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31/05/2013

Estrábico


Estrábico
Barata Cichetto

E eu que sou o estrábico perceptível
Tenho desvio de septo, algo horrível
E tenho fígado podre e pedras no rim
Penso que nada poderia ser tão ruim.

E eu, que tenho nos pés calos doloridos
E psoríase no pinto e escamos coloridos
Ainda penso em qualquer coisa penosa
Que poderia sofrer de gangrena gasosa.

Mas até que algum cão chupe meu tutano
Eu, um poeta sem carnes, pobre e puritano
Ou até que sangre a mordida do cachorro
Penso que é preciso atender a seu socorro.

E eu, que depois de dois maços de cigarros
Engulo a morte misturada a meus escarros
E penso em Marlboro e em algo bem curioso
Que um poeta estrábico é um tanto perigoso.

E eu, embriagado apesar de uma hepatite
Sofrendo dores horríveis por uma sinusite
Escrevo montes de poemas  sem piedade
Porque a dor maior é a dor da realidade.

Mas eu, escorraçado feito pombo da cidade
A barriga roncando pela cruel necessidade
Ainda tenho forças de soltar um peido fedido
E gritar: foda-se a quem a mim tem ofendido.

30/05/2013

28/05/2013

Fui e Fui!


Fui e Fui!
Barata Cichetto

Digo que fui, e muitas mortes eu morri até agora
E se fui é porque não estou mais aqui nesta hora
E se digo também que fui, é pelo fato de ter sido
Então eu fui e fui, mas agora estou desaparecido.

Rádio Barata Livre - Programa 16


Rádio Barata Livre
(Barata Sem Eira Nem Beira)
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
Segundas, das 21 as 23 horas pela Stay Rock Brasil
Reapresentação, terças, das 16 as 18.
Programa Nº. 16 - 27/05/2013
Especial Patrulha do Espaço
www.patrulhadoespaco.com.br

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Abertura:
* Patrulha do Espaço - Riff Matador
"O Rockeiro e o Poeta" (Barata Cichetto)
Background: *  Patrulha do Espaço - Dudu's Bolero (Instrumental)

Bloco 1 (1978-1980)
Background: For Loonies Only
Disco:
- Patrulha do Espaço - 1979
Integrantes
+ Percy Weiss - Voz.
+ Dudu Chermont - Guitarra, Voz.
+ Oswaldo "Kokinho" Gennari - Baixo.
+ Rolando Castello Júnior - Bateria.
* Patrulha do Espaço - (1980) - Arrepiado
* Patrulha do Espaço - (1980) - Espere Aqui Por Mim

Bloco 2 (1981-1984)
Background: Patrulha do Espaço - Spaced / Tooginger
Discos:
- Patrulha do Espaço (2) - 1981
- Patrulha do Espaço (3) - 1982
- Patrulha do Espaço 4 - 1983
Integrantes:
+ Dudu Chermont - Guitarra, Voz.
+ Sérgio Santana - Baixo, Voz.
+ Rolando Castello Júnior - Bateria.
* Patrulha do Espaço - (1981) - Nada a Perder
* Patrulha do Espaço - (1981) - Planeta Rock
* Patrulha do Espaço - (1982) - Jeito Agressivo
* Patrulha do Espaço - (1982) - Mar Metálico
* Patrulha do Espaço - (1983) - Atenção
* Patrulha do Espaço - (1983) - Fantasia

Bloco 3 -  1985
Background: * Patrulha do Espaço - NAB
Disco:
- Patrulha 85 - 1985
Integrantes
+ Pappo - Guitarra
+ Sérgio Santana - Baixo, Voz.
+ Rolando Castello Júnior - Bateria.
* Patrulha do Espaço - (Patrulha 85 - 1985) - Mulher Fácil
* Patrulha do Espaço - (Patrulha 85 - 1985) - Deus Devorador

Bloco 4
Background: * Patrulha do Espaço - Vieirinha Funky
Disco:
- Primus Inter Pares - 1992
Integrantes:
+ Percy Weiss - Voz.
+ Xando Zupo - Guitarra.
+ René Seabra - Baixo
+ Rubens Gióia - Guitarra
+ Rolando Castello Júnior - Bateria
* Patrulha do Espaço - (Primus Inter Pares- 1992) - Serial Killer
* Patrulha do Espaço - (Primus Inter Pares- 1992) - Olho Animal

Bloco 5 -  1999-2007
Background: *  Patrulha do Espaço - Dudu's Bolero
Discos:
- Chronophagia - 2000
- .ComPacto - 2003
- Missão na Área 13 - 2004
- Capturados Ao Vivo no CCSP 2004 - 2007
Integrantes:
+ Marcelo Schevano - Guitarra, Teclados, Voz.
+ Rodrigo Hid - Guitarra, Teclados, Voz.
+ Luiz Domingues - Baixo.
+ Rolando Castello Júnior - Bateria.
* Patrulha do Espaço - (Chronophagia - 2000) - Sendo o Tudo e o Nada
* Patrulha do Espaço - (.ComPacto - 2003) - São Paulo City
* Patrulha do Espaço - (Missão na Área 13 - 2004) - Universo Conspirante
* Patrulha do Espaço - (Capturados ao Vivo no CCSP 2004 - 2007) - Não Tenha Medo

