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30/04/2015

Troco Poesia Por Rock'n'Roll

Meu terceiro poema, sobre o desafio proposto pelo amigo Daniel Kobra Kaemmerer, para que eu publicasse 4 poemas em 4 dias e convidasse 4 amigos a fazer o mesmo. .
E continuo publicando poemas meus que estão no meu livro "Troco Poesia Por Dinamite"
E assim, também mantenho meu convite aos amigos Carlos Manuel, Joanna Franko, Nua Estrela e Denise Ávila, para continuarem com este desafio, sempre convidando mais quatro amigos e promover a difusão poética nesta rede social.

Troco Poesia Por Rock'n'Roll
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

A nenhum poeta é permitido seguir os passos de Rimbaud, o cínico
E passar alguma Temporada no Inferno, com o olhar de um clínico
Quanto a mim trago o Inferno nas mãos e espalho sobre a Terra Santa
E prefiro me lambuzar com o melado de putas a foder virgens na janta.

E a nenhum é permitido largar a poesia, tal Rimbaud, o mercenário
Aos poetas é permitido ter dinheiro sem guardar a alma no armário
E quanto a mim, me permito não ter luxos, médicos ou puteiros caros
De forma a manter minha obra com sensos que atualmente são raros.

A ninguém é permitido ler Rimbaud nem Bukowski com olhos de vício
O ópio e a bebida não constroem um poeta, que o é por seu sacrifício
Mas quanto a mim, não desejo ser cordeiro, nem o mártir de esquina
Apenas viciado em letras, em notas e nas pernas de uma doce cafetina.

E a nenhum, seja Dos Anjos, Verlaine ou Baudelaire, o poeta algo deve
Pois Poesia é o Espírito Santo e a Sagrada Alma daquele que a escreve
Quanto a mim, não acerto contas com outros criadores por ser deidade
E se há deuses no Infinito são eles poetas cheios de egoísmo e vaidade.

01/02/2015


29/04/2015

Troco Poesia Por Dinheiro

O amigo Daniel Kobra Kaemmerer lançou o desafio e eu o aceitei
Aqui está a minha primeira poesia, a primeira das quatro que devo publicar nos próximos quatro dias.
E como as "regras" dizem que devo publicar poesia, gostaria de compartilhar nesses quatro dias quatro poemas meus que estão no meu livro "Troco Poesia Por Dinamite"
E assim, também deixo meu convite aos amigos Carlos Manuel, Joanna Franko, Nua Estrela e Denise Ávila para participarem deste desafio, sempre convidando mais quatro amigos e promover a difusão poética nesta rede social.

Troco Poesia Por Dinheiro
(Registrado no Escritorio de Direitos Autorais)

Não fosse por Baudelaire eu seria um poeta incomparável
E não fosse por Rimbaud seria um mercenário inigualável
Mas da forma que a Poesia deseja, sou poeta despejado
Pobre e desconhecido, pelas amantes homem indesejado.

A Europa está morta e a África fede a defuntos insepultos
E eu caminho na sujeira da periferia entre bichas e putos
Mas da forma como a Poesia me deseja, sou amante total
Maldito poeta, fodendo doentes com sua síndrome mortal.

Queria mesmo era foder e ter dinheiro, foda-se a hipocrisia
Ter dentes inteiros, roupas decentes, mas tenho só a Poesia
E que grande bosta nascer poeta, eu preferia ser natimorto
Ou ter a sorte de ser apenas outro ato hediondo de aborto.

Quem sabe o que faria minha mãe se ao olhar àquele ser
Soubesse que em lugar de médico seria poeta ao crescer
Decerto num ato de vingança contra a natureza maldosa
Me jogaria na latrina e iria dormir com a mente insidiosa.


Troco Poesia Por Sexo

Segundo poema, sobre o convite do amigo Daniel Kobra Kaemmerer, que lançou o desafio, para que eu publicasse 4 poemas em 4 dias e convidasse 4 amigos a fazer o mesmo. . 
E continuo publicando poemas meus que estão no meu livro "Troco Poesia Por Dinamite"
E assim, também mantenho meu convite aos amigos Carlos Manuel, Joanna Franko, Nua Estrela e Denise Ávila, para continuarem com este desafio, sempre convidando mais quatro amigos e promover a difusão poética nesta rede social.

Troco Poesia Por Sexo
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

Uma dessas noites vagabundas, cheias de filhos do poder
Eu, bêbado e encharcado de chuva e de vontade de foder
Trafegava pelas esquinas cheias de putas e de seus filhos
Quando uma, que não conheci por causa dos seus brilhos
Pediu meu isqueiro, meu dinheiro ou algo que eu não tinha
E eu lhe dei um livro, que era bom no lugar de onde vinha.

