O CONTEÚDO DESTE BLOG É ESPELHADO DO BLOG BARATA CICHETTO. O CONTEÚDO FOI RESTAURADO EM 01/09/2019, SENDO PERDIDAS TODAS AS VISUALIZAÇÕES DESDE 2011.
Plágio é Crime: Todos os Textos Publicados, Exceto Quando Indicados, São de Autoria de Luiz Carlos Cichetto, e Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A. (Escritório de Direitos Autorais) - Reprodução Proibida!


31/01/2013

O Cigarro é Meu Escarro


O Cigarro é Meu Escarro
Luiz Carlos "Barata" Cichetto

Fugi da escola, erro nas contas, sou incerto, mas faço de conta que acerto. Ainda consigo contar nos dedos e com eles conto todos meus medos. Minha mão fechada guarda segredos, mas aberta se agarra a meus sonhos com garra, unhas e carnes. Carne e unha, sangue do meu sangue. Ainda consigo cortar meus dedos e mesmo assim datilografar, digitar um poema, agarrado ao resto. Eu não presto, disseram muito, eu sou resto, bradaram tantos. E entre o que resto e o que presto, empresto meu isqueiro, acendo seu cigarro e vamos fumar. Pelas ruas, porque dentro de casa é proibido fumar. Eu fumo para poder pensar e não sei pensar parado e sem um cigarro. Então saio pra fumar e encontro em qualquer parte uma placa de proibido fumar. Fumar é proibido, mas sacanear a bunda dos pobres não é. Bando de filhos da puta. Meu cigarro é minha revolta, meu grito inconformado contra regras estúpidas, leis preconceituosas e políticos nojentos. Odeio políticos, política e gente sem caráter. Honestamente, não sei mais o que é ser honesto, ninguém mais sabe. Esquecemos... (?) A poesia é fumaça e eu fumei um poema ontem a noite. Fiquei doidão, tendo alucinação com Edgar Allan Poe, bêbado, caindo e morrendo na sarjeta. Meu gato ficou branco e cor de rosa e eu nem usei droga nenhuma.  Antes podíamos ser amigos e fumar juntos em qualquer lugar, agora estamos separados até mesmo na mesa do bar. Estava fumando na calçada e uma puta rendada reclamou da fumaça do meu cigarro, depois entrou num carro, acelerou vomitando fumaça de gasolina na minha cara e foi embora com cara de nojo. Cadela maldita! Não, maldita não é ela, malditos são esses nojentos, rabugentos, mal comidos e mal amados que cagam regras e leis se fingindo de bacanas. Quero estar sozinho, fumar meu cigarro e se um câncer no pulmão um dia me impedir de respirar, seja um preço justo a pagar por minha rebeldia. Isso é parte do jogo deles. Eles sempre ganham o jogo. As cartas estão marcadas e eles são donos do cassino. Trocaram o circulo vermelho cortado por um mapa. Aquele símbolo parece uma suástica. Gasto meu dinheiro em cigarro, não tenho carro e não roubo leite de crianças. Adoro o perfume do cigarro, ele enche minhas narinas e minha língua de desejo. E eu fumo porque amo. Minha mulher também fuma, nós fumamos juntos, na cama enquanto trepamos. Misturamos desejo com fumaça de cigarro, fogo com chama. Amamos. E eu digo a ela, que quando eu morrer e ela arranjar outro companheiro, que não seja um que fuma, que respeite minha lembrança. O cigarro é meu escarro, meu vômito, minha ânsia diante de tanta nojeira. E então, fique agora sozinho na frente do seu computador, que eu vou sair para comprar cigarros e fumar. Não sei se volto. Se eu não voltar é porque o bar era muito longe. Longe demais. Então leva um maço de cigarros, Marlboro vermelho, por favor, até o crematório e queima junto comigo.