Bloco 6 -  2010 - Atual
Background: * Patrulha do Espaço - El Riff
Disco:
- Domindo Em Cama de Pregos - 2012
Integrantes:
+ Marta Benevolo - Voz.
+ Danilo Zanite - Guitarra e Voz.
+ Paulo Carvalho - Baixo e Voz.
+ Rolando Castello Júnior - Bateria.
* Patrulha do Espaço - (Dormindo em Cama de Pregos - 2012) - Maquina do Tempo
* Patrulha do Espaço - (Dormindo em Cama de Pregos - 2012) - Quatro Cordas e um Vocal

Bloco 7 -  Instrumentais
Background: * Patrulha do Espaço - Tooginger
* Patrulha do Espaço - NAB
* Patrulha do Espaço - Nihil Wave
* Patrulha do Espaço - Vieirinha Funky
* Patrulha do Espaço - El Riff!

Encerramento:
Chamada "Manifesto" (Rolando Castello Junior)
Dedicatória: Paulo de Tharso
Background: * Patrulha do Espaço - Down In Rudge
* Patrulha do Espaço - Rolando Rock
* Patrulha do Espaço - Epilogo (Instrumental)

24/05/2013

Costurando

Costurando
Barata Cichetto

Um poema é uma costura, unindo pedaços de panos
Tecidos em cores feito sonhos, delírios e outros planos
As letras são agulhas que perfuram ao tecido virgem
Em uma lógica insana, na rapidez de uma vertigem.

Um ponto após o outro ponto, uma estrofe a um verso
Assim são feitos poemas, assim é costurado o universo
E eu, poeta não costureiro, costuro rimas e não tecidos
Em pedaços de panos e de planos a outros pertencidos.

24/05/2013

22/05/2013

Os Quatro Quatros


Os Quatro Quatros
Luiz Carlos Barata Cichetto

Quatro quatros, quatro quartos, um quarto, dois quartos, uma cozinha. Quarto e cozinha, periferia de sonhos. Porão de cimento, favela de concreto, edifício de aço, prisões suburbanas, desumanas. Morar, residir, habitar. Querem ser donos de tudo e eu tenho que alugar a vida para poder respirar.

- Quanto é o aluguel da vida?
- Não, não tenho como comprar, talvez só alugar, mesmo.
- Paga adiantado ou depois de usar?
- Tem contrato?
- Onde fica a imobiliária?
- Tem seguro fiança?
- Onde fica o banheiro da vida. Quero cagar!
- Dá pra custar mais barato o aluguel, por favor. Sou desempregado!
- Ah, não tenho fiador...
- Não dá pra alugar? Sim, dou a vida como garantia.
- Não serve? Ah, sei, minha vida não serve como seguro fiança.
- Mas e se eu não alugar não tenho como viver.
- Sim, claro, problema meu!
- Por favor, aluga um pedaço da vida pra mim, a senhora tem mais... Recebeu muitas por herança...
- Não, eu sei, é uma viúva e vive da rendinha dos alugueres de que o falecido lhe deixou.
- Entendo. Mas eu só queria um pequeno pedaço da vida pra poder morar.
- Eu sou poeta, não tenho holerite de pagamento.
- Banco? Ah, não, minha senhora, Só conheço o banco da praça.
- A periferia da vida custa mais barato?
- E se eu não tiver como pagar aluguel, a senhora entra com ação despejo?
- Onde é o cartório?
- A senhora tem quatro quartos, quatro quatros. Eu só quero um quarto, que seria o mesmo que vinte e cinco por cento. Não tenho direito?

... Desligou!

21/05/2013

Admirável Mundo Novo


Admirável Mundo Novo
Barata Cichetto

Carros tomaram as calçadas, as máquinas as casas
Eletricidade é o fogo moderno, Prometeu sem asas.

Computador, Internet e geladeira inteligente
E os lares agora não precisam mais de gente.

Somos escravos contentes em nosso cativeiro
Pássaros alegres cantando dentro do viveiro.

E gritamos contra a prisão, mas pintamos suas grades
Amaldiçoamos religião, beijando as mãos dos padres.

Criticamos aqueles que amaldiçoam a escuridão
E somos escravos adorando nossa própria servidão.

Nunca nos furtamos de sermos consumistas idiotas
Comprando à prestação com dinheiro de agiotas.

E nos achamos belos, Narcisos mirando ao esgoto
Enquanto o abismo nos contempla com desgosto.

Nos fartamos de mentiras e arrotamos hipocrisia
E achamos nojento o poeta de vomita sua poesia.

Estamos todos mortos dentro de nós mesmos agora
Fingindo que amamos tudo aquilo que nos devora.

E somos todos apenas porcos andando de duas pernas
Achando que burros são os donos de verdades eternas.

Brincamos de morte, de sorte e de sermos deuses
Transamos sem desejo e morremos todas às vezes.

Nos fartamos de drogas, da farmácia e da favela
Sem saber a verdade que a droga um dia revela.

Somos, enfim, aquilo que desejam que sejamos
Achando ser aquilo que nós mesmos desejamos.