Mas eu não sei se por não saber ler ou por pura safadeza
A desgraçada, malcriada e certa de sua certeira esperteza
Sorriu e disse que aquilo não daria de comer aos rebentos
E que só queria era foder por dinheiro, e sem documentos
Pois um livro, ainda pior, repleto de poesia de nada lhe valia
Mas era essa minha fortuna e eu queria foder aquela vadia.

E depois de eu ler uma dúzia de poemas, imune ao seu bocejo
A vagabunda me deu a buceta atendendo meu obsceno desejo
E quanto eu a comia, outro poema em minha cabeça crescia
Tão intenso e tão maldito, enquanto eu subia e a puta descia
Que quando gozei, com minha porra em sua calcinha negra
Escrevi sobre a maldição de todas as putas de origem grega.

Não se assuste e não zombe de mim quando conto a epopeia
De um poeta que não trocou por nada sua vida e sua ideia
Mas o fato, que relato ao leitor, por mais que ache sem nexo
Foi que troquei minha poesia por um instante rápido de sexo
E se acham que fiz mau negócio dando poesia por um prazer
Afirmo que nada mais sobre a arte e a poesia posso lhe dizer.

01/02/2015

28/04/2015

Devassa da Freeway

Devassa da Freeway
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)


"The eyes that just stare, and a glance at the clock
And the secret that burns, and the pain that won't stop
And it's fuel is the years / Leading me on..." - Robert Plant - Big Log


Há uma devassa na estrada, uma barata tatuada nos seios
E são dela meus desejos, da barata é que são meus receios
Nos olhos a vontade de ser e no corpo a liberdade de viver
E somente baratas na estrada conhecem o que é sobreviver.

A devassa na estrada, cervejas, motocicletas e nada de gozo
E eu que apenas ejaculo poesias, algo que é muito perigoso
Mas a estrada é do perigo como o desejo da poesia a ignição
Então acendo o farol, e acelero com vontade em sua direção.

Na estrada há poesia, na devassa versos sem métrica e rima
E em universos paralelos, as vias secundarias da autoestima
Pois então devasso inteiro seu pudor, um poeta a seu dispor
Imaginando loucuras que nem sua imaginação poderia supor.

Mas se há uma devassa na estrada, ela então será intensa
E a barata nos seus seios, a minha sofisticada recompensa
Nos desenhos secretos das coxas e nos retalhos acetinados
Guardo seus segredos escuros em poemas mal alimentados.

O desejo é uma motocicleta veloz correndo na estrada escura
Perigosa via, de mão única que se trafega de forma insegura
E quando não há destino nem retorno, que se siga em frente
Até que a luz se faça ou que lhe surja um caminho diferente.

Acelerar na estrada escura, perigos nos caminhos do prazer
Na perigosa sina do asfalto que aos delírios pode nos trazer
E não há medo ou vergonha na estrada, apenas desejo puro
Decerto estrada não é lugar para quem tem medo de escuro.

Não cale o rugido do motor a gritar dentro da madrugada
Rompendo a manhã serena como tiros de uma espingarda
Veja com meus olhos, não há como enxergar o que te cega
E se a claridade te ofuscar mire a escuridão que te renega.

Na estrada existe uma demônia e na rua um anjo mijando
E sua urina é tão pura quanto a bunda que estou beijando
Barata nos peitos, na bunda coração em formato de flecha
E na rua vadios quebram copos num bar que nunca fecha.

Se desejar não é permitido, pois que me chegue a inspiração
E se não gozo escrevo e se não faço falta o ar da respiração
Escrever é gozar de pau duro sobre folhas púbicas sem pelos
Pois ejaculo poemas em folhas de papel sem eróticos apelos.

Há uma devassa em minha poesia, e devasso suas entranhas
Rompo a estrada negra, bebo a saúde de criaturas estranhas
E me entrego à saudade perdida em alguma companhia fútil
Sabendo que todo prazer é vil e toda companhia tanto inútil.

Ligo meu motor, deixando escorrer a estrada debaixo de mim
Não há estrada por onde chegar longe, estradas são meu fim
Mas se corre meu tempo, não há o que temer senão o morrer
E se a estrada me leva apenas a esquina, não há como correr.