30/01/2013

Entrevista de Barata Cichetto ao Programa "Talk Show"


29/01/2012 - Entrevista de Barata Cichetto ao Programa "Talk Show" da Just TV, Produzido e Apresentado por Célia Coev
"O Talk Show desta semana, 29/01, apresenta a vida e a obra de Luiz Carlos Barata Cichetto, através de seu livro “Barata: Sexo, Poesia & Rock'n'Roll - Uma Autobiografia Não Autorizada". Desde o inicio dos anos 1970, quando ainda adolescente, Luiz Carlos Barata Cichetto começou a escrever poemas, crônicas, contos, resenhas etc. E de lá para cá tem mais de 1.000 poemas escritos, além de cerca de 3.000 crônicas e contos. Em 1997, criou um site voltado a divulgação de Cultura Rock denominado A Barata, com o slogan: "Liberdade de Expressão e Expressão de Liberdade", que foi referência obrigatória, principalmente no meio "underground". Criou e organizou eventos ligados a Rock e Poesia, e foi manager da banda Patrulha do Espaço, para quem também criou artes para as capas de dois discos. Enfim, Barata Cichetto, como é mais conhecido, é agitador cultural, poeta, escritor, produtor, apresentador de Webradio, webdesigner, e com uma história de 40 anos de rock and roll....ufaaaa!!!No bate-papo com Célia Coev, Barata fala sobre sua autobiografia não autorizada, o lançamento de seu livro de poesias mais recente - "Cohena Vive! - ou Antes do Começo e Depois do Fim", e de seu programa de Webradio."


Aerógrafos, Planos e Aeroplanos


Aerógrafos, Planos e Aeroplanos
Barata Cichetto

E estar presente em meu futuro
É apenas outro dos meus planos
Mas há outros que hora conjuro
Feito casas, carros e aeroplanos.

E eu, que não sou poeta de fato
Mas apenas escritor de poemas
Falando sobre ser pobre e chato
Enquanto eles calculam teoremas.

E em meu passado fui presente
No presente, não tenho certeza
E antes que o futuro se apresente
Preciso é lutar contra a incerteza.

Jim Morrison morreu na banheira
Jones na piscina e Janis no hotel
E antes da outra por companheira
Preciso pintar a parede do motel.

28/01/2013

Barata A Ferro e Fogo - Programa 8



Barata A Ferro e Fogo
Idéias a prova de balas...
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
www.abarata.com.br
15 anos de Sexo, Poesia e Rock and Roll... a ferro e fogo
Programa 8 - 28/01/2013
www.radioaferroefogo.com

Abertura
- Black Sabbath - The Wizard
1 - Bloco
(Lançamento "Cohena Vive!" 14/02/2013 - Papo, Pinga e Petisco)
- Meat Loaf - Bat Out Of Hell
- Aerosmith - Dream On
- George Harrison - Cloud 9
- Jerry Garcia - Sugaree
2 - Bloco
(Patrulha do Espaço - SESC Belenzinho)
- Mink DeVille - Venus Of Avenue D
- Nick Cave - Muddy Water
- PJ Harvey - Hook
- The Patti Smith Group - Pissing In A River
3 - Bloco
(Pi2 - Lançamento 8/2/2013)
- Manfred Mann's Earth Band - Spirits in the Night
- Budgie - Baby Please Don't Go
- Frijid Pink - Black Lace
- Velvet Fogg - Velvet Fogg - Plastic Man
4 - Bloco Nazareth
(Nazareth; Poesia: "Tudo em Nome do Rock and Roll")
- Nazareth - Go Down Fighting
- Nazareth - The Ballad Of Hollis Brown
- Nazareth - Razamanaz
- Nazareth - Vigilante Man
5 -
(Entrevista Talk Show - Poesia: "Elogio à Mentira")
- Lynyrd Skynyrd - Saturday Night Special
- Alice Cooper - I'm Eighteen
- Rory Gallagher - Shadow Play
- Doobie Brothers - China Grove
6 - Bloco Ouvinte (Ivan Lima - Barata Suicida)
- Grand Funk Railroad - I Come Tumblin'
- Captain Beyond - I Can't Feel Nothin' (Part 1)
- Black Sabbath - Supernaut
- Slade - Move Over
Encerramento
(Texto de Despedida Rádio A Ferro e Fogo)
- Heart - Crazy On You

27/01/2013

Mas Não Se Mata Cavalo?