Elegemos políticos e lutamos por uma democracia
Sem perceber somos apenas parte da plutocracia.

Achamos normal o anormal, temos mentira por verdade
E que não existe mais vida quando acaba a eletricidade.

Caminhamos feito gigantes em direção ao próprio fim
E sinceramente espero que tudo acabe depois de mim.

22/05/2013

Rádio Barata Livre - Programa 15

Rádio Barata Livre
(Barata Sem Eira Nem Beira)
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
Segundas, das 21 as 23 horas pela Stay Rock Brasil
Reapresentação, terças, das 16 as 18.
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Programa Nº. 15 - 20/05/2013
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Abertura: - Bo Didley -  You Can't Judge a Book by the Cover / Sorteio Santo Veneno (Ganhador 1)
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Bloco 1 -  O Futuro da Musica e das Artes
"LP, CD, DVD, Blu-Ray, MP3, Streaming. Não importa o formato ou como a música é ou será comercializada daqui pra frente. A música continuará sempre viva enquanto houver músicos honestos dispostos a tocá-la e ouvintes de coração e alma abertos para recebê-la. Essa é a única certeza nesses tempos de dúvidas sobre o futuro do mercado da música. (Eliton Tomasi, sobre o disco da banda Slippery).
- Quarto da Bia - Olha o Xota
- Quarto da Bia - Você Quer Fritar
- Anjo Gabriel - Mantra III
- Anjo Gabriel -  O Poder do Pássaro Flamejante
http://quartodabia.com
http://fomesonora.blogspot.com.br/2011/09/anjo-gabriel-o-culto-secreto-do-anjo.html
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Bloco 2  -  Poesia: "Vermes e Anjos"
http://baratacichetto.blogspot.com.br/2013/05/vermes-e-anjos.html
- Ferryboat - O Atirador no Campo de Centeio
- Ferryboat - Blues das Sombras
- Blues Riders - Amém Rock'n'Roll
- Blues Riders - Nos Caminhos da Morte
http://rockferryboat.blogspot.com.br/
http://www.bluesriders.com.br/
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Bloco 3 - Espanholas
- Baron Rojo - Los Desertores Del Rock
- Mago de Oz - Fiesta Pagana
- Obus - Va Aestallar El Obus
- Tierra Santa - Nerón
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Bloco 4 - Poesia: "Recado Aos Escrevedores de Poesia"
http://baratacichetto.blogspot.com.br/2013/05/recado-aos-escrevedores-de-poesia.html
- Truth And Janey - It´s All Above Us
- Atomic Rooster - Broken Wings
- Colossus - Colossus
- Hawkwind - Welcome To The Future
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Bloco 5 -  Arca do Barata
- Slade - My Oh My
- Lynyrd Skynyrd - Simple Man
- Frijid Pink - House of the Rising Sun
- Doobie Brothers - Long Train Running
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Encerramento: Sorteio: Santo Veneno
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Apenas Outro Poema Falando da Outra


Apenas Outro Poema Falando da Outra
Barata Cichetto

VidaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.A vida (do latim vita)1 é um conceito muito amplo e admite diversas definições. Pode-se referir ao processo em curso do qual os seres vivos são uma parte; ao espaço de tempo entre a concepção e a morte de um organismo2 ; a condição de uma entidade que nasceu e ainda não morreu; e aquilo que faz com que um ser vivo esteja vivo. Metafisicamente, a vida é um processo contínuo de relacionamentos.3 MorteOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Nota: Para outros significados, veja Morte (desambiguação).A morte (do latim mors)1 , o óbito (do latim obitu)2 , falecimento (falecer+mento)3 ou passamento (passar+mento)4 , ou ainda desencarne (deixar a carne)5 é o cessamento permanente das atividades biológicas necessárias à manutenção da vida de um organismo, como ao estado desse mesmo após o evento. Considerado cientificamente como o fim da consciência, há várias crenças em diversas culturas e tempos históricos que acreditam em vida após a morte. Tema de recorrentes discussões, a morte é tratada por diversos povos com misticismo, é comum a elas a existência de um ritual com objetivos diferentes a cada uma.


O Dia da Morte; pintura de William-Adolphe Bouguereau (1825-1905)


Por que tratas a morte com carícias e a outra a pontapés
A primeira na palma da mão, a segunda na sola dos pés?

Por que tanto tempo falas da morte e da outra tão pouco
E quando falas de uma és um gênio e da outra um louco?

Por que por direito tratas a morte com desejo e admiração
Enquanto da outra com o desdém, sem qualquer atenção?

E por que, enfim, tratas uma feito esposa e a outra prostituta
Quando afinal uma é a que te cala e a outra que te escuta?

19/05/2013

19/05/2013

Não Perturbe os Mortos


Não Perturbe os Mortos
Barata Cichetto

Acaso amanhã de manhã cedo eu não acorde
Tome sozinha seu café e depois pinte ou borde
Imagine que estou bem, e que é apenas o cansaço
E nem precisa dar-me um beijo, mesmo um abraço
Deixe que eu esteja quieto e nem chame por ninguém
Não perturbe aos bombeiros, deixe-os dormir também
E não grite pela senhoria, e não implore por socorro
Deixe-me deitado, sozinho e quieto enquanto morro.