Guardo minhas palavras agora, meu tesão oculto e suprimido
Nada há que não se possa esquecer depois de um comprimido
Mas se na devassidão da estrada e se o ronco do motor rugir
Saibas que a imensidão da poesia é um bom lugar para fugir.


28/04/2015

27/04/2015

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 Programa 02 - 27/04/2015

Deep Purple - (Shades Of Deep Purple) - Prelude - Happiness - I'm So Glad
Paul McCartney - 10. Helen Wheels
Allen Ginsberg & Paul McCartney - The Ballad Of The Skeletons
Motorhead - Orgasmatron (Spoken Word)

Danzig - Godless
Ruth Copeland - Play With Fire
Discurso do Filme A Nascente (Gary Cooper, 1949) - Ayn Rand
Rush - Anthem

Robin Trower - Live - Too Rolling Stoned
Carro Bomba - Pragas Urbanas
Natalie Merchant - Adventures Of  Isabel (Poema Ogden Nash)

Encerramento:
- Barata Cichetto - O Caminhoneiro e o Roqueiro - Homenagem a Percy Weiss


"Quando Percy Weiss nasceu, 'Voz', um dos deuses do Rock proclamou à humanidade: 'Aqui tens, humanos, a minha descendência, meu dileto filho. Será este que lhes entrego, Percy Weiss, aquele que lhes encantará e trará emoções com sua Voz. Será ele, a Voz do Rock.” (Trecho inicial do release escrito em 2007)



O Caminhoneiro e o Roqueiro
(A Agostinho Santos e Percy Weiss, que partiram hoje)

Das mãos do caminhoneiro, da garganta do cantor, a arte
E se a maior é a da existência, ambos fizeram a sua parte
Cumpre-nos apenas seguir o féretro, perdidos na estrada
E sobramos nessa sina de dor, em uma saudade apertada.

Dos fados e do blues, a voz e a vez de um par de artistas
Que a morte agora carrega nas suas asas de aço egoístas
E na estrada mortal, a caminho do lugar que nem existe
A malvada espera o bom artista e o caminhoneiro triste.

E a voz ainda ruge e o trovão surge do fundo da garganta
Poemas não nos bastam, há horas que poesia não adianta
Se nunca calar é o lema, não chorar o tema nunca escrito
Silêncio daqueles que em palavras não pode ser descrito.

A voz não sucumbe, voz não morre, é apenas delírio final
E nunca bastamos, nunca estamos a frente da morte afinal
Uma tristeza daquelas, de ateu poeta e maldito sem direção
É a de quem perde um amigo e o sentido que dita o coração.

14/04/2015


21/04/2015

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 Programa 01 - 20/04/2015

Barata Sem Eira Nem Beira 2015
Programa 01 - 20/04/2015

Alice Cooper 01- Abril -1974 - Brazil - Muscle Of Love
Camisa de Vênus - A Ferro e Fogo (Ao Vivo)
Grand Funk - On Time - Heartbreaker (1969)
Morphine - Radar / The Only One
- Barata Por Barata - Manifesto Underground

Muqueta na Oreia - Primogênito de Uma Meretriz
Orion's Beethoven - Amistades Desparejas
Rush - The Anarchist
Truth And Janey - It´s All Above Us
- Barata - Carro Bomba - Fui

Outro Destino - Apenas Uma História
T-Rex - Children Of The Revolution
Gil Scott-Heron - The Revolution Will Not Be Televised
Raul Seixas - Novo Aeon
- Barata - Aforismo Ciberpajé

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Manifesto Underground
Barata Cichetto

E agora, que os subterrâneos não são mais de veludo
Que não há mais a mulher tetuda e o homem peludo?
E agora, que meu arco-íris está desbotado e imundo
E não há mais buracos onde se esconder do mundo?

As minhocas olham para cima e não enxergam Pink Floyd
Não gosto do Arnaldo Baptista, onde é que está meu Rock?

E agora, que não existem mais virgens, nem putas a parir?
E se não há motivos para chorar, nenhuma razão para rir
Nenhum porquê de viver, vários de morrer, sem esperança
Pois é ela, a que se espera, apenas um sorriso de criança?

As minhocas morreram ao sol, Syd Barrett gordo e careca
As águas que rolam carregam pedras, nada pode ser feito.

No Rock havia o sonho, independência e vida por instantes
Alice Cooper não mora mais aqui, nesse país de mutantes
E se não há mais veludo nem underground, sem camurça azul
Meus sapatos estão guardados até que eu possa andar ao sul.

As pedras não rolam, não há mais glória no Rock, só história
Ela de fato queria ser um anjo, e eu queria comer sua bunda.

