado tanto se masturbando quanto fazendo sexo, seja com uma girafa ou uma árvore, passando pela Sharon Stone?


Uma parte considerável da lista, como podem notar, eu coloquei fatores que dizem respeito especificamente à banda ou artista, pois acredito na coerência entre o trabalho de um artista e seu histórico e comportamento perante o mundo. A análise foi feita por exclusão, ou seja, aqueles discos cujas respostas aos meus critérios fossem "não" estariam eliminados.

(Continua na Próxima Semana)

Rádio Barata Livre - Programa 18

Rádio Barata Livre
Sexo, Poesia & Rock'n'Roll
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
Segundas, das 21 as 23 horas pela Stay Rock Brasil
Reapresentação, terças, das 16 as 18.
Programa Nº. 18 - 10/06/2013

Abertura:
-  Danzig - Godless
Bloco 1  - (Projeto: Uma Ilha e Um Disco - Parte 1)
- Grand Funk Railroad - Loneliness
- Grand Funk Railroad - Country Road
- Bob Dylan & The Band - Before The Flood - It's Alright, Ma (I'm Only Bleeding)
- David Bowie - Ziggy Stardust
Bloco 2 - (Revista PI² - Numero 4)
- Deep Purple - Fools
- Dio - Stand up and Shout
- Black Sabbath - Whells Of Confusion
- Black Sabbath - NIB
Bloco 3 -  (Poesia: "Sangue do Meu Sangue (ou Sangue Por Sangue, Olho Por Dente"))
- Janis Joplin - Down On Me
- Jethro Tull - Play in Time
- Led Zeppelin - The Battle Of Evermore
- Lou Reed - Lady Day
Bloco 4 - Show Patrulha do Espaço (Manifesto)
- Nazareth - Not Faking It
- Patti Smith - Pissing In A River
- Pink Floyd - Astronomy Domine (Mono Version)
- Pink Floyd - Brain Damage
Bloco 5 - (Poesia: "Poetista")
- Scorpions - Drifting Sun
- Slade - In Like A Shot From My Gun
- Tom Waits - Heartattack and Vine
- Uriah Heep - Tales
Encerramento: Livro "Patrulha do Espaço no Planeta Rock"
- Led Zeppelin - All My Love

10/06/2013

O Nada, a Galinha ou o Ovo?

O Nada, a Galinha ou o Ovo?
Barata Cichetto


Há horas que penso ser apenas minha própria alucinação
Fruto de uma mente fértil e de uma poderosa imaginação
Horas a fio que penso não existir, um personagem apenas
Criado por um escritor estúpido, na marra, à duras penas.

Sinto uma estranha ausência de mim, ausência total de ser
Uma falta de estar e um buraco imenso que tende a crescer
E não existe lugar, não existe nada e sequer existe alguém
A preencher o nada, e meu nada não preenche a ninguém.

E por tempos eu acredito que tal fato é feito, e enfim
Que eu seja mesmo um personagem criado por mim
E sendo ambos um escritor, um ao outro cria e depois
Um cria ao outro que cria um e ambos criam aos dois.

Uma enorme confusão chega agora a minha lembrança
Pois se sou nada e criei a mim, à imagem e semelhança
E sou o nada que cria o nada que o nada recria de novo
Então, que nasceu primeiro: o nada, a galinha ou o ovo?

06/06/2013

Poetastro (ou A Batalha Final)

Poetastro (*) ou A Batalha Final
(*Mau poeta)
Barata Cichetto


Chega agora a mim um Poema, feito um fugitivo
E arrombando a porta da minha cabeça, furtivo
Amedrontado ainda, senta-se e comigo conversa
Embora ainda desconheça sobre o que ele versa.

Assustado feito criança fugindo de marimbondos
Ou um criminoso que cometeu crimes hediondos
Busca o Poema um refúgio em mim, cúmplice fiel
Feito uma mãe que não escorraça um filho cruel.

E desde quando chegou a mim o temido malfeitor
Tremendo nas carnes feito um escravo a seu feitor
Que deixei de ser o justo para tornar-me justiceiro
Deixei de ser carne viva e tornei-me um carniceiro.

E somos dois ali, um com o outro sentindo temor
Embora nos tratemos com respeito e bom humor
Mas feito dupla de garotos a porta do colégio
Silenciamos na cumplicidade desse sortilégio.

Feito bárbaro sanguinário com as roupas sujas
Chega o guerrilheiro e começamos as intrujas
E conhecendo um do outro o poder da artilharia
Sangramos em batalha por mera quinquilharia.

Não há espadas, nem escudos ou armas de fogo
Porque nesta batalha a vida não é parte do jogo
Mas como nas guerras, morrem muitos e poucos
Nos matamos feito aos soldados, crentes e loucos.

A minha mente é um campo de batalha invisível
Então travamos a guerra por território indivisível
E um quanto o outro temos da guerra a estratégia
Comandando exércitos bem armados com egrégia.

Em meio a tantas batalhas nenhuma chance à paz
E entre eu e o Poema, apenas um à vida será capaz
Pois ao tomarmos um do outro o inimigo território
Acabamos mortos sentados na mesa do escritório.

