O CONTEÚDO DESTE BLOG É ESPELHADO DO BLOG BARATA CICHETTO. O CONTEÚDO FOI RESTAURADO EM 01/09/2019, SENDO PERDIDAS TODAS AS VISUALIZAÇÕES DESDE 2011.
Plágio é Crime: Todos os Textos Publicados, Exceto Quando Indicados, São de Autoria de Luiz Carlos Cichetto, e Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A. (Escritório de Direitos Autorais) - Reprodução Proibida!


28/02/2012

Como Falar Poesia, por Leonard Cohen


"Segue abaixo a tra(b)dução que fiz de um texto muito interessante do Leonard Cohen sobre como falar poesia. Faz mais sentido traduzir “speak poetry” como “falar poesia” e não “recitar/declamar poesia” porque Cohen, justamente, vai atacar essa última forma, mais teatral, que tira a força da palavra. É claro que é extremamente polêmico tudo que ele diz aí. Mas, em grande medida, Cohen parece praticar o que escreve. Veja o vídeo, abaixo, com ele falando uma poesia e comprove :) Ah, o texto é longo, mas vale muito a pena… e o final, surpreende!" - Jefferson Vasques -  Eu Passarin

-------------------------------------------------------------------------------------

“Tome a palavra borboleta. Para usar essa palavra não é necessário fazer a voz pesar menos do que uma onça ou equipá-la com pequenas asas empoeiradas. Não é necessário inventar um dia ensolarado ou um campo de narcisos. Não é necessário estar amando, ou estar apaixonado por borboletas. A palavra borboleta não é uma borboleta real. Há a palavra e a borboleta. Se você confunde esses dois itens as pessoas têm o direito de rir de você. Não faça muito da palavra. Você está tentando sugerir que você ama borboletas mais perfeitamente que qualquer outro, ou realmente entende sua natureza? A palavra borboleta é apenas dado. Não é uma oportunidade pra você pairar, planar, fazer amizade com flores, simbolizar beleza e fragilidade, ou de qualquer forma personificar uma borboleta. Não represente palavras. Nunca represente palavras. Nunca tente sair do solo quando você fala sobre voar. Nunca feche seus olhos e puxe rapidamente sua cabeça para um lado quando você fala de morte. Não fixe seus olhos flamejantes em mim quando você fala de amor. Se você quer me impressionar quando você fala de amor ponha sua mão no bolso ou embaixo de seu vestido e brinque com você mesma. Se a ambição e a fome por aplausos tem te guiado a falar sobre amor você deveria aprender como fazer isso sem desonrar você mesma ou o material.

Qual é a expressão que a nossa era demanda? A era não demanda expressão de qualquer forma. Nós temos visto fotografias de mães asiáticas de luto. Nós não estamos interessados na agonia de seus órgãos descuidados. Não há nada que você possa mostrar em sua face que possa se comparar ao o horror deste tempo. Nem mesmo tente. Você vai apenas se conservar no desprezo daqueles que sentem as coisas profundamente. Nós temos visto reportagens de humanos em extremos de dor e deslocamento. Todo mundo sabe que você está comendo bem e está mesmo sendo pago para ficar aí de pé. Você está brincando com pessoas que experimentaram uma catástrofe. Isso deveria te deixar muito quieto.

Fale as palavras, expresse os dados, um passo pro lado. Todo mundo sabe que você está sofrendo. Você não pode contar à audiência tudo que você sabe sobre amor em cada linha de sua fala. Dê um passo pro lado e eles saberão o que você sabe porque eles já sabem mesmo. Você não tem nada a ensiná-los. Você não é mais bonito do que eles são. Você não é mais sábio. Não grite com eles. Não force uma entrada a seco. Isso é sexo ruim. Se você mostrar as linhas de sua genital, então entregue o que prometeu.

E lembre-se que a maioria das pessoas não querem realmente um acróbata na cama. Qual é a nossa necessidade? Estar perto do homem natural, estar perto da mulher natural. Não finja que você é um cantor adorado com uma vasta e leal audiência que seguiu os altos e baixos de sua vida até este último momento. As bombas, os lança-chamas, e toda aquela merda que destruíu mais do que árvores e vilas. Eles também destruíram o palco. Você pensou que sua profissão escaparia à destruição geral? Não há mais palco. Não há mais luzes da ribalta. Você está entre as pessoas. Então seja modesto. Fale as palavras, expresse os dados, passo pro lado. Fique sozinho. Fique no seu quarto. Não se coloque.

Esta é uma paisagem interior. É dentro. É privado. Respeite a privacidade do material. Estes pedaços foram escritos em silêncio. A coragem do jogo é falá-los. A disciplina do jogo é não violá-los. Deixe a audiência sentir seu amor pela privacidade mesmo que não haja privacidade. Seja uma boa puta. O poema não é um slogan. Não pode fazer propaganda de você. Não pode promover sua reputação de sensibilidade. Você não é um garanhão. Você não é um matador. Todo esse lixo sobre gangsters do amor. Você é um estudante da disciplina. Não represente as palavras. As palavras morrem quando você as representa, elas murcham, e somos deixados sem nada a não ser com sua ambição.

Fale as palavras com a exata precisão com a qual você checaria uma lista da lavanderia. Não se torne emotivo sobre a renda da blusa. Não fique de pau duro quando você diz calcinhas. Não fique cheio de calafrios por causa da toalha. Os lençóis não deveriam provocar uma expressão sonhadora sobre os olhos. Não há necessidade de chorar no lenço. As meias estão lá não para te lembrar de estranhas e distantes viagens. É apenas a tua lavanderia. São apenas suas roupas. Não fique espiando através delas. Apenas as use.

O poema não é nada mais do que informação. É a Constituição de um país interno. Se você o declama e o explode com suas nobres intenções então você não é melhor que os políticos que você despreza. Você é apenas alguém balançando uma bandeira e fazendo o apelo mais barato para um certo tipo de patriotismo emocional. Pense nas palavras como ciência, não como arte. Elas são um relatório. Você está falando diante de um encontro do Clube de Exploradores da National Geographic Society. Essas pessoas conhecem todos os riscos de se escalar montanhas. Eles te honram por tomar isso por certo. Se você enrubescer suas faces fazendo o contrário será um insulto à hospitalidade deles. Fale pra eles da altura da montanha, sobre o equipamento que você usou, seja específico sobre as superfícies e o tempo que tomou para escalá-la.. Não trabalhe com a audiência buscando arquejos e suspiros. Se você está buscando arquejos e suspiros não será de sua apreciação do evento mas da deles. Serão as estatísticas e não a voz trêmula ou o cortar do ar com suas mãos. Estará nos dados e na quieta organização de sua presença.

Evite o floreio. Não tenha medo de ser fraco. Não fique com medo de ficar cansado. Você fica bem quando está cansado. Você parece como se pudesse ir adiante pra sempre. Agora vem pros meus braços. Você é a imagem da minha beleza.”

Do livro “Death of a Lady’s Man” de Leonard Cohen.


Larry Flynt - Um Working Class Hero Pornô



Um dos caras por quem nutro uma grande admiração é um cidadão chamado Larry Flynt. Proprietário da lendária revista "pornográfica" Hustler, Flyn sempre primou por desafiar aqueles que tentaram brincar com a liberdade de pensamento. Embora milionário, foi uma espécie de "Working Class Hero". Construiu um império editorial e lutou com unhas e dentes em batalhas judiciais, além de perder a mulher vitimada pela AIDS e sofrer um atentado que o deixou paraplégico. Quem quiser conhecer um pouco melhor a história de Larry Flynt assista: "O Povo Contra Larry Flynt", que tem Courtney Love interpretando Althea, a esposa. Recentemente um escândalo que culminou com o fechamento de um dos maiores jornais, de propriedade de Rupert Murdoch, colocou em xeque a liberdade de pensamento. Com relação a isso, Larry Flynt escreveu em seu site um texto magnífico, sobre a liberdade de imprensa e a liberdade de pensamento de uma forma geral.


---------------------------------------------------
O Povo Versus Murdoch
Larry Flynt, The Washington Post – O Estado de S.Paulo (19/7/2011)

Um dos poucos valores que Rupert Murdoch e eu compartilhamos é a importância de uma imprensa livre. Concordamos que este é um direito irrefutável, especialmente num período em que poucas liberdades genuínas ainda existem nos EUA. Reconhecemos que, se a mídia perder seu direito de livre expressão, perderemos tudo. E, talvez mais importante, sabemos que nesse esforço para proteger essa liberdade, os limites têm de ser ampliados.