Mas agora a poesia morreu e restam apenas poetas de chapéu
Não há caixas de som em árvores, nem noivas cobertas de véu
E não culpem ao dinheiro, pois é o poder aquilo que lhes domina
Tanto que não é o demônio, mas o santo que ao anjo extermina.

Mas ainda há Gatos & Alfaces, like a rolling stone, oh baby blue
It's all over now, e Bob Dylan comendo pastel na feira de quinta.

Mas agora, que estão empoeirados os meus discos de vinil
Reclamo da falta de acordes sinceros e detesto Gilberto Gil
Buarque o burguês tem inveja de pobre, Caetano é um tolo
E eu nem sei se vomito ou se como outro pedaço desse bolo.

Golpe de Estado, um Carro Bomba e Patrulha ainda no Espaço
Oswaldo conta histórias enquanto bebemos cerveja na Galeria.

Domingo de manhã, Lou Reed morto, eu sem eira nenhuma
A poesia consola e o Rock ainda pulsa, sem duvida alguma
E as minhas gatas dormem sobre minhas pernas doloridas
Não sei se pinto as paredes de branco ou as deixo coloridas.

E o underground não é mais de veludo, mas de plástico bolha
Embalado para presente, caros presentes sem futuro nenhum.

Há um tesouro no fundo do baú e o baú no fundo do poço
E estou velho demais para tanta tristeza na hora do almoço
Mas ao sul de Parador há um nobre a quem chamo ditador
Sob o sol do norte morre um pobre sob as balas do atirador.

E sob a fúria de Titãs, um poeta não fingidor, mas um Pessoa
Num grito rompe o rito e o mito do Rock jamais será o mesmo.

No submundo habita o underground e isso não deu no jornal
E na farsa da força, à força deu um beijo e nela fez o sexo anal
O aborto é crime a quem não dou perdão e nem desculpas
E acima do direito ao corpo há o dever da vida e suas culpas.

Lennon disse para imaginarmos um mundo com menos posses
Mas morava no Dakota e agora está no Céu com Diamantes.

Agora construo minha casa com pregos e martelo na madeira
Esmago os dedos na escada e pinto com verniz outra cadeira
Vinho barato antes do jantar e meu braço cansado de martelar
E depois de tanto tempo tenho aquilo que posso chamar de lar.

Nos setenta eu tinha calças com boca de sino, anel de caveira
E o gosto incrível pelas musicas que tocavam no rádio de pilha.

Um dia sonhei que comia a Patti Smith debaixo do palco escuro
Era um tempo de solidão, de um desejo sujo, um tanto obscuro
Mas eu a comia, e Iggy, a iguana verde e gosmenta se debatia
E todos sabíam que era pelo demônio que ela tinha simpatia.

Um dia fui hippie e lendo histórias de Zéfiro eu batia punheta
O perigo na esquina, e revistas suecas dentro das fotonovelas.

Nos subterrâneos haviam sonhos, pesadelo hoje é a intolerância
E se no porão haviam os socos, a dor surge agora da arrogância
Ando com medo por ruas perigosas tingidas de rubro e amarelo
E agora não há dor que eu não sinta, pois meus ossos são farelo.

Hoje nada mais é proibido, tudo é divino, permitido e maravilhoso
E se nada é proibido, me é permitido proibir aquilo que é perigoso.

Termino o meu manifesto underground cagando pelas pernas
Provando que na poesia nem no Rock as mentiras são eternas
E se há alguma verdade nisso tudo, está dentro da sua cabeça
Pois se falo é porque qui-lo, algo para que de mim não esqueça.

Não há nenhuma chave na porta, mas dentro do seu estômago
Vomite e a encontre, pois a porta é a sua única real esperança.

22/03/2015
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Fui
Carro Bomba

Mais uma esquina deixei pra trás
Mais uma luz se apaga
Não vejo sombras na calçada
Mais um lugar ficou pra trás
Eu não escuto nada
Deus não me vê na madrugada

Down Down Down
Down na estrada
Down Down Down
A cada milha andada

Nuvem negra me deixa em paz
O corpo sente a calma
Não cabe na ampulheta
O deserto da minha alma
Bolsos vazios e nada mais
Diversas histórias
Discos e acordes
Guardados na memória

Down Down Down
Down na estrada
Down Down Down
A cada milha andada





14/04/2015

O Caminhoneiro e o Roqueiro

O Caminhoneiro e o Roqueiro
(A Agostinho Santos e Percy Weiss, que partiram hoje)
Barata Cichetto

Das mãos do caminhoneiro, da garganta do cantor, a arte
E se a maior é a da existência, ambos fizeram a sua parte
Cumpre-nos apenas seguir o féretro, perdidos na estrada
E sobramos nessa sina de dor, em uma saudade apertada.