19/05/2013

17/05/2013

"Essa Coisa Obscura, Que Chamamos de Vida" - Em Memória de Paulo de Tharso


"Essa Coisa Obscura, Que Chamamos de Vida" (*)
Em Memória de Paulo de Tharso
Barata Cichetto

(*) Trecho do poema "Oração", último publicado por Paulo de Tharso em seu blogue, em 14/05/2012, precisamente um ano antes de sua morte 

Sinto-a chegar perto e interesseira feito puta ao dinheiro
Lábios doces, carícias e uma rápida trepada no banheiro
E ela chega perto demais de quem a tem em tanto temor
Perto o suficiente de quem a odeia tanto feito um tumor.

Sinto-a chegar, e ela carregou muitos de meus amigos
Perto o bastante para carregar aos novos e os antigos
Carregando nas mãos um par não de foices ou adagas
Mas um par de gestos torpes e outro de doces chagas.

Sinto-a chegar, tão perto que estremece a toda aldeia
E sem parar, com os pés enormes caminha e incendeia
Sem deixar de queimar nenhum dos seres ainda viventes
E à sua sanha não existem feridos, não há sobreviventes.

Sinto-a chegar a todos sem distinção de cor ou de raça
A todos chega, de padres da igreja a mendigos da praça
E tão mais perto, mais o desespero toma conta de mim
Com a tristeza de saber que a sua chegada é o meu fim.

16/05/2013

16/05/2013

Presentes


Presentes
(Uma Conversa Com Lucas Pitella)
Barata Cichetto

Existem presentes que nos chegam sem pedir
Outros nem tão presentes chegam sem medir
E há ainda os que chegam a nos afastar da loucura
E outros que nem tão loucos chegam com brandura
Pois há presentes que nos chegam e outros que vão
Presentes que nos chegam feito a morte e o trovão.

16/05/2013

15/05/2013

Bom Dia! Bom Dia o Caralho!


Bom Dia! Bom Dia o Caralho!
Barata Cichetto
Foto: Autor(a) GilReis (http://olhares.uol.com.br/dia-escuro-foto4448469.html)

Falam que a vida é um espetáculo grandioso
Mas agora acredito de um modo folhetinesco
Que ela é um espetáculo caro e dispendioso
Com lugares esgotados e um artista grotesco.

E falam que eu tenho que agradecer ao dia
Mas agora de um jeito tanto animalesco
Eu desafio ao Sol em sua execrável covardia
A deixar a Lua brilhar no palco burlesco.

Falam que tenho que sentir no rosto ao vento
Mas agora o que sinto é algo muito dantesco
Que não faz da minha vida um grande evento
E tem com a morte o mais próximo parentesco.

E falam e falam que tenho que estar de bem
Acordar agradecido e saudar em tom novelesco
Uma manhã que eu não queria, mas que vem
Mas não tenho dom à farsa ou ao carnavalesco.

14/05/2013

Outro Poeta Deixou o Jogo

Outro Poeta Deixou o Jogo
(Ao Poeta Paulo de Tharso, Falecido a Poucas Horas)
Barata Cichetto
"Há muito que eu brinco com a morte não digo que sou exatamente amigos mais nos conhecemos o bastante para tirar a sorte. A dor é só uma espécie de azar. A muito tempo que eu brinco com a morte pra ver quem é mais forte ela e eu jogamos assim. Todo santo dia eu viro uma garrafa de gin. Uma dose pra ela e outra pra mim." - Paulo de Tharso
Então ficamos por aí. Eu, Paulo, e ela, a Morte
Jogando baralho, bebendo Gin e tirando a sorte
A morte, eu e Paulo nem éramos tão amigos assim
Mas jogávamos juntos e bebíamos do mesmo Gin
E como "a dor é uma espécie de azar", azar foi meu
Porque agora, amigo, jogamos apenas a Morte e Eu.

15/04/2013

Aos Pedaços...