Mas divergimos quanto à maneira como ampliamos esses limites. Eu o faço publicando matérias controvertidas e pagando a pessoas que estão dispostas a ir mais longe e expor a hipocrisia política. Os subordinados de Murdoch ultrapassaram os limites, com ações antiéticas e criminosas: grampos de telefones, subornos, um comportamento criminoso coercivo, traindo a confiança dos leitores. Se os delitos atribuídos à News Corporation são verdadeiros, a empresa de Murdoch está disposta não só a ultrapassar os limites, mas acabar com eles.

Não podemos desfrutar da liberdade e dos benefícios de uma imprensa livre ignorando a privacidade dos indivíduos. Como dirigentes de conglomerados jornalísticos, temos a responsabilidade de manter e respeitar este limite. Embora Murdoch compreenda o significado do que fazemos usando como pretexto a livre expressão, ele pode não ter entendido a responsabilidade que uma publicação deve ter.

As empresas de Murdoch divulgam sistematicamente reportagens sobre pessoas que não deram permissão para ter suas vidas expostas na mídia – e esta é só a ponta do iceberg. Os funcionários da News Corporation teriam contratado criminosos conhecidos para obter informações particulares sobre o ex-premiê britânico Gordon Brown, quando seu filho foi diagnosticado com fibrose cística. Também teriam contratado investigadores que grampearam telefones de vítimas dos atentados do 11 de Setembro nos EUA e de 2005 em Londres.

Portanto, é justo que Murdoch tenha sido obrigado a fechar o tabloide News of the World e a abandonar sua proposta de compra da rede de TV por satélite British Sky Broadcasting.

Independentemente do quão ofensiva ou escabrosa as pessoas possam considerar a revista Hustler, e outras publicações sob minha responsabilidade, o fato é que ninguém aparece nas suas páginas sem ser consultado e ter concordado com isso. Sim, pago para quem queira denunciar políticos hipócritas – e um desses casos, em 1998, resultou na renúncia de Bob Livingston, parlamentar republicano da Louisiana que votou a favor do impeachment do presidente Bill Clinton, apesar dos próprios casos extraconjugais. Meu foco não são pessoas inocentes, mas aquelas que praticam o oposto do que pregam em público.

Quase que diariamente, e de maneiras que o público no geral não consegue reconhecer, nosso direito à privacidade vem desaparecendo.

Nossos líderes políticos permitem que empresas como Google e Facebook violem continuamente esse direito. Ambas servem como minas de dados, vendendo informação sobre seus usuários. O Facebook, usando o artifício das configurações para resguardar a privacidade individual, simplesmente acabou com ela. O governo necessita voltar às suas raízes: proteger a intimidade dos seus cidadãos, ao mesmo tempo encorajando as liberdades individuais.

Limite. A liberdade de imprensa e o direito à privacidade não devem ser beligerantes. As pessoas conferiram aos membros da mídia o dever e a responsabilidade de prestar informação. Como editores, precisamos saber qual é o limite, ampliá-lo, mas jamais ultrapassá-lo.

Se as alegações forem verdadeiras, Murdoch não só ultrapassou esse limite – ele o deletou. E ao fazer isso, colocou todos nós que desfrutamos da liberdade de expressão em grave risco. Somente quando os leitores acreditarem que o material publicado foi obtido honestamente é que uma imprensa livre poderá continuar sendo a força propulsora na preservação da nossa democracia.

Tradução: Terezinha Martino


Poemas de Barata Cichetto Musicados por Renato Pop


Perpetuação



Sou meu próprio pesadelo e sou a minha própria criação
Minha própria morte, um ataque ao meu próprio coração.

Sou minha própria crença e a santidade da minha santificação
Minha própria dor e os pregos de minha própria crucificação.

Sou eterno quanto a própria morte e escravo da minha abolição
Minha própria esperança e o desespero de minha própria aflição.

Sou minha própria loucura e a sanidade da minha internação
Minha própria doença e cura por minha própria mortificação.

Sou a própria existência e minha própria morte por execução
Minha própria sentença e o juiz da minha própria condenação.

Sou errado quanto sonhos, perfeito em minha total imperfeição
Minha própria esperança, finado em minha própria perpetuação.


Cão Atropelado



Desembucho a minha lira e danço pelado
Estrebucho minha ira feito cão atropelado
E canto a minha sina de poeta aniquilado.

Bêbado poeta, louco profeta anestesiado
Afogando minhas dores, morro asfixiado
E vivo sobretudo pela morte sentenciado.

Amo da forma que consigo, desamado
Morro do jeito que deixam, desarmado
E sobrevivo, morto, assim desanimado.



Segredos



Existem segredos que nem a mim mesmo eu conto
Porque sempre aquele que conta aumenta um ponto.
Guardo segredos a mim porque não estou pronto
A saber de sentimentos que nem a mim eu aponto.

Eu não tenho comida nem tenho respostas
Apenas tenho fome e tenho as perguntas
Não tenho nada a pesar nas minhas costas
Tenho apenas sede e nada do que juntas.

Não sou o que tenho, mas tenho o que sou
Apenas eu e nada, nada mais do que restou
Um par de sonhos e um outro de meias furadas
Tenho apenas tristeza e não quero suas risadas.

Revist`A Barata + KFK Webzine - Pacote Completo




Pacote Completo das Edições de 1 a 5 da Revist`A Barata + o numero 1 da KFK Webzine.
Tamanho 100 MB
Download (Arquivo .rar)
http://www.4shared.com/rar/n9SSBam2/RevistABarata-1-6.html? 

21/02/2012

Facebook: Liberdade de Expressão e o Manual de Conduta e Postagem do Barata


Facebook: Liberdade de Expressão e o Manual de Conduta e Postagem do Barata 
Barata Cichetto

“Liberdade não apenas significa que o indivíduo tem a oportunidade e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de escolher; também significa que deve arcar com as conseqüências de suas ações, pelas quais será louvado ou criticado. Liberdade e responsabilidade são inseparáveis”. - F. A. Hayek

Quero construir uma metáfora baseada em fatos reais: moro em uma casa alugada onde, enquanto pagar meu aluguel o proprietário não tem o direito de entrar sem que eu permita, a não ser pela prerrogativa prevista em lei de "vistoria do imóvel". Embora não detendo a propriedade do imóvel, desde que não infrinja o previsto na Lei ou no próprio contrato, tenho direito ao uso de todas as partes da casa, do muro ao banheiro, da forma que eu quiser. Diante disso, o que guardo, falo, escrevo, penso e faço nesse imóvel é de minha propriedade e responsabilidade. Tenho, portanto o direito a cagar no meu banheiro, comer na minha cozinha, dormir no meu quarto. Ou de cagar no quarto, comer no banheiro, etc., se assim eu desejar. E, principalmente, de deixar entrar nesse imóvel quem eu quiser. E exerço, e faço questão que respeitem, meu direito sobre minha moradia, sem por isso possa ser acusado de tirania e opressão.

E é exatamente assim que funcionam as chamadas redes sociais. Elas tem donos que nos alugam um espaço, mesmo que teoricamente gratuito, mas cujas regras de "locação" são as mesmas, basicamente de qualquer contrato de locação. O fato de não existir um valor monetário diretamente não exime nenhum dos lados de suas responsabilidades com relação a esse contrato. Sempre assinamos termos de concordância de serviço, e isso é um contrato de locação. Se infringirmos somos penalizados. Mas assim como no imóvel que alugamos para moradia, tudo ali dentro nos pertence e é de nossa propriedade e responsabilidade e temos o direito de usá-lo de forma livre, embora dentro das regras legais e contratuais.

Dias atrás, por força de uma postagem, acabei entrando em conflito com uma "amiga" de Facebook, que culminou com o fim dessa "amizade". Não irei declinar detalhes que possam identificar a pessoa, mas apenas citar fatos. E, mesmo assim, somente aqueles que têm relação direta com o assunto.

Poucos dias antes, como forma de criticar dois “fenômenos” midiaticos recentes, a história de Luisa no Canadá e a "importância" de Caetano Veloso atravessar uma rua, publicada no Portal Terra, fiz uma montagem propositalmente grotesca, escrevendo no lugar de "Caetano se prepara para atravessar a rua no Leblon nesta Quinta-Feira" para "Barata se prepara para cagar em Guaianases nesta quinta-feira" e coloquei algumas fotos minhas no banheiro, que tinha feito há mais de um ano como uma “homenagem” a Frank Zappa que tem uma foto em idêntica situação. A coisa começou a ser replicada pelas páginas do Facebook com a mesma tônica da história da Luisa: "Foi todo mundo lá, menos o Barata que foi cagá!" Era uma critica bem humorada, e a tal "foto" era sempre acompanhada do endereço da página do Portal onde existia a tal matéria.

