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26/08/2015

Bacanal de Poesia

Bacanal de Poesia
Barata Cichetto
Direitos Autorais Reservados


O autor diz que é poesia. E o leitor, o que diz? O leitor não diz, ele sente. Ressente, pressente.  O leitor chupa a poesia como a um pênis e engole o esperma depois do gozo. Se goza junto ou não é outro problema. O autor estimula o leitor, mexe nas suas zonas erógenas, desperta sua libido e seu pensamento lascivo. Masturba, perturba, bolina o leitor. O autor come o leitor, transa com ele numa relação sexualmente ativa, promíscua, sacana; às vezes incestuosa. Quase um estupro, consentido, em determinadas situações. O faz gozar. Jorrar, ter um squirt. Ejaculação. Ou não. Num fetiche violento, o autor xinga o leitor, ofende, venda seus olhos, amarra suas pernas com cordas e os pulsos com algemas. E depois o penetra violentamente. O autor faz o leitor acreditar em suas promessas de casamento e de prazer. E por vezes mente sobre elas. O autor engravida o leitor. Filhos bastardos. O autor é um tarado. Leitor não tem que ter razão. Tem que ter tesão.

25/08/2015

25/08/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 19

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 19

Daniel Lewen - Nectar

Judas Priest - Dragonaut
Jethro Tull - My Sunday Feeling
Rata Blanca - Poder Vivo
Aeroblus - Tema Solisimo

Bad Axe - Cities Of Rage
Band Of Skulls - Death By Diamonds and Pearls
Cynthia Witthoft - Motherfucker Blues.
Nico - (Chelsea Girl ) - Eulogy to Lenny Bruce

Joelho de Porco -  Boeing 723897
Seu Juvenal - Antropofagia Disfarcada
Violeta de Outono - Noturno Deserto
Daniel Lewen - Vulcano O Ritual do Fogo

17/08/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - 18

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 18
17/08/2015

Abertura Thundercats
Ruy Maurity - Batismo dos Bichos
Versão: José Jorge
(Bob Dylan - Man Gave Names To All the Animals)

Poesia: Barata - Ponto B, de Barata
Focus -  House Of The King
Uriah Heep - Traveller In Time
Nazareth - Razamanaz
Abertura Banana Split

Poesia: Denise Avila - Ilusões Etilicas
Outlanders - Black Flags and Beer (2012)
Vírus - Batalha no Setor Antares
Robertinho De Recife - Metalmania
(Judas Priest, Accept e Robertinho de Recife – 23-04-2015 – Rio de Janeiro (Vivo Rio)
Abertura Durango Kid

Texto: Aforismo Novo Ciberpajé
(Posthuman Tantra - Ato IV: Enterro Cósmico )
Aforismo - Barata
Aforismo - Muqueta na Oreia
Abertura Rintintin

Poesia: Barata - O Inferno Sou Eu
Tom Waits - Heart Attack and Vine
Patti Smith -  Ask The Angel
Ruth Copeland (Funkadelic) - Gimme Shelter - 1972
Abertura Fantomas

Blackmores Night - Child In Time (Live)
Aforismo - Dimitri Brandi
Posthuman Tantra - Ato IV: Enterro Cósmico
Abertura Anjo do Espaço

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Aforismos do Ciberpajé
Feminismo e masculinismo são apenas mais algumas das nomenclaturas criadas para destilar o ódio ao outro. Esse ódio perverso que tem acompanhado todos os "ismos", do socialismo ao fascismo, do nazismo ao capitalismo, do cristianismo ao maometanismo. Ele tem promovido cada vez mais divisões, assassinatos, desigualdades e genocídios. Bandeiras e fronteiras que não lograram nenhum êxito em suas pseudo-revoluções, é só observarmos o caos de desigualdade e injustiças que viceja no mundo, a devastação natural e os atos terroristas contumazes em nome de ideologias ou dogmas. (Ciberpajé)



Hypnos, Amyr Cantuiso Jr.

