O CONTEÚDO DESTE BLOG É ESPELHADO DO BLOG BARATA CICHETTO. O CONTEÚDO FOI RESTAURADO EM 01/09/2019, SENDO PERDIDAS TODAS AS VISUALIZAÇÕES DESDE 2011.
Plágio é Crime: Todos os Textos Publicados, Exceto Quando Indicados, São de Autoria de Luiz Carlos Cichetto, e Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A. (Escritório de Direitos Autorais) - Reprodução Proibida!


29/06/2017

Rugas e Fugas


Rugas e Fugas

Não tenho vergonha das minhas profundas rugas
E nem dos restos que sobraram das minhas fugas
Mas se elas não são cicatrizes das guerras perdidas
Ao menos são máscaras disfarçando minhas feridas.
Barata Cichetto, 29/06/2017

28/06/2017

Uma Rede de Intrigas, na Verdade

Que sociedade complicada, não?! Ah, eu poderia ser simplório e dizer "mundo", no lugar de "sociedade". Mas, não, não quero falar do "mundo", que englobaria "todos" e "todomundo", mas quero falar, sim, sobre essa nossa sociedade medíocre, cuja desfaçatez beira o absurdo. E essa sociedade, representada por uma rede social que efetivamente não me representa, mas que é apenas um meio de eu tentar atingir pessoas que não conseguiria de outras formas. Entretanto, uma rede que se supõe "de amigos", não passa de uma rede de intrigas, uma rede de vaidades. Um culto ao ego, um culto a narciso, um culto a tudo que há de ruim nessa mesma sociedade. Responsabiliza-se políticos, retirando de seus próprios ombros a responsabilidade. Tratam hipocritamente o restante das pessoas como "iguais", mas se acham "mais iguais que os outros." Falam e bufam sobre arte e não fazem nada para incentivar artistas que não sejam os mesmos ou a si próprios. Enfim, estou ficando muito cansado dessa lenga-lenga hipócrita, essa rede de hipocrisia. Poucos são verdadeiros nesta "sociedade". Há uns dez dias removi 1200 "amigos" desta sociedade anônima. Ainda ficou muito. E quem sabe, em breve eu me auto-remova.

28/06/2017

27/06/2017

E Ainda Pensas Que é Feliz?

Há algum tempo, Cioran perguntou: "Todos os seres são infelizes; mas quantos o sabem?" E se, em meados do Século XX, poucos sabiam, imaginem agora, nesse hediondo inicio de XXI, quando o mundo inteiro, coberto por um manto vulnerável, se transformou numa praça de guerra, onde nem mesmo as regras claras de uma guerra são aplicadas. Mesmo numa guerra há honra e ética, mas não nesta, que nunca foi declarada, mas que é travada em todos os cantos do planeta. As mãos invisíveis dos que a comandam empunham relógios dourados, que marcam apenas a hora do começo, nunca do fim. E essas mãos mortíferas tem nomes, ou ao menos alcunhas: religião e política. E agem exatamente da mesma forma impiedosa, transformando em zumbis aqueles que o seguem, roubando-lhes a alma e a virtude. E a alma e a virtude são singulares, individuais. Pessoas infelizes e duras, cruéis, achando que exercem sua liberdade, mas que são escravos de teologias e ideologias. Duras e cruéis contra aqueles que lhes deram o melhor. E tolos e cabisbaixos contra aqueles que lhes consomem a individualidade, a maior virtude, por ser ser alma, de um ser humano. Pensam ser libertadores, mas são, muito, muito escravos. Roubaram tudo. Saquearam tudo. Jogaram filhos contra pais, irmãos contra irmãos, amigos contra amigos. Não há mais inocentes neste mundo. Não há mais pessoas felizes, Cioran! E ninguém sabe. Ninguém mais sabe sequer o que é felicidade.
 