Mas aí é que entra a questão da desinformação, aliada à pressa em aparecer criticando, da maioria das pessoas dentro do mundo moderno das redes sociais: um dia antes tinha morrido um cantor popular brasileiro e naquele dia uma cantora americana. E como sempre acontece nessas redes, as pessoas começam a entulhar de lamentos, fotos de antes/depois, chororôs e outras coisas irritantes. Não gosto disso, acho hipocrisia, mas nunca ataquei diretamente ninguém por isso. O que faço é escrever no meu mural meu descontentamento com isso. E foi o que fiz. Pegando o compartilhamento sobre a montagem da minha foto escrevi: "Ah, A Whitney Huston morreu? E dai? E eu com isso? O importante mesmo é que Barata Foi Cagá!" Foi um recado direto sobre minha falta de interesse pelo assunto e ainda pegando o gancho da brincadeira.

A partir daí, minha ex-"amiga" entrou na postagem e começou a tecer criticas, sem entender o tom da conversa, afirmado que eu estaria desrespeitando a morta e a liberdade de expressão das pessoas, que qualquer um tinha direito de ser hipócrita, que dessa forma eu intimidava as pessoas a não postarem suas opiniões, que eu era um opressor e tirano, e que estaria criando um "Manual de Postagem", e que eu era um “isso” e um “aquilo”... E essa discussão acabou assim: minha "amiga" me excluiu da sua lista de “amigos”, sem antes deixar uma mensagem cheia de ofensas em meu mural, construindo uma “biografia” minha de forma pretensiosa, falaciosa e violenta, sem o menor conhecimento de meu histórico pessoal. Fiz questão de manter a mensagem, mas horas depois ela mesma a apagou.

No inicio deste artigo, coloquei a metáfora da casa alugada para ilustrar o funcionamento das redes sociais, pois esta foi a questão crucial: minha "amiga" (ex-"amiga") batia na tecla de que o mural do Facebook é coletivo e não meu e que portanto eu tinha que aceitar tudo que era escrito e ficar quieto, calado sem reclamar, e que também não tinha o direito de excluir pessoas da minha "roda de amigos" com as quais eu não concordasse. Caso contrário eu seria um tirano, opressor e blá, blá, blá... 

Ainda usando da ilustração do início, imaginem o seguinte: chega uma pessoa e picha o muro da minha casa, (não importando se esse "minha" se refere a propriedade do imóvel ou direito de uso por locação) escrevendo uma merda qualquer. Segundo o conceito da minha “amiga”, eu não posso apagar aquilo e mandar o cara a merda, nem dizer pra ele: "estou com o saco cheio de você escrever merda no meu muro!", porque tenho que respeitar a liberdade de expressão dele... E ainda tenho que continuar a chamá-lo de amigo! Menos, né?!  E isso não tem nada a ver com liberdade de expressão. Quem acha que tem, é mal intencionado ou desinformado. Ou as duas coisas.

Então, baseado na sugestão da minha ex-"amiga", estou criando um "Manual de Conduta e Postagem do Barata". Quem não gostar tem todo direito a sua tão famigerada liberdade de expressão e escrever suas criticas, ou seja: pode chegar e pichar meu muro. Mas não esqueça que eu tenho o direito de apagar seu comentário do meu muro e nem por isso estarei sendo censor, ditador ou tirano. Pode também mandar um e-mail me xingando, que também tenho o direito de responder ou simplesmente ignorar. Pode ainda deletar-me da sua lista de "amigos", qualquer coisa assim. Mas não esqueça que eu também tenho o direito de fazer a mesma coisa contigo. 

E é simples, curto e grosso meu Manual:

1 - O meu mural do Facebook é meu (está escrito lá isso).
2 - Eu tenho o direito de não gostar do que você escreve, e:
2.1 - Responder no seu mural;
2.2 - Escrever no meu mural que eu não gosto do que você escreveu;
2.3 - Te mandar a merda, ou seja, te deletar da minha lista de "amigos", pois não sou obrigado a ter “amizade” com pessoas que não me interessam.
2.4 – Se não quer ser contestado, não publique nada que possa aparecer no mural alheio, ou seja não compartilhe bosta nenhuma... Ou exclua sua conta nas redes sociais.
3 -  Como disse minha “amiga”: você tem o direito de ser hipócrita, submisso e idiota, mas não espere que eu também o seja.
4 - E que fique bem clara, uma coisa que os defensores insanos da liberdade pela liberdade esquecem, que é o fato de que a liberdade sempre tem um preço e deve obrigatoriamente vir acompanhada da responsabilidade.

E finalmente: as pessoas não estão nem ai pra você, entende isso! Eu não estou nem aí pra você e você nem ai pra mim. O Facebook me usa, coleta minhas informações pessoais e as vende a corporações, então eu também uso um pouco deles postando as minhas idéias e meu modo de pensar, mesmo que seja numa foto cagando... Ou mandando o Mark Zuckemberg tomar no cu. Não gostou?

14/02/2012

Eu Sou Um Filho da Puta!


Eu Sou Um Filho da Puta!
Barata Cichetto




(Wikipedia): (Ofensivo) expressão utilizada com a intenção de ofender alguém, afetando a sua mãe, como se fosse uma meretriz ; expressão utilizada no sentido de invejar alguém, seja por sorte, treinamento, estudo, competência, etc.
"Mas que filho da puta! Como conseguiu isso?"
Sinônimos (Brasil): Filho duma égua, filho de rapariga, filho da mãe.
Traduções: Inglês : son of a bitch, son of a gun, motherfucker; Italiano : figlio di puttana.

Que me perdoe minha santa mãe, sobre a qual não pesa qualquer suspeita de ser uma, mas eu tenho que me confessar um filho da puta. Lendo o exemplo da Wikipedia, só tenho esta definição sobre mim mesmo. Sempre usaram esta expressão a respeito de minha pessoa, tanto no sentido bom quanto no ruim. 

- Como este (eu, no caso) filho puta conseguiu manter um site de Cultura-Rock durante 15 anos  sem ajuda nenhuma?
- Como este filho puta (também no caso, eu) conseguiu montar uma webradio há um ano, nadando contra a maré fácil dos enfileiradores de musica?
- Como este filho puta (ainda eu) consegue editar revistas, fanzines, livros, revistas em PDF, sem ter um puto (masculino de puta, referente a dinheiro)?
- E como este filho puta bem grande (eu, ainda eu) consegue ainda acreditar em cultura num país de políticos filhos da puta, pseudo artistas filhos da puta, empresários, religiosos, professores também filhos da puta?
- Como esse filho da puta (eu, eu, eu), aos 53 anos de idade, continua acreditando em poesia, tendo escrito mais de 500 poemas sem nunca ter ganho um prêmio literário, nenhum reconhecimento?

A resposta é simples: eu também sou um tremendo de um filho da puta que ainda acredita em poesia, cultura, Rock... Um tremendo filho da puta que ainda acredita em sonhos, como o de estar certo de que o único caminho para um povo, um mundo melhor é através da educação, informação e da cultura.

E, mais uma vez me desculpa mãe: mas eu sou mesmo um grande filho da puta!

Mas não sou o único, porque neste momento eu você que me lê,  também é um outro grandissíssimo filho da puta!