Hypnos
Amyr Cantusio Jr.
(16 de Agosto de 2015 - Teatro Interno da Concha Acústica - Campinas - SP)


Domingo é dia de muitas coisas. Arrumar a casa é uma delas. Ah, escutar musica, cuidar das plantas, dar banho em cachorros, tomar cerveja no boteco da esquina, de bermuda e chinelo. Depois, comer macarronada e .. Dormir. É. Um típico domingo paulistano, de típicos brasileiros, que trabalham a semana inteira.. Mas....

Mas quando a gente é "Do Rock", todas as coisas típicas deixam de ser. Passam a ser atípicas, fora do contexto. Fora de ordem. Caos. enfim. O Rock é assim. Mesmo.

No domingo de Inverno, quente além da conta, de São Paulo, em meio de um Agosto também inteiramente quente, contrariando a antiga máxima da São Paulo da Garoa, eu me preparava para fazer algumas dessas coisas típicas. Um dia absolutamente monótono se anunciou e já chegava meio dia quando eu pensava em cumprir o sagrado momento da cerveja no boteco da esquina.. Quando uma chamada de Facebook mudou tudo.

Amyr Cantusio Jr. que também atende pelo codinome de Alpha III iria fazer uma apresentação em Campinas, sua cidade naquela tarde. Tinha me conformado em não poder ir. Sem dinheiro nem disposição de enfrentar três ou quatro meios de transporte para atravessar pouco mais de cem quilômetros até aquela cidade, tinha resolvido nem pensar mais nisso.

Eis que surge o amigo Adilson Oliveira. Musico, admirador do trabalho de Amyr, parceiro de Stay Rock Brazil e convida: "Vamos para Campinas ver a apresentação do Amyr?"  - Eita, mas é tarde. Dá tempo? "Dá, sim. A apresentação é as três da tarde. Se sairmos agora chegamos a tempo." . Fechado, disse eu. Vou tomar um banho e em uma hora nos encontramos no Metrô. E dai pegamos a estrada.

Precisamente em uma hora e o esperava na estação Carrão do Metrô. Pegamos a Anhanguera e em pouco mais de uma hora e meia estávamos no Parque Taquaral, um local maravilhoso, com muita vegetação, animais, lagos e famílias com crianças. Um paraíso.

Logo estávamos em frente a Concha Acústica, local inaugurado, segundo o próprio Amyr em 1976, onde ele tinha tocado com sua banda na época, o "Spectro". Construção maravilhosa, com um anfiteatro romano perfeito e a concha em forma de folha, muito alta, uns quinze metros de altura.

A apresentação de Amyr, intimista, ocorreria no subsolo, numa área pequena mas aconchegante. Descemos, eu Adilson e Flávia, sua esposa, e ao fim da escada em leque avisto Amyr. A surpresa feliz tomou conta de seus olhos e um forte abraço aconteceu. Ali também, além da Cathia, simpática esposa de Amyr, encontro o poeta  Dríade, Arnaldo Caproni, de quem eu tinha editado três livros de poesia, mas ainda não conhecia pessoalmente.


Por sorte, nossa, o show ainda não havia começado. Falamos um pouco e logo Amyr toma seu lugar no grande palco, onde reinavam solitários uma tela pintada por ele e um pequeno "aparelho" que me deixou encafifado. Onde estariam os teclados? Amyr começa a falar, sem seque microfone, mas audível pela acústica e tamanho do espaço e fala rapidamente sobre sua trajetória e sobre como seria o espetáculo. E assume os controles do tal pequeno aparelho: um "Alessis" sintetizador que se mostra um verdadeiro gigante em tonalidades e sonoridades nas mãos desse musico fenomenal, dono de uma carreira primorosa, com uma produção gigantesca ao longo de 40 anos de carreira.

O tema, que Amyr chama de "Hypnos", seria dividido em três partes. Sentado logo na primeira fila de cadeiras, bem de frente ao musico, logo na primeira parte começo a sentir sensações "estranhas", percebendo que aquele som, aquela musica de alguma forma começa a me levar a um estado de transe. Além da atmosfera criada pela musica, a iluminação, a cargo de Vinicius Dias, criam um clima de viagem, de percepção modificada. Num determinado momento, lembro-me claramente de ter colocado minhas mãos em forma de triangulo a frente do rosto e ter a sensação de estar manipulando uma bola muito macia, sedosa e quente. Uma esfera muito macia que tomava forma de acordo com as nuances da musica.