Barata Cichetto , 26/06/2017

15/06/2017

O Tempo, Essa Prostituta

Anteontem o Tempo parou ao meu lado na calçada. Usava botas de cano alto, minissaia e tinha as belas pernas de fora e um par de bicos pontiagudos saltados pela blusa. Piscou com cílios postiços e me perguntou quanto eu podia pagar. Fui embora pisando firme no concreto da calçada. O Tempo, essa prostituta, me enganou.

Ontem o Tempo parou ao meu lado dentro de um carro importado. Usava roupas caras, vestido discreto, perfume francês e tinha nas mãos uma bolsa cheia de dinheiro. Piscou os faróis e me perguntou quanto eu queria receber. Depois foi embora pisando no acelerador, enquanto eu fiquei parado no asfalto esperando o tempo voltar e me dar outra piscada. Nunca voltou. O Tempo, essa prostituta, me enganou.

Hoje o Tempo ainda para do meu lado. Mas nua, pés descalços e dentes quebrados. E não me pergunta quanto posso pagar ou quanto quero receber. Ainda assim, pisca pra mim, com olhos remelentos e ficamos abraçados e nus, sem esperar mais nada. O Tempo, essa prostituta, sempre me enganou.

Amanhã o Tempo não irá mais parar ao meu lado. Estará inerte, sem respiração. Sem pedir ou perguntar mais nada. Não irá piscar, pois seus olhos estarão cerrados e mortos. O Tempo, essa prostituta, nunca se enganou.

14/06/2017

13/06/2017

Chacrinha Estava Certo

Sou, e com orgulho, de tempos em que a comunicação era lenta. A escrita era a mão ou datilografada. Uma mensagem demorava dias, semanas, até chegar ao destinatário. Por isso tinha que ser pensada, articulada. Não tinha que ser imediata, voraz, sem análise. Mas inventaram a velocidade, a Internet. E cada dia mais rápida. E a comunicação passou a ter que ser instantânea. Comunica-se, mas não se pensa. Esse é o resultado dessa era digital. Temos muita, mas muita informação. Tanta, que nenhum cérebro é capaz de processar tudo. E isso gera mais confusão mental, estresse, paranoia do se imagina. O resultado é que não conseguimos chegar à conclusão nenhuma. Sobre nada. Falamos, falamos. E no fim nos desentendemos. Confundimos-nos ao tentarmos explicar. Chacrinha estava certo: "eu vim para confundir, não para explicar."
.
Barata Cichetto, 13/06/2017

09/06/2017

Estamos Prestes a Sermos Mortos



Estamos prestes a sermos mortos. Sim! Seremos mortos dentro de algum tempo. Todos nós! Por alguma causa, algum motivo. Ou nenhum. Apenas pelo fato de estarmos vivos.
Estamos muito próximos de sermos mortos. E seremos! E muito perto depende da relatividade do tempo. A alguns, muito próximos é pouco, a outros é muito. Depende de quanto desejamos algo para que o tempo se torne rápido ou lento. Algoz ou justiceiro.
Estamos a beira de sermos mortos! Todos nós. Mesmo aqueles que dispensam a beirada de qualquer coisa, seja de um precipício ou de um beijo. Resta saber a quantos passos da queda estamos.
Estamos na iminência de sermos mortos. E na evidência plena de ser.
Seremos mortos. Todos. Mesmo aqueles que nunca souberam o que é viver. E já estavam mortos, esmo antes de nascer.

Barata Cichetto, 07/06/2017

07/06/2017

A Biblia e O Capital

 "O Capital" e "A Biblia" cristã são realmente ótimos livros para se ler, pelos mesmos motivos: cheios de sabedoria alheia, histórias falaciosas, teorias que jamais serão aplicadas e dogmas que apenas fanáticos acreditam. E isso porque ambos desprezam a verdadeira essência do ser humano e querem construir, com base nas mentes de seus criadores, um ser humano com virtudes que nunca teve e nunca terá. Não, não discordo com o nenhum deles: são livros de ficcção, divertidos por momentos. E até poéticos em outros.