30/05/2013

03/06/2013

Rádio Barata Livre - Programa 17

Rádio Barata Livre
Sexo, Poesia & Rock'n'Roll
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
Segundas, das 21 as 23 horas pela Stay Rock Brasil
Reapresentação, terças, das 16 as 18.
Programa Nº. 17 - 03/06/2013

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Abertura: -  Robot - Patrulha do Espaço e Perdidos no Espaço
Direitos Autorais (Fox, Etc.)
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Bloco 1  - Rock'n'Roll
- MC5 - Kick Out The Jams - Come Together
- T. Rex - Get It On
- Status Quo - Down Down
- Picture - Get Me Rock And Roll
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Bloco 2 -  A Arca do Barata
(Revista PI² - Numero 4)
- Lobo - I'd Love You To Want Me
- Marmalade - Reflections of My Life
- Pholhas - My Mistake
- Peter Paul & Mary - Puff the Magic Dragon
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Bloco 3 -  Chamada Entrevista Vulcano
Entrevista Vulcano (Hellish War )  Parte 1
- Hellish War - Sacred Sword
- Hellish War - The Law Of The Blade
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Bloco 4 -  Entrevista Vulcano (Hellish War )  Parte 2
- Hellish War - Defender Of Metal
- Hellish War - We Are Living For The Metal
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Bloco 5 -  Entrevista Vulcano (Hellish War )  Parte 3
- Hellish War - Son Of The King
- Hellish War - Metal Forever
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Encerramento:
Hellish War - Destroyer
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02/06/2013

PI² - Politicamente Incorreto Ao Quadrado - Número 4


Politicamente Incorretos Ao Quadrado Desta Edição:


Barata Cichetto
Carlos Monteiro
Cayman Moreira
Celso Moraes F.
Delcidério do Carmo
Diego El Khouri
Diones Neto
Eddy Khaos
Edgar Franco
Edu Planchêz
Eduardo Amaro
Emanuel R. Marques
Fabio da Silva Barbosa
Felipe Sant'Angello
Fernando Pineccio
Gabriel Fox
Genecy Souza
Giovani Iemini
Ikaro Max
Ivan Silva
Joana D'Arc
Joanna Franko
Joka
Jorge Mendes
Karoline Ferreira
Mauzinho Albert Schmidt
Nua Estrela
Paulo de Tharso (In Memorian)
Robisson de Albuquerque
Rojefferson Moraes
Rosana Raven
Samira Hadara
Walmir Knop Jr


Poético Editorial:
Tiralimo
Barata Cichetto
("Pedras que rolam não criam limo" - Provérbio
(Editorial Poético ao Numero 4 da Revista Digital "PI² ou Politicamente Incorreto Ao Quadrado)


Eu fui feito para ser a tormenta, a calmaria jamais
Odeio-a, embora ela seja prenuncio de tempestade
Mas acalme-se, pois sou apenas diferente dos demais
E estou por te fazer a diferença e nunca a igualdade.

Retirar das pedras o musgo e a poeira do asfalto
Feito a chuva de verão e a tempestade de inverno
Cheguei para ser o derradeiro, tomando de assalto
E que tudo mais não vá, mas que fique no inferno.

Dylan disse: por não ter nada, a perder nada tenho
E na inquitude do meu ser proponho uma disputa
Dizendo que não conheço o lugar de onde venho
E afirmando que amo toda mulher que se diz puta.

Fui feito enfim, para superar as barreiras de estupidez
E nunca dou aos tolos uma dose de otimismo flácido
Pois embora seja deles o reinado das terras da frigidez
Não permito-lhes ser óxido, mas a corroer feito ácido.

Não parto do principio, pois de princípios não parto
Pois não sou zero, mas o um que atormenta aos tolos
E no auge da minha arrogância eu cuspo no seu prato
Pois não quero as migalhas, mas metade de seus bolos.

Por fim não estou por roubar o fogo e dar à humanidade
E que cada um risque seu fósforo e que acenda sua fogueira
Pois, quando a mim o papel cabido é de ser na eternidade
O espelho que mesmo invertido mostra sua face verdadeira.

01/06/2013

Viver é Fatal!


Viver é Fatal!
Barata Cichetto
"Uma parte de mim tenta ser poeta, a outra se vinga..." - Rojefferson Moraes (Manaus, AM)

Parte de mim é poeta, mas a outra é vingativa
Uma parte é de negação, a outra prerrogativa
Pois existe uma parte em mim que é pensativa
Enquanto a que é poeta, é uma parte negativa.

Uma parte de mim é uma cruel brutalidade
E a outra, é da mais brutal e cruel realidade
E enquanto uma parte de mim é a verdade
A outra, a que é poeta, a mais pura vaidade.

Há partes de mim brigando num duelo letal
E ambas reconhecem que a outra é a mortal
Pois uma parte reconhece que o viver é fatal
Mas outra, a que é poeta, sabe que é imortal.

Há, enfim uma parte de mim que tenta existir
Enquanto a outra tenta em vão à vida resistir
Uma parte de mim é maior e deixa de insistir
Mas a outra, a que é poeta, morre sem resistir.

29/05/2013

Eu, Robot (Trilha Sonora Patrulha do Espaço - Robot)


Colagem sonora e visual, tendo por base a música "Robot" da banda Patrulha do Espaço, com áudios da série Perdidos no Espaço e do filme italiano "L'Uomo Meccanico", de 1921, escrito, dirigido e interpretado por André Deed. O título é uma referência ao livro de Isaac Asimov "Eu Robot", com a provocativa inclusão da vírgula, o que cria uma interpretação totalmente diferente.

Eu, Robot (Trilha Sonora Patrulha do Espaço - Robot)


Colagem sonora e visual, tendo por base a música "Robot" da banda Patrulha do Espaço, com áudios da série Perdidos no Espaço e do filme italiano "L'Uomo Meccanico", de 1921, escrito, dirigido e interpretado por André Deed. O título é uma referência ao livro de Isaac Asimov "Eu Robot", com a provocativa inclusão da vírgula, o que cria uma interpretação totalmente diferente.

Entrevista Barata Cichetto Por Paulo Ragassi, Programa Tah Ligado! All TV