A segunda parte, segundo o próprio musico, seria um tema mais "simples", na linha de Vangelis. Nesse ponto, todo aquele clima nos transporte a uma viagem no tempo e no espaço. Londres, cinquenta anos atrás. O clima de psicodelia, lisérgica e sinergia das apresentações do Pink Floyd no inicio. As projeções, com imagens de discos voadores, alienígenas, estrelas, o pequeno Alessis enchendo o ambiente de uma sonoridade por horas sufocante, paranoica, esquizofrênica. Uma sensação de que poderíamos tranquilamente sair dali voando, entrar numa máquina do tempo e materializar na Doce Londres dos anos sessenta. (Enquanto escrevo isto, Amyr me chama várias vezes no Facebook. Está eufórico com o resultado artístico, mas frustrado pelo pouco publico.)

Na terceira parte, ainda sobre o efeito do potente alucinógeno, me deixo levar pela atmosfera quase dark. Uma sensação de melancolia me invade. O som é pesado, denso, mas ao mesmo tempo é arrastado, deprimente, gótico. A morte deve ser assim, penso eu antes do final da apresentação. A iluminação, o tempo todo projetada sobre todo o palco, cria desenhos absurdos, ilógicos, incoerentes, alucinógenos sobre o quadro pintado por Amyr, exposto no palco, ao seu lado. Um espetáculo multimídia, transcendental, esotérico. Quase místico.. Quase?

No final da tarde deixamos Campinas, sem antes, na saída do Parque, avistar três cutias que passeavam tranquilamente. Na estrada, eu e Adilson falamos o tempo todo sobre as possibilidades maravilhosas, sob todos os aspectos artísticos, que um espetáculo desses proporcionaria às pessoas. Até quando as pessoas se fecharão em suas conchas não acústicas e não se permitirão experimentar experiências sensoriais, guiadas por músicos de qualidade, como desse gênio chamado Amyr Cantusio Jr.?

Abaixo uma amostra.


Video: Cathia Cantusio

10/08/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - 17

Barata Sem Eira Nem Beira - 17
10/08/2015

Conde e Drácula - O Corvo
Comercial Hollywood 1985 - Coverdale e Rádio Táxi

Poesia: Barata - Barata Bukowski
(Tublues - The Feeling Blues Soul)
Tublues -  Vacilada (Part. Percy Weiss)
The Runaways - Rock And Roll
Quiet Riot - Come On Feel the Noise
Comercial Fita Cassete BASF - Anos_80

Poesia - Gigi Jardim - Perdão (Barata)
David Bowie - Warzawa
Rick Wakeman - Arthur
Crucis - Pollo Frito
Comercial - Jeans USTOP (Liberdade) - 1976

Poesia: Barata - Pontes
Joe Cocker - The Letter
Queen - Bohemian Rhapsody
Sparks - Dick Around
Comercial Antigo da Pepsi - Década de 70

Comercial VW Brasília 1973 Comercial Antigo de Lançamento (Volkswagen)
King Diamond - Omens
Tublues - The Feeling Blues Soul

Ponto B, de Barata

Ponto B, de Barata
Luiz Carlos Barata Cichetto
(Direitos Autorais Reservados)

- Eu transaria com Bukowski. - Ela disse. E comigo, perguntei esquecendo de colocar a interrogação. Com Buk. Contigo jamais, disse ela sem usar a exclamação. Não quer foder, de novo eu disse esquecendo o ponto. Eu quero foder mas não contigo, ela disse sem colocar virgula em lugar nenhum. Quer trepar com o Carteiro, mas não quer foder com Barata,  disse, não sei se afirmando ou perguntando, por que esqueci que ponto usar. Eu não trepo com seres nojentos, disse ela, sem que eu soubesse de quem ela falava. E ficamos ali, entre pontos não colocados e virgulas esquecidas nos masturbando mutuamente com o olhar. E gozamos sem ponto final