("Editorial" da Segunda Edição da Zine-Revista - Revista-Zine? - Versus)

Rádio Barata - 122

Rádio Barata
Produção e Apresentação: Luiz Carlos "Barata" Cichetto
Programa 122
19/02/2012 - 21:00



Bloco 01 - Opera Rock Vitória - Projeto Abortado
C.K.Strong - C.K.Strong - 1969
Disco da bela felina Lynn Carey, que é contemporânea e lembra muito Janis Joplin, lançado em 1969. 
Músicos: Lynn Carey (Vocals), Jeff Kewley (Guitar, Vocals), Geoff Westen (Guitar, Vocals), Chris Brooks (Bass, Vocals), Ron Grinel (Drums)
Músicas:  Stormbird, Baby Let Me Out, Affairs

Bloco 02 - Programação da KFK Webradio
Cosmic Dealer - Crystalization - 1971
Banda Holandesa que lançou apenas este único disco em 1971. A sonoridade se alterna entre faixas bem Progressivas e outras mais puxadas para o Psycho Rock com boas Guitarras e uma flauta que está presente em quase todas as faixas.
Músicos: Frans Poots: Flute, Percussion, Saxophone, Vocals; Bas van der Pol: Guitar, Vocals; Jan Reijnders: Guitar, Vocals; Angelo Noce Santoro: Bass Guitar, Vocals; Ad Vos: Drums, Percussion
Músicas: Daybreak (F. Poots, B. van der Pol); Crystallization (Cosmic Dealer); Head in the Clouds (Curtis, Gun)

Bloco 3 - Deja-Vu - Between the Leaves (1976)
Originaria da Noruega, "Deja-Vu" foi formada em 1975 Seu único registro foi lançado em vinil na época com tiragem de poucas cópias e ficou restrito a um pequeno grupo de fãs. As influencias sonoras nos remetem às bandas "Yes", "King Crimson" e um pouco de "Gentle Giant".
Músicos: Kai Grønlie (Vocal); Per Amundsen (Baixo); Knut Lie (Bateria); Harald Otterstad (Teclado); Svein Rønning (Guitarra).
Músicas: Burning Bridges; Between The Leaves; Visions Of Nirvana

Bloco 4 - Elonkorjuu - 1971 - Harvest Time
Fantástica banda da Finlândia que foi fundada em 1969. "Elonkorjuu" é a palavra Finlandesa que significa "tempo de colheita", e este álbum Harvest Time infelizmente foi o único lançado.
Músicas: Unfeeling; Swords; Old Man's Dream

Bloco 5 - Grave - Grave 1 (1975)
Banda Alemã com pouquíssimas informações. Sabe-se que a gravação deste álbum foi feita com parcos recursos: gastaram apenas U$1.000,00 entre tudo (estúdio,os poucos exemplares prensados,etc), mas a qualidade ficou absurdamente boa.
Músicas: Morning Sun; Grave - Initations; Please Gunter Play the Bass

Bloco 6 - My Solid Ground (1971)\My Solid Ground - 1971
Sensacional banda Alemã que lançou apenas essa pérola. O criador da banda é o cantor, guitarrista e compositor Bernhard Rendel, que fundou criou esse projeto em 1968, quando tinha apenas 14 anos.
Músicas: Flash Part IV; That's You; Handfull Of Grass

Bloco 7 -  Velvett Fogg - Velvett Fogg (1969)
Velvett Fogg foi uma uma banda de rock psicodélico do final da década de 60 da qual fez parte, em 1968, o guitarrista Tony Iommi. Velvett Fogg fez parte do cenário underground do final dos anos 60 na cidade de Birmingham na Inglaterra. Ex membros da banda Gravy Train, a banda fez uma turnê na Alemanha tocando em bases militares e clubes. O disco é uma raridade.
Musicos: Ernie Hand – Vocal, Bob Hewitt – Guitarra, Graham Mullett – Bateria, Mick Pollard – Guitarra, 
Músicas: Yellow Cave Woman, Plastic Man, Telstar

Bloco 8 - Earth - Pré Black Sabbath (1969) (Demo)
Gravações do Black Sabbath ainda usando o nome de Earth
Músicas: The Rebel; When I Came Downn; Early One Morning Blues


18/02/2012

Barganhas


E então disse Charles Bukowski: "Cada uma de nossas alegrias é uma barganha com o Diabo." E então, Velho ...  Cada uma de nossas tristezas é uma barganha com Deus???? Eu não faço negócios com com quem ou o que não existe, não faço negócios com desconhecidos. Portanto minhas tristezas e alegrias, Velho Safado, são negócios mal feitos que fiz comigo mesmo!
(Barata Cichetto)

16/02/2012

Cruz e Souza, O Cisne e o Trem


Cruz e Souza, O Cisne e o Trem
Luiz Carlos "Barata" Cichetto

“Tu'alma lembra um mundo inaccessível 
Onde só astros e águias vão pairando, 
Onde só se escuta, trágica, cantando, 
A sinfonia da Amplidão terrível!

Alma nenhuma, que não for sensível, 
Que asas não tenha para as ir vibrando, 
Essa região secreta desvendando, 
Falece, morre, num pavor incrível!

É preciso ter asas e ter garras 
Para atingir aos ruídos de fanfarras 
Do mundo da tu'alma augusta e forte.

É preciso subir ígneas montanhas 
E emudecer, entre visões estranhas, 
Num sentimento mais sutil que a Morte!”
(Mundo Inaccessível – Cruz e Sousa)

É quase noite fechada na pequena cidade de Antônio Carlos, interior de Minas Gerais, quando o trem negro apita e deixa a estação com destino à Capital Federal do Rio de Janeiro. Acionando a alavanca, o maquinista faz com que as rodas daquele monstro de metal alimentado pelas fornalhas, engula um a um os pedaços dos trilhos de aço dentro da noite escura. A fumaça da chaminé se mistura às nuvens escuras e seu apito se confunde com os pios das corujas que caçam ratos. Dentro desta centopéia moderna, pessoas engolidas pela indiferença crítica dos últimos anos do século XIX. O vagão de cargas, acostumado ao cheiro da bosta de cavalo, agora recende a cheiro de morte, carregando o corpo de um homem morto pela tuberculose. Nos bolsos do terno daquele funcionário, arquivista da estrada de ferro, centenas de poemas rabiscados. 

Centenas de quilometros depois, ao chegar à estação da capital do Império, o monstro metálico vomita sobre a plataforma a urna funerária. De pé, amigos de jogos, sonhos e poesia, vindos de todas as partes e de todos os tempos do mundo, que chegaram para prestar a ultima homenagem a um dos maiores poetas daquele Brasil, que nem hoje ou não mais hoje, acredita na poesia como forma mais profunda de expressão do ser humano.

E ali estão, com seus ternos, cartolas ou calças de brim, poetas e amigos como Charles Baudelaire, Stephane Mallarmé e Paul Verlaine, que vieram da França imediatamente ao saber do falecimento do amigo. Da África, deixando de lado suas lides de mercenário e lembrando ser ainda um poeta, chegara Jean-Nicholas Arthur Rimbaud, que logo declama com eloquencia: "O poeta é um vidente por um longo, imenso e irracional desregramento de todos os sentidos".

Sempre tendo pousado nos ombros um Corvo Negro, Edgar Allan Poe apenas balança a cabeça e dá um gole numa garrafa de bebida, enquanto O Corvo grasna: “Never More!... E nada mais”. Da cidade natal do morto, Nossa Senhora do Desterro, o amigo e também poeta Juvêncio de Araújo Figueiredo chega proferindo a sua sentença: "Seus grandes olhos negros em fundo de opala guardavam doçuras inefáveis, mas possuíam quase sempre certo ar de tristeza. Eram um misto de sombra, de sol e de luar”. Com enormes bigodes e suíças, parado e silencioso em um canto, um outro poeta, filho de um polonês com uma negra, de sobrenome Leminski, que de barco partira de Curitiba na manhã daquele dia.  

Acompanhados de outro amigo, José do Patrocínio, o cortejo ruma ao Cemitério de São Francisco Xavier onde o corpo magro e debilitado de João da Cruz e Sousa é sepultado. O Dante Negro, poeta que trouxe o Simbolismo ao Brasil estava morto. E alguém dentre aqueles poucos amigos lembrou seu testamento e a plenos pulmões leu, antes da ultima pá de terra cobrir o caixão: "Que importa que morra o poeta? Importa que não morra o poema!". Estava então terminada uma vida de negro silêncio, Um negro silêncio tomara conta daquela existência, de um peito dilacerado pelas injustiças das portas fechadas, da indiferença preconceituosa e de uma morte organizada pela pobreza, inveja e intolerância. Estava terminada uma existência de angustia e sofrimento, de musicais poemas escritos com lágrimas e sangue. Estava terminada a existência de um poeta. E também morta uma grande parte da poesia. E então, também vindo de um outro tempo e outro lugar, bradei eu à beira do sepulcro: "Muito importa que morra um poeta, pois com ele morre também um pouco da poesia!". 