Aos Pedaços...
Luiz Carlos Barata Cichetto
Arte: Nebu

Uma fábula, escrita por Slavoj Zizek, filósofo e teórico crítico esloveno, nascido em 1949) nos conta: "Um operário alemão consegue um emprego na Sibéria; sabendo que toda correspondência será lida pelos censores, ele combina com os amigos: “vamos combinar um código: se uma carta estiver escrita em tinta azul, o que ela diz é verdade; se estiver escrita em tinta vermelha, tudo é mentira.” Um mês depois, os amigos recebem uma carta escrita em tinta azul: “Tudo aqui é maravilhoso: as lojas vivem cheias, a comida é abundante, os apartamentos são grandes e bem aquecidos, os cinemas exibem filmes do Ocidente, há muitas garotas prontas para um programa. O único senão é que não se consegue encontrar tinta vermelha”. E eu analiso, com as cores da modernidade: Portanto que se escreva a mentira na cor da verdade, já que a cor da mentira não está disponível... 
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Conheci todas as putas da Aurora, Andradas e da Praça do Correio, depois mijei na estátua de Álvares no colégio da Praça da República e passei a mão na bunda gorda da Mãe Preta do Largo do Paissandu. Comi muita puta embaixo da estátua à cavalo do Duque de Caxias e caguei de diarréia no Palacete Matarazzo, antes de ser da Prefeitura. E foi tanta merda que o cheiro era sentido até na Rua Santa Ifigênia. Bombas caindo sobre as cabeças. Na hora H, a bomba Humana. Chamem o médico, o dentista e o padeiro. Doutora, ontem doeu muito meu coração, porque não existe a poesia, apenas destruição. A mesma arma que destrói a terra, destrói a poesia, aniquila a compaixão. Então tragam o médico, o dentista... e o poeta. Doem meus dentes, não tenho mais lar e a poesia sob escombros grita mais alto, pois sua dor é a minha e a dela é dor de morte. Espero que além de mim ela tenha melhor sorte. 
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Um dia, há mais de trinta anos, recebi uma carta. E ela dizia, a respeito do meu livro mimeografado: "Eu não acredito em arte pobre!" Junto a ela, num envelope cheirando alabastro (ou seria almíscar?) uma revista bem impressa, papel couchê e etc... Doeu tudo. E eu não acreditava mais em arte pobre, impressa em mimeógrafo à álcool. Fudeu tudo. Ai casei e deixei por um tempo a poesia de lado. Aí fudeu tudo! Eu não acreditava mais em arte pobre, nem em arte rica e nem em porra de arte nenhuma. Comecei a escrever poesia a lápis: era mais fácil de apagar. E entregar à uma esposa que nunca lia. Era mais fácil de apagar, também... Então.. Apaguei tudo. Era mais fácil apagar tudo. E aí fudeu! Fudeu tudo e fui meter! E meti muito, bebi pra caralho e o fato é que eu não acreditava mais em pobre, nem em arte. Nem em porra nenhuma que cheirasse a almíscar, alabastro, esperma, álcool.. Nada. porra nenhuma!
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Guerra não é bonita, nem com trilha sonora dos Rolling Stones. Quero ser cremado e junto com meu corpo minha poesia. Ejaculo sangue com prazer. E meu prazer não é o sangue que agora venho lhe trazer. O silêncio eterno da morte, sem deuses, sem pecados e sem dor. Lembro das cores, esqueço das dores. Detesto a modernidade que transforma todos em artistas, nasci antes da tecnologia que plastificou a humanidade e sobrevivo à bomba e a invasão de virus de computador. Tenho uma máquina de escrever, caneta e a eternidade e não nasci com Internet e ainda sei escrever à mão livre. "Liberdade...abra as asas sobre nós." Asas da liberdade?? Ou da fuga? É a mesma coisa, a busca pela liberdade é uma fuga? Icaro em noite de gala. A noite todos os Ícaros são pardos... ou se despem da vaidade. A noite todos os Ícaros são pardos... ou se despem da vaidade. Fugir? É... não há para onde... a não ser para dentro de mim mesmo.. Mas lá é pior.. É um lugar estranho, escuro, sombrio. Uma viagem sem volta.
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Acho que deveríamos criar um local, mesmo que imaginário, em resposta à Casa das Rosas. Seria a Casa dos Espinhos, numa mansão assombrada. Nada de uma mansão no lugar mais caro do Brasil, mantido com dinheiro publico para servir de palácio à burguesia da poesia. E como dizia Cazuza, mesmo sendo ele também um burguês: "a burguesia fede!"...

14/05/2013

Rádio Barata Livre - 14


Rádio Barata Livre
(Barata Sem Eira Nem Beira)
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
Segundas, das 21 as 23 horas pela Stay Rock Brasil
Reapresentação, terças, das 16 as 18.
Programa Nº. 14 - 13/05/2013

Abertura: -  MPB4 e Paulo Cesar Pinheiro - Pesadelo
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Bloco 1 - Django Livre (Quentin Tarantino)
- Luis Bacalov & Rocky Roberts - Django
- Jim Croce - I Got a Name
- Jerry Goldsmith - Nicaragua (Feat. Pat Metheny)
- Richie Havens - Freedom
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Bloco 2 - Amistades Argentinas
Poesia: "À Vida"
http://baratacichetto.blogspot.com.br/2013/05/a-vida.html
- Orion's Beethoven - Amistades Desparejas
- La Renga - La Furia De La Bestia Rock
- Rata Blanca - La Leyenda Del Hada Y El Mago
- Bersuit Vergarabat - El Tiempo No Para
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Bloco 3 - Especial Saxon
(Saxon é uma banda inglesa de heavy metal formada na região de South Yorkshire em 1976. Foi conhecida como Son of a Gun entre 1976-1978.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Saxon_(banda)
- Saxon - Procession (1 - 1979 - Saxon)
- Saxon - 747 (Strangers In The Night) (5 - 1982 - The Eagle Has Landed)
- Saxon - Killing Ground (23 - 2001 - Killing Ground)
- Saxon - Sacrifice (27 - Sacrifice - 2013)
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Bloco 4 - Arca do Barata
Poesia: Joanna Franko Para Barata
http://baratacichetto.blogspot.com.br/2013/05/desenho-com-palavras.html
- Mark Davis - Don't Let Me Cry
- Lee Jackson - Hey Girl
- Terry Winter - Summer Hollyday
- The Light Reflections - Tell Me Once Again
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Bloco 5 - Especial Santo Veneno
(Musicas Escolhidas por Delma Mattos)
- Santo Veneno - Engarrafamento
- Santo Veneno - Treta de Rua
- Santo Veneno - Nem Sempre é Possivel
- Santo Veneno - Velha Mania - Viciado em Rock and Roll......
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Encerramento: Sorteio Santo Veneno
- Santo Veneno - Gotham City
- Neil Young - I Am A Child
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13/05/2013