Dos fados e do blues, a voz e a vez de um par de artistas
Que a morte agora carrega nas suas asas de aço egoístas
E na estrada mortal, a caminho do lugar que nem existe
A malvada espera o bom artista e o caminhoneiro triste.

E a voz ainda ruge e o trovão surge do fundo da garganta
Poemas não nos bastam, há horas que poesia não adianta
Se nunca calar é o lema, não chorar o tema nunca escrito
Silêncio daqueles que em palavras não pode ser descrito.

A voz não sucumbe, voz não morre, é apenas delírio final
E nunca bastamos, nunca estamos a frente da morte afinal
Uma tristeza daquelas, de ateu poeta e maldito sem direção
É a de quem perde um amigo e o sentido que dita o coração..

14/04/2015

07/04/2015

Barata Sem Eira Nem Beira Retorna a Stay Rock Brazil


"E quero quebrar meu silêncio em pedaços tão pequenos que não se possa juntar
De fato quero fazer tanto barulho, um ruído tão grande que não se possa escutar."

Estes versos definem o retorno do programa "Barata Sem Eira Nem Beira" a Stay Rock Brazil, depois de mais de um ano.

Sempre apresentando Rock de todas as cores e sua poesia em preto e branco, o poeta, artesão de livros e editor da revista Gatos & Alfaces, Barata Cichetto, traz à rádio um programa onde o objetivo não é a diversão, mas o pensamento critico, plural e catártico.

Barata Sem Eira Nem Beira
Produção e apresentação Barata Cichetto, para a Stay Rock Brasil, a Rádio onde você vive... Rock
Todas as Segundas as 22:00
Estréia dia 20 de Abril
www.stayrockbrazil.com.br


https://soundcloud.com/baratacichetto/abertura-barata-sem-eira-nem-beira-2015




05/04/2015

Sexta-Feira da Paixão

Sexta-Feira da Paixão
Barata Cichetto
(Proibida a Publicação Sem Autorização do Autor)
Imagem: https://br.pinterest.com/pin/444660163181234476/

Pois tenho feridas e calos imensos nas palmas das mãos
E nas costas chagas doloridas de carregar meus irmãos
Filhos não há por diminuir a carga, socialistas por inércia
Enquanto eu reacionário, sou comparado ao rei da Pérsia.

Quase sessenta e antes longos, meus cabelos são ralos
E se outrora fui Barata, agora sou apenas o Luiz Carlos
Mas se entretanto e portanto fui e sempre serei o poeta
Um dia serei apenas um defunto como previu o profeta.

Descreio das sinas, dos destinos e da praga santificada
Sofro por minha crença e busco a prostituta crucificada
Fui condenado ao desprezo por um tribunal de exceção
E meu direito a paternidade executado pós condenação.

No fim das contas, faço cálculos, mas não chego ao resultado
A quantas penas de morte um homem poderá ser condenado?
Na Sexta-Feira da Paixão, sinto a dor de toda a cristandade
E concluo que na espécie humana não é possível Irmandade.

03/04/2015

(Este poema é parte da trilogia "Escritos Sinóticos", que contem ainda: "Sábado de Aleluia" e "Domingo de Páscoa" e foram escritos nesses dias)

04/04/2015

Guerreira do Fogo

Guerreira do Fogo
(Á Samira Hadara)
Barata Cichetto
(Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

E quando a solidão lhe despertar, depois da guerra
Acenda o fogo, apanhe um café e sente-se na terra
E ore aos deuses da sua crença com ódio e fervor
Mas se acaso não te ouvirem, faça disso um favor.

Apanha da sanha, erga o braço e empunhe tua dor
Em guerras não há santos e na santidade só horror
Mas se a dor é tua espada e o desespero a tua lança
Na menstruação perdes muito sangue e a esperança.

Há feridas em todos, as dores tomando formas ocultas
E na contração do útero e dos impulsos das catapultas
Gemes de prazer, um tanto mulher e outro guerrilheira
E se não há gozo no planalto que o haja na cordilheira.

Mas se no fim te lembrares da carniça e do mau cheiro
Lembre que das guerras mortos sempre saem primeiro
E da tua bainha costurada com linho por teus dedos
Saca da tua espada e corta a cabeça dos teus medos.

04/04/2015