Cruz e Sousa, o simbolista, o abolicionista, o incompreendido e subjugado, agora não mais desfilaria pelas ruas do Desterro ou do Rio de Janeiro sua elegância e altivez, não mais as gravatas de nós estilo “Rossini” enfeitariam o peito do homem que, muito mais que vitima de preconceitos raciais, fora sim, vitima de algo muito maior: a discriminação pela inveja que ocorre contra qualquer homem consciente de seu próprio valor e que luta contra ela com todas as suas forças, mas que sucumbe diante da covardia dos espectadores impassíveis.  O Cisne Negro soltara agora seu ultimo canto.

Quando a notícia chegou a Gavita Rosa Gonçalves, a esposa que ele conhecera às portas de um cemitério, ela nem conseguiu entender ou chorar. A loucura a mandara a um mundo distante dentro de sua própria mente. E pouco lhe se lhe dizia a morte e tão pouco lhe falava a poesia. Três filhos pequenos que não alcançariam a adolescência e ainda no ventre outra criança que ainda herdaria o nome de pai e que seria a continuação da maldição de dor e tristeza paternas, e que também estaria morto antes de completar os 20 anos.

E naquele triste dia de Março de 1898, de cabeças baixas, poetas, amigos e o que sobrou da Poesia, deixaram o cemitério, retornando aos seus lugares no tempo e no espaço, sabendo que ali enterrado, estava não apenas o corpo negro e debilitado de um dos maiores poetas e uma das vozes subterrâneas mais eloqüentes, belas e fortes do Brasil, mas também que sob aquela terra apodrecia, um pouco da própria Poesia.

E de volta aos trilhos que o levariam novamente à cidade de Antonio Carlos, o trem negro apitou e tornou a engolir quilômetros e quilômetros de trilhos. Mas as cinzas negras de sua chaminé não mais alcançavam o céu, e as nuvens choravam as lágrimas da Poesia. Os cavalos agora tomavam o lugar do defunto e o cheiro era apenas de esterco. Não havia mais cheiro de poesia nem de morte naquele vagão escuro e os cavalos relinchavam bradando à noite, encobrindo o piado das corujas que com suas asas e garras não mais caçavam ratos, mas homens.

---
João da Cruz e Sousa
Pais: Guilherme da Cruz, mestre-pedreiro, e Carolina Eva da Conceição
Nascimento: Nossa Senhora do Desterro, (Atual Florianópolis) - SC, 24 de novembro de 1861. Em 1890 transfere-se para o Rio de Janeiro
Casamento: Gavita Rosa Gonçalves, 09 de novembro de 1893
Falecimento: 19 de março de 1898
Filhos: Raul, Guilherme, Reinaldo e João (Nascido após a morte do pai)
---
Livros Publicados:
Poesia:
"Broquéis" (1893)
"Faróis" (1900)
"Últimos Sonetos" (1905)
"O Livro Derradeiro" (1961).
Poemas em Prosa:
"Tropos e Fanfarras" (1885) (Em Conjunto com Virgílio Várzea)
"Missal" (1893)
"Evocações" (1898)
"Outras Evocações" (1961)
"Dispersos" (1961)
---
Links Altamente Recomendados:
http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/cruz.htm
http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/cruz_esp00.htm
http://www.jornaldepoesia.jor.br/csousa.html#morte
http://www.releituras.com/cruzesousa_menu.asp
http://www.spectrumgothic.com.br/literatura/autores/cruz_sousa.htm
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cruz-de-souza/cruz-e-sousa.php
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/Cruz_e_Souza/978sc006.html



14/02/2012

Fanzine Gulcher


Fanzine Gulcher
Ian O Da Rocha

O fanzine nasceu de uma necessidade psicológica original: eliminar as garras da sombra. Seu golpe contra a estrutura do poder atinge a tirania da estética. Ele abala os cuidados no cumprimento das regras. 

O fanzine é brinquedo. Não se preocupa: é a libertação dos códigos. O fanzine foi a primeira manifestação contracultural espontânea. É uma estrutura instintiva de comunicação, expressa através de uma forma de experimentar o mundo que se tornou coletiva criando, continuamente, Zap Comix secretos.

O fanzine não é só brinquedo: é o brinquedo com o lixo da cultura, desde os falsi da Frigidaire, até os fan-fiction de Star Wars. A cultura pop (ver Andy Warhol) recolhe o lixo. Fanzine é o retorno do desprezado, por um canal que a psicanálise não viu: forças instintivas e abandonadas gestaram o fanzine no ventre do tempo.



(Escrito a partir do texto “Rock Gulcher” de Luiz Carlos Maciel, substituindo-se as palavras ‘rock’ por ‘fanzine’; ‘Woodstocks’ por ‘Zap Comix’, entre outras sutis adaptações. ‘A Morte Organizada’, pág. 69 - 1978 – Ed. Global / Ed. Ground)

Manifesto Rozz-Tox, de Gary Panter

Tradução: Ian Cichetto



(Um artefato de 1980 com ressonâncias do fim do milênio)

Item 1:
A vanguarda não é um único corpo. Ela simplesmente está chocada após um ataque infeliz com suas próprias pedras. Finge dormir, mas um olho brilha e uma contração involuntária no canto da boca desmente o risinho reprimido. A risadinha de alguem por chegar acordado ao seu próprio funeral coberto de um mobiliário atômico beatnik como na TV. Um mutante com uma missão.

Item 2:
Ainda restam vinte anos no século vinte. Vinte anos para colher as recompensas e calamidades que foram colocadas em movimento neste período. Neste momento, uma corrente de função estética está emergindo: a culminância inevitável de conceitos e experimentos pioneiros que foram conduzidos neste século. Nós declaramos a sociedade um parque de diversões, e que deva ser levado em consideração.

Item 3:
Uma textura e um tom mortais tomaram conta do Nirvana de cereais: um misantropo nascido de realidades cruciais, tendências, e memorandos internos de escritório. Homens de negócio sem visão posando como profissionais do entretenimento garimpam toneladas de animações sem alma para manhãs de sábado. Será que poderiam tornar rentável o gênio de borracha das manhãs de sábado de sua juventude?

Item 4:
Nós dizemos basta aos instigadores de design de game shows, por que estamos enjoados e tontos. Mostre-nos os bastidores dessas fachadas monstruosas por que mesmo os tapumes são uma textura mais saudável. Oh vocês que procuram o novo e correm assombrados através da história, direto para as garras de uma vida eterna onde nenhum barbeador elétrico pode ser feito para durar!

Item 5:
Fechem os bares! Nós exigimos centros de mídia bem iluminados que sirvam bebidas leves e leite. Nós exigimos que aquela rádio dos 40 melhores pare com isso. E isso vale para os executivos de entretenimento: Nós sabemos quando rir. As máquinas não, e é irritante ouví-las rir na hora errada. Elas riem de qualquer coisa e qualquer coisa não é engraçado.

Item 6:
Encontre os malfeitores, os caixeiros viajantes de Pavlovia que usam contra nós nossas partes que não mencionamos. Você se esconderá atrás de uma tela de seda fosforescente enquanto a biologia cobra sua recompensa?

Item 7:
Uma profunda fé no glamour é uma maneira infalível de não ver que você mata o que você come. Nós acreditamos e idolatramos um mundo bidimensional. Nenhum daqueles que imprimem deus nos salvará quando estamos nus e sem cérebro ante um descompromissada e imparcial fisicalidade. Nós estamos enjoados agora/descobrimos a mídia. Junte-se à polícia da arte. Nós desejamos que se coloquem fotos de vacas em todos os restaurantes de fast-food. E para os vegetarianos, gravações de gritos de vegetais em todas as mesas de salada.

Item 8:
Comunicação de marketing bonitos e eficientes e mídia estética não são necessariamente maus, são simplesmente sedutores.
Entretanto, estética sedutora e mídia estão inclinados a minar o senso comum e a visão numa cultura capitalista. Nossas próprias criações nos envergonham. Nos ensinar que a mão e a opinião do indivíduo não são tão legítimos quanto a opinião transmutada e inflada pela transmissão em larga escala ... especialmente quando essa opinião está em 36 quilos de material envernizado e colorido ... ou quando essa opinião se infiltra invisível e incompreensivelmente em uma caixa para dentro de nossos lares. Essa sociedade se deleitaria com certas variedades de vandalismo e desordem. Que possamos cortar nossa grama e continuar civilizados.

Item 9:
É uma pena e é inaceitável que aos nojentos e preguiçosos inúteis seja dado crédito indevido por proferirem tão sujos e maus clichês como "copiar e vender". Eles não possuem nenhuma compreensão de nossa economia e do tempo que a sociedade leva para prosseguir. Admita e cale a boca! Seja o capitalismo bom ou ruim, é o rio em que todos nós nadamos ou afundamos. A inspiração sempre nasceu da recombinação.