03/08/2015

Eu Não Direi as Palavras Mais Terríveis Esta Noite

Eu Não Direi as Palavras Mais Terríveis Esta Noite
Barata Cichetto



Eu não direi as palavras mais terríveis esta noite. Piva já disse. E só fiquei sabendo ontem a noite. Um livro caiu da estante. Não, não era do Roberto, mas um livro qualquer, de culinária, sei lá. Decerto um desses livros que a gente tem e nem lembra por que tem. Mas o fato desse livro cair na minha cabeça, por algum motivo me fez lembrar de Roberto Piva, que também era um maldito desgraçado. E como todo maldito desgraçado como eu, gosta de dizer palavras terríveis, principalmente a noite. Confesso: nunca tinha lido o Piva, nunca mesmo. Mas era chato dizer que não, afinal, somos ambos malditos. Mas tudo bem, ele nunca leu Barata Cichetto, que sou eu. Então, não tem desculpas a serem dadas ou pedidas. Portanto, não direi palavras terríveis esta noite. Não direi palavra alguma. Ficarei em silêncio mortal em respeito às palavras mortas. A terrível mortandade de palavras, por censura ou desconhecimento. Palavras fuziladas no paredão da ignorância, por um exército de eunucos, mentes dominadas e deformadas em escolas do crime e faculdades criminosas. Estarei em silêncio esta noite. Talvez finalmente leia algumas outras coisas de Piva, talvez leia alguma coisa de algum poeta morto. E talvez não leia nada. Minha leitura fará silêncio diante de tanta coisa terrível que é escrita. Silêncio em meus olhos, silêncio em minha mente. Somente. E também não escutarei nada no rádio, não verei nada em lugar nenhum. Só há coisas terríveis em todos os lugares. Pessoas terríveis, adultos e crianças terríveis. Então não direi nada, não escreverei ou lerei. Estarei morto hoje a noite. Quem sabe assim leiam minhas palavras terríveis como li as de Piva ontem a noite apenas, depois de quinze anos após sua terrível morte. Sem palavras terríveis hoje a noite, por favor.

02/08/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 16


Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 16
03/08/2015

Zé Ramalho e Sepultura - A Dança das Borboletas
Fusion Orchestra - Fanfairy Suite for 1000 Trampits (Part One)

Poesia: Roberto Piva - O Século XXI Me Dará Razão
Bob Dylan - Changing of the Guards
Fusion Orchestra - Skeleton in Armour
Sir Lord Baltimore - Kingdom Come

Poesia: Barata - Eu Não Direi as Palavras Mais Terríveis Esta Noite
Amyr Cantusio Jr. (Alpha III) - The Edge
Flores do Fogo - O Poeta da Noite
Muqueta na Oreia - Primogênito de uma Meretriz

Texto: Henry Miller
Geordie - House Of The Rising Sun
Nei Young - Down By The River
Fijid Pink - Music For The People

Barata - Sub-Versões - Purple Haze e a Graça de Deus
Scorpions - Lonesome Crow
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O que me impressionava como a prova mais maravilhosa da minha aptidão, ou inaptidão, para a época é o fato de nada do que as pessoas diziam ou escreviam ter tido qualquer verdadeiro interesse para mim. Só o objeto me perseguia, a coisa separada, destacada, insignificante. Podia ser uma parte do corpo humano ou uma escada numa casa de vaudeville, podia ser uma chaminé ou um botão achado na sarjeta. Fosse o que fosse, permitia-me desabafar, render-me, apor a minha assinatura. E não podia apor a minha assinatura à vida que me cercava, às pessoas que compunham o mundo que conhecia. Estava definitivamente fora do seu mundo, como um canibal está fora das fronteiras da sociedade civilizada. Estava cheio de um amor perverso pela coisa em si - não um apego filosófico, mas sim de uma fome apaixonada, desesperadamente apaixonada, como se na coisa abandonada, sem valor, ignorada por todos, estivesse contido o segredo da minha própria regeneração.

Henry Miller

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