Vermes e Anjos

Vermes e Anjos
Barata Cichetto

"Ser poeta é ter uma estrela enterrada na bunda." - Edu Planchez


Um par de anjos desenhado nas costas
A dor das agulhas é daquilo que gostas
Opaca tatuagem embaixo da epiderme
Não é anjo, apenas um estúpido verme.

Enterrada na bunda a estrela do poeta
Brilha uma estrela de morte ao profeta
Porque somos se não do maldito a fonte
Estrada quebrada sem guia nem ponte.

Poetas não são vermes e nem anjos são
Nem santos ocos carentes de confissão
E por acaso não são demônios tatuados
Debaixo da pele de putas e deputados.

Apaga, cretina, o poema e a tatuagem
Pois a morte não a chega de carruagem
E no caralho do poeta sua Poesia brilha
Feito estrela nua iluminando sua trilha.

13/05/2013

Recado Aos Escrevedores de Poesia


Recado Aos Escrevedores de Poesia
Barata Cichetto

Eu não escrevo Poesia, ela já está escrita
Apenas feito a um jardineiro eu a recolho
E da mesma forma que foi antes descrita
A Poesia escolhe a mim, não eu a escolho.

Não podemos escrever Poesia, apenas poemas
Pois a Poesia não são letras e nem são rimas
E do mesmo jeito que a solução e os problemas
A Poesia e a escrita são apenas belas primas.

Herege o homem que coloca seu titulo de "Poeta"
Pois Poeta não é titulo e nem profissão liberal
E da mesma forma que o astronauta é um profeta
De tal é a Poesia em relação ao espaço sideral.

Não sejam tolos, nem cometam alguma asneira
Porque a Poesia é cafetina e cobra a paixão
E se não diferencias a poesia de uma bananeira
Deixes que ela morra e apodreça num caixão.

10/05/2013

10/05/2013

Feira Livre da Poesia

Feira Livre da Poesia
Barata Cichetto

(De Uma Conversa Com Wellington Vinícius)


A Poesia não feira e não precisa de hipocrisia
E não é pastel, nem caldo de cana, burguesia
E se não é tomate, nem alface, o que é Poesia
Grita o feirante chamando a distinta freguesia.

Fede a burguesia, disse o Poeta. E fede até a feira
Também fede Barata, aquele sem eira nem beira
E o que fede não cheira a Rosas e nem tem Casa
Mas o que o poeta tem não é reinado, é uma asa.

O feirante acorda cedo enquanto o poeta dorme
Então fiquem o feirante rico e o poeta com fome
Acabou a feira e os restos estão à sua disposição
Então que comam o mendigo, o poeta e o ancião.

Tomates moles, restos de alface, cessam os gritos
Agora dormem os feirantes, os pobres e os aflitos
E acordam os poetas, pois ainda são bem poucos
Gritando "Poesia!" igual aos feirantes e aos loucos.

10/05/2013

Ratos e Homens

Ratos e Homens
Barata Cichetto


"The best laid schemes o'mice an'men / Gay aft a-gley / An'lea'e us nought but grief an'pain / For promised pay. " - Robert Burns, escrito originalmente no dialeto escocês.


Imagem: http://papodehomem.com.br/ratos-e-homens-of-mice-and-men-livros-de-macho/
Um dia um amigo contou uma história
Sobre os restos do céu e a sua escória
Era bom meu amigo e correta sua falação
Mas com o inferno havia nenhuma relação.

Era uma história sobre humanos e ratos
Onde todos comiam dos mesmos pratos
Tinham os gordos, os doentes e os belos
Mas tinha também os pretos e amarelos.

Eram idênticos tanto os ratos quanto os humanos
Contando suas as histórias e fazendo seus planos
E todos sem exceção queriam sua premiação
Mas sempre terminavam apenas com aflição.

E tinham ratos e humanos planos perfeitos
Todos bradando atos corretos e seus feitos
Mas a historia contada por meu amigo acaba mal
Com os ratos e humanos sendo devorados no final.

10/05/2013

Gatos & Alfaces - Brainstrorm

Logotipo

Idéia Para Primeira Capa e Contracapa


08/05/2013

A Todas as Putas do Mundo


A Todas as Putas do Mundo
Barata Cichetto

Ah, minhas senhoras e senhoritas das igrejas da rua
Que dançam na noite e que gozam de olho na Lua
Cheias de graças, desgraças e um pouco de batom
E que cantam nos palcos de motel errando no tom.

Ah, minhas meninas com olhos esbugalhados de dor
Drogas cheiradas sobre o emoldurado do imperador
Que pelas camas das damas dos poder cortejadas
E por golpes de fúria moral mortas e esquartejadas.