Item 10:
Numa sociedade capitalista como esta em que vivemos, a estética como um desafio flui completa em um corpo que é feito de livre iniciativa e várias doenças. Em épocas de "boom" da arte, a arte pode ser amparada por especulações obscuras ou os excessos de economias em forma de subvenções de Estado ou apadrinhamento para descontar do imposto de renda. Atualmente nós
estamos sofrendo de uma economia apertada. Por necessidade, nós devemos nos infiltrar nas modalidades populares. Nós estamos construindo um movimento artístico baseado em negócios. Isto não é novo. Admití-lo é.

Item 11:
Negócio 1: criar uma pseudo-vanguarda que seja lucrativa. 2: criar plataformas de merchandising em meios de comunicação populares e mídia de entretenimento. 3: Garimpar exaustivamente nosso passado recente e distante atrás de ícones que devam ser relembrados: arqueologia de recombinação.

Item 12:
Procurando por caça-talentos artísticos? Não há caça-talentos artísticos. Encare isso, ninguem vai procurar por você. Estão cagando pra isso.

Item 13:
A saturação de mercado foi atingida nos anos 60 - todo mundo sabe disso. As Belas Elitistas Artes já não tem utilidade. Não compensa mais manter ou se juntar a uma estéril turma de elite.

Item 14:
Arte elitista já não pode ajudar a complexidade que surge através de sua dolorosa e potencialmente estúpida e perigosa adolescência. Inicie ou apóie a indústria primitiva, propaganda sem dogmas, jarras decorativas.

Item 15:
Lei: se você quer uma mídia melhor, vá fazê-la.

Item 16:
Nós nascemos como capitalistas e fabricantes de bens e serviços alternativos. Nós fomos feitos propagandistas e propomos uma antimídia por nenhum dogma. Apelamos para manipuladores ambientais populares, indústria primitiva, uma vanguarda situada diretamente no campo do entretenimento, para arqueólogos e sintetizadores.

Item 17:
Um apelo para a intuição mutante, e a luta-livre é real. Uma corrente que sintetiza ideias e entretenimento .. uma antimídia que cria, participa, e serve à base ampla de lunáticos e uma que seja capaz de finalizar o século definitivamente. Uma vanguarda que não tenha distrações ruins e supre o supermercado.

Item 18:
Nossa falta de popularidade no colegial nos levou a pensar e pensar nos trouxe até aqui. Nenhuma guerra é travada aqui; somente uma casta, um vírus, uma toxina, uma Rozz-Toxina. A complexidade crescente pede por somente vinte anos do seu tempo. Agora levante-se e cante...

Nota Final:
O Capitalismo, para o bem ou para o mal, é o rio no qual nadamos ou afundamos, e supre o supermercado.


Algumas notas minhas (por Ian Cichetto):

Os destaques no texto são meus.
Originalmente esse texto é muito mais cru e cheio de expressões coloquias, mas traduzí-las precisamente tornariam a leitura mais complexa do que deveria ser, portanto minha tradução pode fazê-lo parecer mais sério e sisudo do que é originalmente.

--

As partes que não fazem muito sentido também não fazem muito sentido em inglês. Também não concordo com tudo o que ele diz, mas acredito ser uma maneira inovadora (apesar do texto datar da década de 80) de tratar a questão do mercado de artes e indústria do entretenimento. Uma estratégia diferente de sobrevivência dentro da barriga do monstro do Mercado da Estética que tudo devora e incorpora. A meu ver, as academias de artes e seus neófitos cabeças feitas recém-chegados estão muito atrasados em relação a essa despretensiosa e até agora praticamente desconhecida toxina "antimídia".

--
Site oficial do Gary Panter (em inglês) : http://www.garypanter.com/site/
--
Se for utilizar a tradução, favor mencionar o tradutor.
--

12/02/2012

O Cérebroscópio

O Cérebroscópio
Luiz Carlos “Barata” Cichetto

Dia desses li um texto de autoria de João de Fernandes Teixeira, publicado na revista "Filosofia" (Editora Escala). No texto, o autor discorre sobre a questão da privacidade dos estados mentais, e cita como referencia o filósofo Daniel Dennett, particularmente o artigo publicado no livro "Brainstorms" de 1981, onde o autor critica severamente àqueles que pregam que a Neurociência poderia decifrar o "código mental" através da criação de uma máquina que ele denomina "Cérebroscópio". "Uma máquina fantasmagórica, pois além de ler os pensamentos dos outros também permitiria que novos pensamentos fossem inseridos na cabeça das pessoas." Segundo Dennett, "Isso seria a consumação do projeto totalitário das sociedades contemporâneas nas quais, se já perdemos o direito de falar, agora perderíamos o último que nos resta: o de pensar." E arremata: "Felizmente até hoje essa máquina não foi construída.". 

A literatura, principalmente aquela dedicada à distopias, sempre mostrou esse desejo de controle das massas através do controle de seus atos e principalmente pensamentos. Assim era na sociedade criada por Huxley em "Admirável Mundo Novo" e naquela dominada pelo "Big Brother", no “1984” de Orwell, onde a criação da "Novilíngua" era baseada na redução do numero de palavras com o intuito de diminuir a capacidade de raciocínio. Enfim, o desejo de criação dessa máquina, o "Cérebroscópio", de alguma forma está presente na imaginação desde o principio da humanidade como a conhecemos. Quem de nós nunca pensou em ter tal máquina que pudesse conhecer e controlar os pensamentos mais íntimos dos outros?

Mas até a chegada da era da Informática, e particularmente da Internet, isto sempre foi encarado como um grande tema para imaginativos escritores de ficção-cientifica. Muitos autores criaram histórias baseadas no controle das mentes das pessoas de diversas formas. Desde o fim da primeira metade do século XX, começaram a imaginar "computadores" e sistemas com tal função, mesmo que os termos usados não fossem esses. Murray Leinster em 1946 escreveu um conto chamado "Uma Lógica Chamada Joe", onde a história girava em torno de um funcionário de manutenção de "lógicas", como o autor se refere aos computadores, que leva para casa Joe, um computador que aos poucos vai armazenando informações sobre as pessoas e causa uma confusão imensa. Em "Farenheit 451", Ray Bradbury, além da questão da proibição absoluta de livros, conta que as pessoas têm telas enormes ocupando espaços nobres das casas, interagindo com amigos e familiares "virtuais".

Saindo do terreno da Filosofia e da Literatura e olhando de lado - ou melhor, em frente, onde se encontram as nossas telas de computador, percebemos que a tal máquina de controle de pensamentos, o "Cérebroscópio", já foi construída. E sem que as pessoas tenham consciência, porque tal controle é baseado na ignorância e na ilusão de liberdade. A máquina de controle de pensamentos foi colocada dentro de nossas casas e nós a tratamos bem, temos apreço por ela, nos sentimos livres perante ela, achando que agora sim, temos liberdade de expressar nossos pensamentos e idéias. E somos muito, muito felizes com nosso "Cérebroscópio". Passamos a lutar por nossa liberdade de expressão com mais afinco do que por nossa própria existência física. E ao mesmo tempo nos sentimos poderosos, no controle de tudo, um poder também ilusório. E a liberdade de expressão, uma bandeira tão suja e perigosa quanto qualquer outra quando em mãos “erradas”, passou a ser empunhada por todos, sem que saibam exatamente do que se trata.

E essa ilusão de liberdade e de poder são o alimento, o combustível dessa máquina que é muito mais forte e poderosa que qualquer instrumento de tortura usado por qualquer ditadura existente no mundo, pois nos retira o maior dos bens existentes e inexpugnáveis, que é nosso pensamento. Nas torturas físicas impostas por carrascos durante ditaduras, caso o torturado suportasse a dor e não falasse, nenhum pensamento dele era retirado, pois não existe forma de se retirar um pensamento ou uma informação de dentro da mente de alguém, a não ser que este mesmo o conte.  Por mais ambíguo que possa parecer, a sociedade humana é alicerçada nesses dois pilares, liberdade e poder, e a ilusão de ambos é o que a mantem de pé.  