07/06/2017

Talento e Preconceito



Um dia quis ser poeta... Epa... Não, não houve um dia em que "quis ser poeta". Também não nasci poeta, como alardeiam alguns amiguinhos, apenas para fazer um charminho, se auto promover. O fato é que um dia comecei a ler poesia, contos, bulas de remédio, tratados de filosofia, cartas, e tudo o que aparecia e achei de começar a escrever. Achei que poderia ser bom naquilo. E fui! E assim se repetiu em quase tudo na minha porca existência de quase sessenta anos. E sempre dediquei meu tempo a aprender a ser o que queria, precisava, gostava, etc. E sempre fiz bem tudo àquilo ao qual me dediquei. Fui um bom poeta, muito bom mesmo, disso não tenho duvidas, pois além de conhecer o ofício, tenho apurado senso critico, e sempre me cobro para melhorar. E muito. Exijo sempre muito de mim. E sei que fui bom cronista, artista plástico, editor artesanal, microfilmador, arquivista, projetista de brinquedos e embalagens... E pai, entre outras coisas. Enfim, a partir do momento em que me apareceu a primeira duvida se eu poderia realizar aquilo, me impulsionando ao aprendizado, a querer saber mais e mais sobre o que me propunha, sempre fiz tudo com muito tesão. Eu não nasci poeta, projetista, pai, patrão, porra nenhuma dessas. Mas sempre fui o melhor naquilo que fiz. Disso estou certo. Acham que estou sendo arrogante? Pois que pensem. Minha humildade nunca me levou a nada, a não ser ao lugar onde me encontro, ou seja ao nada. Há uns dias, um amigo de Facebook me disse que sou um dos caras mais inteligentes que conhece, mas que exagero um pouco na dose de underground. E essa dose, refuto, é por conta de meu isolamento, cada dia mais frequente. Outra amiga, também disse que gostaria que eu fosse, para os negócios, menos sincero. E essa dose excessiva de sinceridade, é por conta de meu posicionamento contra o terrorismo de "esquerda", cujos homens e mulheres-bomba, são criados igual a ratos em laboratórios de faculdades de humanas, e nas redes sociais. Roubaram minha bandeira. Roubaram minha trincheira. Só resta a dinamite. Não bebo mais. Tenho hetapite. Rinite, Sinusite. Artrite. É... Mas um dia quis ser poeta. E fui. Um dia quis ser amante. E fui. Um dia quis ser pai. E fui. Um dia quis ser artista plástico. E fui. E quis ser mais uma porção de coisas. E fui. E fui muito bom em tudo que fui. Um dia eu quis. Um dia fui. Um dia serei. Tudo mais. E nada! Um dia, há vinte anos, criei um site cultural com o slogan: "Liberdade de expressão e expressão de liberdade", mas atualmente liberdade de expressão é algo que não tem mais importância, ou até mais que isso: dizer o que se pensa pode ser considerado crime. Sim, estou em dias de fúria. Há um ano troquei minha poesia por dinamite, depois de trocar por sexo, dinheiro e Rock'n'Roll. Então, não me peçam o coração, que não dou. É a unica coisa que sobrou. Nada dobrou. O dobro ou nada? Não, a vida não me obrigou a ser assim, ela apenas me abriga. Por enquanto. Dinamite nos dentes. Cérebro esparramado na sarjeta. É esgoto. Sim, eu tenho orgulho de tudo isso. Do que fiz, e do que não fiz, não por medo, mas por impossibilidade. Tenho orgulho do que fiz. Mas, que tempo estranho, em que é preciso explicar que ter orgulho do que se é não significa ter preconceito em relação a quem não é igual. Viva a diferença. A dinamite do talento contra os muros do preconceito. Eu respeito as diferenças. Tenho orgulho de ser o que sou. E exijo respeito ao que sou, ao que penso e às minhas diferenças. Respeito é bom e eu tenho. E exijo.

06/06/2017