Ah, crianças das dores e da hipocrisia dos machos
Tecelãs do tesão, artesãs do gozo, poesia dos fachos
Deixem que eu beije seus lábios, as faces inchadas
Até a chegada da turba que as querem linchadas.

26/03/2013

07/05/2013

Rádio Barata Livre - Programa 13



Rádio Barata Livre
(Barata em Eira Nem Beira)
Sexo, Poesia & Rock'n'Roll
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
Segundas, das 21 as 23 horas pela Stay Rock Brasil
Reapresentação, terças, das 16 as 18.
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Programa Nº. 13 - 06/05/2013
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Abertura: - Vanishing Point Trailler
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Bloco 1 -  Vanishing Point - Trilha Sonora do Filme Corrida Contra o Destino - 1971 - USA
- Vanishing Point  - The J. B. Pickers - Super Soul Theme
- Vanishing Point  - Delaney & Bonnie & Friends - You Got To Believe
- Vanishing Point  - Mountain - Mississippi Queen
- Vanishing Point  - The J.B. Pickers - Freedom of Expression
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Bloco 2 (Poesia: Perdidos na Noite)
http://baratacichetto.blogspot.com.br/2013/04/perdidos-na-noite.html
- Made In Brazil  - Kamikaze do Rock
- Camisa de Vênus - A Ferro e Fogo (Ao Vivo)
- Cassia Eller - Sgt Pepper's - Ao Vivo 94
- Edson Cordeiro e Tuco Marcondes - (Mercedes Benz) Paris  FR
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Bloco 3 - (Portal e Programas da Stay Rock)
- Tsubasa Imamura - Codinome Beija-Flor
- The Rock Indonesia - Mustapha Ibrahim
- Ministry - Under My Thumb
- Melvins - Lizzy
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Bloco 4 (Arca do Barata) Poesia: "Por Justiça de Francisca Júlia"
http://baratacichetto.blogspot.com.br/2013/04/por-justica-de-francisca-julia.html
- James Taylor - Carolina In My Mind
- Otis Redding - The Dock Of Bay
- Roy Orbison - Love Hurts
- The Kinks - Lola
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Bloco 5 - Rock'n'Roll (Dedicado à Delma Mattos)
- Twisted Sister - The Price
- Steve Miller Band - Abracadabra
- Sweet - Ballroom Blitz
- Whitesnake -  Rock And Roll Angels
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Bloco 6 - Eric Clapton e Carlos Santana - 24 Minutes Live Jam
Eric Clapton - Crossroads, Vol. 2 - Live in the Seventies (1996)
(Eyesight to the Blind / Why Does Love Got to Be So Sad)
"Eyesight to the Blind" Originalmente escrito e gravado em 1951 por Sonny Boy Williamson II (Aleck "Rice" Miller) / "Why Does Love Got To Be So Sad"  - Derek And The Dominos
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06/05/2013

Livro "Patrulha do Espaço no Planeta Rock"


No dia 30 de Maio, Quinta-feira, feriado de Corpus Christi, a Patrulha Do Espaço estará em São Paulo, no Manifesto Rock Bar com mais um show de Rock sensacional. E para quem é fã da banda, Luiz Carlos Barata Cichetto, estará presente com o livro "Patrulha do Espaço no Planeta Rock", que narra algumas das impressões e vivências que teve com a banda.

05/05/2013

À Vida


À Vida
Barata Cichetto

Morri! E tem tanto tempo que agora nem recordo
Certo! Tem mortes que morro sempre que acordo
A primeira foi no momento do parto, foi horrorosa
A dor que senti! E eu nem sabia que dor é gloriosa.

Morri! E tem tanta morte que eu nem morro agora
Certo! Tem as que morro sempre que chega a hora
E a última foi um instante antes do exato momento
Em que morri pela penúltima vez antes do aumento.

Morri! E uma de minhas mortes eu ainda era criança
E, certo! Eu nunca espero das coisas sem lembrança
Lembro só que a dor na infância é apenas arremedo
Daquilo que será conhecido com a alcunha de medo.

Morri! E nunca esqueci de nenhuma de minhas mortes
E, certo! Lembro de que as dores nem eram tão fortes
Somente recordo que em todos meus eternos falecimentos
Nunca morri sem deixar-te os mais ternos agradecimentos.

04/05/2013

O Amante de Frida Kahlo


O Amante de Frida Kahlo
Barata Cichetto

Anjos feitos de carnes e demônios feitos de ossos
Farinhas dos mesmos sacos, assim são os nossos
Fantasmas que por assim dizer não são os vossos.

Patetas pacíficos aceitam a tudo aquilo que eu falo
E justo eu que adoro a arte estranha de Frida Kahlo
Mas os pacíficos surdos escutam quando eu me calo.

O que tem em comum Frida e seus demônios humanos
Nunca procurei saber, mas foi preciso de oito romanos
Para crucificar a apenas um judeu de trinta e três anos.

É fácil enganar a muita gente, a poesia é total enganação
Mas não pense que creio em deuses ou em reencarnação
E que se fodam aqueles que pedem a minha condenação.