Com a chegada das chamadas redes sociais, essas máquinas, os “Cérebroscópios”, finalmente tomaram forma. Elas nos instigam a declinar nossos pensamentos, o que fazemos, do que gostamos e não gostamos. Instigam-nos a "Compartilhar" pensamentos, idéias, gostos, fotos familiares e a falar mais e mais sobre nossa personalidade, família, trabalho. Enfim, nos instigam a expor nossos pensamentos mais profundos nos dando a ilusão de que desta forma estamos interagindo com nossos "amigos", que estamos exercendo nossa liberdade de expressão. A pior forma de escravizar um ser humano é fazendo-o acreditar que não é uma prisão que o cerca, mas sim a mais total e absoluta liberdade. Sem a presença física da grade e do instrumento de tortura, e acreditando estarmos livres, corremos na direção a que querem que corramos.

E é assim, exatamente assim, que funcionam essas redes sociais. Normalmente as caixas de textos onde digitamos nossas mensagens têm o título: "No que você está pensando?", quer mais direto que isso? E mesmo o que não tenham isso escrito é totalmente clara essa intenção. O "Twitter" foi criado exclusivamente para que se exponham principalmente pensamentos, mas limitando-os a 140 caracteres, o que ensejou algo onde se usam palavras curtas e abreviações ininteligíveis, restringindo mais e mais a capacidade de cognição, de raciocínio, resultando assim numa redução paulatina da inteligência humana. Muitas pessoas defendem que o que estaria acontecendo seria uma evolução natural da língua. Seria uma nova língua, ou a "Novilíngua", mesmo? 

Agora, já pararam para pensar como essas empresas, com estruturas milionárias e centenas de funcionários se sustentam? Prestaram atenção que no Twitter não existe propaganda, por exemplo. E que no Facebook, embora ela exista, não seria suficiente nem para pagar o consumo de eletricidade da empresa? De onde vem esse dinheiro, então?

Um "amigo" postou uma música, uma frase, um trecho de filme e clicamos no botão "Curtir" e "Compartilhar". Com estes simples gestos, juntamente com informações pessoais postadas no "Perfil", está sendo construindo um imenso painel sobre cada um de nós. Cada pensamento exposto, cada foto, com quem ficamos, quem amamos, nossos bichos de estimação, nossos gostos, manias, desejos, conceitos e preconceitos, são pedaços de um quebra-cabeças gigantesco cujas peças vão se juntando. E em algum tempo aqueles de posse dessas informações conhecerão nossas existências melhor que nós mesmos, melhor que nossas mães e esposas ou maridos, pois com certeza, muitas informações que ali postamos nem a eles confessamos.

E daí. Podem alguns pensar. "Dane-se! O que de importante tem em minha vida que os interesse?" Todas as vidas de todas as pessoas interessam a eles partindo-se do fato de que estamos em uma sociedade brutalmente capitalista e que todos, absolutamente todos, precisam consumir. Então, todas essas informações a respeito de cada de um de nós são armazenadas em enormes bancos de dados e depois vendidas a grandes corporações que assim sabem exatamente o que gostamos e, portanto podem nos convencer a comprar aquilo que "precisamos". Além disso, essas informações podem ser colocadas à disposição de políticos inescrupulosos com o intuito de manipulação, e imagine a quem mais possa ter interesse em saber o que pensam e do que gostam milhões de pessoas. 

A falsa sensação de liberdade, instigada por pessoas cujo único interesse é o de poder, nos transforma em escravos muito mais dóceis e submissos que qualquer máquina de tortura jamais criada. O "Cérebroscópio" já foi construído e nós o alimentamos com nossos pensamentos, e assim fazendo abrimos todas as portas para que os pensamentos dos poderosos nos sejam impostos. E não pensamos mais, apenas pensamos que pensamos... E isso não é uma “falha na “Matrix”. É real.

09/02/2012

Barata Se Prepara Para Cagar Em Guaianases, Nesta Quinta-Feira





Quando critico a mídia formal, muita gente afirma que eu exagero ou que o que quero é "estar dentro. Uma "matéria" jornalística publicada há quase um ano no portal Terra, tomou o Facebook nos ultimos dias. O "furo", referente a um "passeio" de Caetano Veloso no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro é de uma inutilidade absurda. Três (03) fotos de Fausto Candelaria da AgNews com legendas desnecessárias e totalmente sem sentido ocuparam a seção "Gente" do portal em 10 de Março de 2011. O título: "Caetano estaciona carro no Leblon nesta quinta-feira." e a legenda: "Caetano Veloso se prepara para atravessar uma rua do Leblon". E seguem aí outras duas fotos de uma inutilidade que nem as piores publicações do nível mais baixo seriam capazes de publicar. Na segunda "Caetano olha para o fotógrafo enquanto atravessa a rua no Leblon" e a última: "Caetano espera no estacionamento carioca nesta quinta-feira (10)". Claro que os comentários são os mais hilários e ai eu pergunto algo que ninguém perguntou ali: o assunto era mesmo Caetano Veloso, ou o bairro do Leblon? Ah, porque eu tentei entender o porque de tamanha obra de arte fotográfica e a relevância desse fato. O que isso importa a alguém? O que acrescenta a alguém? Ah, deve ser um ato revolucionário de Caetano Veloso, retratado num furo jornalístico do fotógrafo a Agência... Não vou ficar aqui discutindo e dando Ibope a esse assunto. Mas digo apenas uma coisa: a imprensa brasileira não é apenas mal intencionada e comprometida: é estúpida!

No Facebook, hoje, Quinta-Feira, 10 de Fevereiro, fiz uma montagem com fotos minhas com o título "Barata se prepara para cagar em Guaianases nesta quinta-feira". E a coisa anda tomando ares de "Luiza no Canadá".. Não é só a imprensa não!

Quem estiver interessado na "matéria jornalistica" do Terra: http://diversao.terra.com.br/gente/fotos/0,,OI149144-EI13419,00-Caetano+estaciona+carro+no+Leblon+nesta+quintafeira.html


Ricardo Boechat - Opinião Consciente

Normalmente desconfio da posição desses "âncoras" de emissoras, mas a posição de Ricardo Boechat parece muito consciente e sincera.

Pichações e Pixações Ou Cartazes e Catarses



Proibido Calar Catarses


 "FNK" é o "pichador". A frase é de Caio Fernando Abreu.. Num muro da Ponte Rasa, ZL de SP. Foto: Barata




06/02/2012

Sente-se.. É Apenas Um Livro

Mesmo que não entendas inglês, preste atenção à idéia. Aliás, uma ótima prática quando deparar dentro do trem ou metrô com um desses pregadores.

05/02/2012

Forjados a Fogo... Renasce... A Fênix KFK



Sem nenhuma dúvida, o dia 27 de Janeiro de 2012 foi um dos dias mais tristes da minha vida. Depois de apenas 10 meses, morria o projeto KFK Webradio. A falta de participação das pessoas envolvidas e principalmente a falta de dinheiro para bancar os elevados custos de servidor de "Streaming" foram os principais motivos. Foram dias tensos e tristes os que se seguiram. Mas, quando eu tinha por perdida batalha, surge uma esperança de recompor a rádio e o sonho. E essa esperança atendia pelo nome de Ayrton Pinto da Silva, um professor com Rock e Cultura no sangue. Depois de horas e horas de conversa, a proposta que eu sempre sonhara: uma participação financeira e efetiva com o Projeto KFK Webradio. O professor arregaçou as mangas e deu uma aula sobre como devemos agir quando acreditamos em um projeto sincero e honesto como é este. E menos de 24 horas depois, menos de uma semana após eu ter enterrado um sonho, ele renasce, forte e soberbo, feito uma fênix que depois de queimada renasce mais forte. E também como na mitologia, capaz de carregar cargas muito mais pesadas. Mas juntos, porque juntos somos fortes. E a partir de uma equipe dedicada, que compreendo valor do trabalho e do sonho, certamente iremos alçando altos vôos. Porque pode o ser humano não ter sido feito para voar com asas, mas com certeza ele é feito para voar através do sonho, da musica e principalmente através união. Obrigado, Ayrton e também á Delma Mattos, Anna G. e que sejam bem vindos outros que quiserem voar conosco. Nas asas da liberdade, nas asas da KFK, onde ainda consideramos as idéias à prova de balas... E são essas as idéias que tocamos. E como bem lembrou o Ayrton, de um personagem de desenho animado: "Ao Infinito! E além!".
Luiz Carlos Barata Cichetto, 4/02/2012

02/02/2012

Livros - Barata Cichetto (Poesia)



1958
Barata Cichetto
Poesia
112 Páginas - 14 X 21
Editor'A Barata - 2010
58 Poemas Escritos Entre 2004 e 2006.
R$ 19,00 + Correio








Fim
Luiz Carlos "Barata" Cichetto

O papel em branco, a necessidade de concluir outra de minhas obras
Não existe inspiração de socorra apenas pedaços de sonhos e sobras
Estou desesperado e sequer a esperança e o desejo a mim acodem
Porque não existe nada que meu desejo e minha esperança acordem.