03/05/2013

Desenho Com Palavras


(Um desenho poético em forma de acróstico, pela grande amiga Joanna Franko, dedicado à minha pessoa. Vaidosamente falando, muito grato!)

Para Um Amigo!
Luiz Carlos Barata

Lembranças...
Uma esperança
Insiste, persiste
Zomba de mim.

Cada dia,

Acentuam meus versos
Roubam minutos
Levam sonhos
Ouvem silencio
Sozinho, nada escuto.

Basta de madrugadas...

Amanhã, o "poema parido"
Roubado, esquecido
Acabará escondido
Tal menino crescido
Abandonando sonhos perdidos.

Joanna.Franko
Facebook
03/05/2013

Mulheres


Mulheres
Barata Cichetto
Foto:Nikolaus2001at -  http://www.lowbird.com
Eu, que das loiras conheço sua fatalidade
E das morenas pervertidas a perversidade
Das negras furiosas a perversa fragilidade
E das ruivas convertidas a falsa crueldade
Amo furiosamente a sua total integridade.

Eu, que das lésbicas me fiz um parceiro
Que das putas me tornei um conselheiro
E que a todas fui o justo e o verdadeiro
Contemplo a mim mesmo e por inteiro
E amo suas verdades acima do primeiro.

Eu, que das crentes conheci a bestialidade
E das carentes sua imensa promiscuidade
Não dispenso de nenhuma a fraternidade
Por encanto sucumbo ante a iniquidade
E por hábito emudeço à fatal serenidade.

02/05/2013

The Killer And The Dealer

The Killer And The Dealer
Barata Cichetto

Ficam perguntando sempre de influencias sobre minha obra
Um jeito pomposo de ser petulante, o ser que isso me cobra
Em uma resposta que poderia ser simples, mas é retórica dura
Então respondo ao perguntador curioso de minha leitura pura
Que ninguém influencia de fato ao poeta de mente hermética
E sobretudo que ninguém é de ninguém no assunto da poética
E que mesmo que tenha leitura dos grandes poetas da história
Jamais saberia aquele que deu a mim um pouco de sua vitória.

Acaso portanto, não fosse o tempo a separar a vida do poeta
Eu poderia falar, mesmo parecendo ser o arrogante e pateta
Que não foi a mim que influenciaram Rimbaud ou o Augusto
Mas fui eu ou qualquer poeta de agora de porte tão vetusto
A influenciar a sua poesia profana da África até a Pau D'Arco
E quem sabe seria eu a lhes contar sobre o Bêbado no Barco
Ou ser mesmo um dos tantos Charles, da França ou América
Enfim ser outro poeta de qualquer parte da Península Ibérica.

E eu, que nunca aprendi do soneto as formulas matemáticas
Que jamais consegui dar a meus versos regras de gramáticas
Separar as sílabas dos versos, nem ser um poeta modernista
Consigo ser um poeta sem letras em minha poesia hedonista
Aguardo apenas que aqueles que comem dentro de panelas
Explodam sob sua própria pressão ou impressão das janelas
Pois mais importa declamar poesia em casas mal cheirosas
A ficar a sorrir, dando a bunda aos donos da Casa das Rosas.

Ah, moleques e frustrados que pensam ser Paulo ou ser Piva
Que imaginam que a estrada tem o gosto do azeite de oliva
Nunca moraram num buraco, nunca sentiram o cheiro do pó
E não sabem o que é ser sacrificado, sem piedade e nem dó
Conhecem subúrbio por jornal, a periferia pelas empregadas
E acham que ser pobre é bonito quanto às flores respingadas
Mas ainda perguntam-me sobre quem é meu mestre de fato
E eu respondo que sou eu o mestre que pintou o seu retrato.

Mais Sobre a Casa e Seus Donos... http://baratacichetto.blogspot.com.br/2012/08/manifesto-da-casa-das-rosas.html

01/05/2013

O Poeta e Seus Espelhos


O Poeta e Seus Espelhos
Barata Cichetto
"Mas, quando do espelho se quebrar, me quebrarei em mil pedaços, serei mil espaços ou, simplesmente um sonho a vagar..." Joanna.Franko

Um poema é um espelho quebrado, em pedaços partido
Feito a um contrato rescindido e um casamento acabado
Pedaços de sonho denunciado ou de pesadelo repartido
Assim é o poema parido e assim é um poeta inacabado.

Velhos Safados e Rosas Roxas


Velhos Safados e Rosas Roxas
Barata Cichetto


Não, eu não quero enganar a morte trepando aos oitenta anos
Com uma garota de vinte. Para enganá-la tenho outros planos
Tal ato é patético e idiota e eu estaria enganando não a morte
Mas eu mesmo, pensando que ainda sou um homem de sorte
Quanto a garota de vinte, com ela também teria muito a fazer
Do que apenas enfiar-lhe o meu pinto e lhe dar o meu prazer.

Os velhos ficam tolos e acham que podem enganar o seu fim
Mas poderiam brincar de plantar rosas vermelhas no jardim
Ficam pensando nos prazeres eróticos, em meras lembranças
Enquanto poderiam alimentar com flores as suas esperanças
E não, eu não quero enganar a ninguém trepando aos oitenta
Quero plantar rosas roxas na buceta de uma puta de quarenta.