Ontem eu decidi ter a minha liberdade apesar destas grades ao redor de mim
Pois estou preso, mas não sou prisioneiro e liberdade não é um princípio é o fim.

É o fim, penso comigo antes de pegar da garrafa e tomar outro trago
Mas a bebida parece pedaços de pedras, sem contar o gosto amargo
O cigarro tem gosto de pata de barata e a fumaça não mais conforta
Aflige minha alma a ponto de acordar e não querer abrir minha porta.

Ontem eu decidi ter a minha liberdade apesar destas grades ao redor de mim
Pois estou preso, mas não sou prisioneiro e liberdade não é um princípio é o fim.

Eu não quero morrer mas não tenho desejo da existência desumana
Queria poder concluir contando histórias sobre uma lésbica mundana
Mas sinto que estou oco feito um crente ou o Deus Senhor do Mundo
A sujeira não limpa, estou porco e não estou bêbado, apenas imundo.

Ontem eu decidi ter a minha liberdade apesar destas grades ao redor de mim
Pois estou preso mas não sou prisioneiro e liberdade não é um princípio é o fim.

Não tenho putas a comer e nem fantasmas a minha alma atormentar
Apenas baratas sentirão minha falta e não tenho crianças a amamentar
Portanto meu querido leitor, apanhe estes poemas e atire em sua lixeira
É que mortos não marcham e estou finalmente deserdando da trincheira.

Ontem eu decidi ter a minha liberdade apesar destas grades ao redor de mim
Pois estou preso mas não sou prisioneiro e liberdade não é um princípio é o fim.




Emoções Baratas
Barata Cichetto
Poesia
84 Páginas - 14 X 21
Editor'A Barata - 2011
Poemas Escritos Entre 2006 e 2008.
R$ 19,00 + Correio








A Santidade da Vida
Luiz Carlos "Barata" Cichetto

Eu não quero ficar o resto da minha pobre e inútil existência
Cometendo sonetos ridículos sobre as putas e sua inocência
Não quero saber, mas ser a moral da minha própria história
E também não quero ser o glorioso mas apenas ter a glória.

Eu não quero ficar surdo à dor, mas menos ainda ao desejo
Quero estar num andor e em sua santa buceta dar um beijo
Então não esperem de mim um mártir nem sequer um santo
Sou meu desejo, desejo ter o que é meu e quero um manto.

Eu sou um rei e igual Deus eu não sei jogar dados no escuro
Quero meu palácio, mesmo sendo um barraco de lona seguro
Eu tenho meu reinado dentro de mentes de pobres e incultas
Quero dominar outras terras, cheias de fadas, doces e putas.

Não acredite em minha poesia, querido leitor de mente imunda
Porque a melhor poesia é apenas aquela que lhe chuta a bunda
Deixe agora portanto de ler a minha fútil poesia idiota e lacrimosa
Saia pela sua porta e corra todos os riscos de uma vida deliciosa.




O Câncer, O Leão e O Escorpião / O Cu de Vênus
Barata Cichetto
Poesia
112 Páginas - 14 X 21
Editor'A Barata Artesanal - 2011
Reunião de Dois Livros de 2008 e 2009
R$ 19,00 + Correio
Prefácios





A Prisão da Liberdade
(A’O Cu de Vênus)
Luiz Carlos "Barata" Cichetto

Porque seu desejo fútil e o inútil tesão
São apertadas amarras, garras de leão.
Barras de aço de belas celas de prisão.


Olhos
(A’O Câncer, O Leão e O Escorpião)
Luiz Carlos "Barata" Cichetto

Tenho olhos inchados por tanto beber e tão pouco dormir.
Tenho rugas profundas por tanto chorar e tão pouco sorrir.

Olhos inchados, rugas profundas e a profunda vontade
Bebidas, lágrimas e um profundo desejo de eternidade.


Comentários:
“Uma ode sarcástica ao sexo, a devassidão que ninguém quer falar sobre, mas que existe no âmago de todo ser humano!! Você faz o lado da devassidão humana aparecer num esplendor bacante. E eu coloco as sombras e o sobrenatural que ninguém ousa tocar, o abismo, nas minhas obras. Estamos completos!!” - Amyr Cantusio Jr. - Músico, Teósofo, Compositor, Filósofo - Campinas - SP

"Ahhhh só você pra ter culhão pra escrever O Cu de Vênus, meu velho! Inspirou em mim meus mais ardentes e secretos desejos de arrotar na cara dos hipócritas, assim como você cagou... " - Mara Lee - Produtora – Santos - SP

"Um dos artistas mais instigantes, inteligentes e imprevisíveis - só para ficar nos adjetivos começados com a letra 'i' - que conheci pela internet. Poeta, apresentador de radioweb e produtor cultural, Barata Cichetto faz parte da cultura underground de SP desde os anos 70, inclusive da chamada geração mimeógrafo. A mente do cara fervilha de projetos e um deles está disponível para download. Com trilha sonora de Amyr Cantusio Jr, O Anjo Venusanal é composto por 30 poesias do Barata. Na capa do projeto, é citada uma frase de um texto recente meu, da qual o Barata gostou muito e até a estampou várias vezes no seu site juntamente com um verso de um rap que fiz." - Cassionei Petry - Professor de Literatura



Vitória, ou A Filha de Adão e Eva
Barata Cichetto e Amyr Cantusio Jr.
Opera Rock
32 Páginas - 14 X 21
Editor'A Barata Artesanal - 2010
Libreto e CD da Opera Rock Vitória ou a Filha de Adão e Eva. O libreto tem 40 páginas com todos os poemas e textos da Opera. O CD, produção Independente, 22 faixas, com composições de Amyr Cantusio Jr e participação das bandas Travelplan, Sub Rosa e Posthuman Tantra (Edgar Franco), do músico Marcelo Diniz e as narrações do vocalista da banda "Tomada" Ricardo Alpendre. 72 minutos.
R$ 25,00 + Correio



O Resumo da Ópera

"Vitória, Ou A Filha de Adão e Eva" é uma "Opera Rock" que conta em 33 temas a história de uma mulher chamada Vitória de Tal, filha de Adão, um ex interno de reformatórios que se transforma em pastor evangélico, tendo antes cometido vários crimes, entre os quais o estupro de Eva, uma prendada e estudiosa filha de uma costureira. Vitória nasce num bordel e é criada também em um reformatório. A partir dai, cedo se transforma em uma alcoviteira milionária que busca á qualquer custo mais que dinheiro e prazer, aquilo que a humanidade mais almeja: a felicidade. São 18 personagens que ao logo dos temas interagem com Vitória tecendo um clima de paixão sem limites, amores não concretizados, tragédias morais e sociais. O pano de fundo é a hipocrisia social, que transforma o caráter das pessoas, além das busca incessante da felicidade a qualquer custo.

"Vitória" tem citações claras a fatos da musica pop e da política e acontece exatamente num período que compreende o inicio dos anos 1960 e 2010, sendo que o período de vida da personagem principal é de 33 anos e 1/3, uma metáfora com a velocidade dos LPs de vinil. E em breve o mundo conhecerá "Vitória".

Comentários
"Quando bati os olhos no fantástico libreto Vitória de Luiz Cichetto, não pensei duas vezes: era eu o cara pra musicá-lo!!
Genial, metafísico. Bateu direto de encontro ao "momentum" em que atravesso existencialmente. Posso enfatizar que Cichetto é o Dante, Milton, Boca do Inferno e Blake resumido da literatura nacional!! Imperdível!! - Amyr Cantúsio Jr. - Músico, Teósofo, Compositor, Filósofo.

“... Tem algo que nos remete aos grandes clássicos da poesia épica, à lá John Milton. O tipo de coisa que - lamentavelmente - foi abandonada pelos poetas. Um verdadeiro épico marginal contemporâneo, com uma atmosfera musical lembrando coisas como Tommy e Streets, do Savatage...” - Raul Cichetto - Musico, Poeta e Escritor.


Desejando Comprar Qualquer um dos Livros, Acesse: http://www.abarata.com.br/livros.asp?secao=L&registro=1 e faça seu pedido.