Mas Não Se Mata Cavalo?
Barata Cichetto

Agora é o momento de deixar que sangre, lama e pús escorreram
É nunca ou agora o momento de deixar que sentimentos morram
Não podemos correr sem ter aonde ir, sem destino não há partida
E não existe uma porta de entrada quando não existe uma saída.

Tanta tolice escrita, musica perdida e tantos sonhos quebrados
Somos tolos por lutarmos, pois a guerra é apenas dos soldados
O momento certo de deixar tudo para trás sem olhos nas costas
Pois os cavalos não ganham a corrida, mas os donos das apostas.

A corrida acabou, o cavalo tropeçou, quebrou a pata o pobre infeliz
E o que lhe resta é um tiro de misericórdia e uma morte doce e feliz
Não se mata cavalos - ainda perguntam - é preciso aliviar a sua dor
E quem aperta o gatilho é a mesma mão firme do próprio tratador.

Cavalos não descem escadas, não rimam, nem sabem voar sem asas
Alados cavalos, Pegasus calados, que voam de volta para suas casas
Até cavalos tem destinos, e nós não sabemos aonde queremos chegar
E até cavalos, alados ou não, enxergam o que não podemos enxergar.

26/01/2013

O Dia da Verdade


O Dia da Verdade
Barata Cichetto

Um dia entenderemos o que realmente são os poemas
E saberemos que são muito mais que pobres teoremas
Acima de juras amorosas, promessas de adolescentes
E veremos sua face verdadeira, acima dos insolentes.

Em tal dia ouviremos o que falam de fato nossos versos
Sabendo que estão além até de seus próprios universos
Porque Poesia não são apenas lides literárias sem nexo
E fazer poemas não é sequer parecido com fazer sexo.

Um dia, quiçá um dia, num futuro tanto distante
Perceberemos que Poesia não é tão equidistante
E conhecendo a razão do ser e o motivo do estar
Devoraremos da Poesia a carcaça que nos restar.

Um dia conheceremos a verdade e ela nos libertará
Sabendo que a Poesia nem a si mesma perpetuará
E como não há uma alma nem corpo que a sustente
Não haverá então nada que a ela própria alimente.

22/01/2013

Notas de Suicídio

Notas de Suicídio
Barata Cichetto

Todos meus poemas são pedidos de socorro
Daqueles do tipo ou eu mato ou ainda morro.

Notas de suicídio sem um tom de covardia
E perdoem a falta de coragem e a ousadia.

21/01/2012

21/01/2013

Barata a Ferro e Fogo - Programa 7



Barata A Ferro e Fogo
Idéias a prova de balas...
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
www.abarata.com.br
15 anos de Sexo, Poesia e Rock and Roll... a ferro e fogo
Programa 7 - 21/01/2013
www.radioaferroefogo.com


Abertura
- René Seabra - Maria da Louquidão

1 - Bloco
(Entrevistas Sites Diego el Khouri e Entrementes / Talk Show - Lançamento Multifoco "Cohena Vive")
- Titãs - Dissertação do Papa Sobre o Crime Seguido de Orgia
- Alceu Valença - Você Pensa
- Arrigo Barnabé - Clara Crocodilo
- Guilherme Arantes - Coração Paulista

2 - Bloco
(Poesia: "Facebook")
- Azul Limão - Ordem & Progresso
- Stress - Heavy Metal
- Tatubala - Vírus Rádio Ativo
- Blues  Riders - Amém Rock'n'Roll

3 - Bloco
(Revista PI2 - E-Mail)
- Furia Louca -  Junkie To The Noise
- Subrosa - Equinox
- Mr Speed - Voice Of Madness
- Psychotic Eyes - Dying Grief

4 - Bloco Xando Zupo
(Poesia: "Entre a Festa e a Fresta")
- Pedra - Madalena do Rock'n'Roll
- Big Balls - A Arma e a Flor
- Zupo (Z Sides) 2003 - Livre Como Você
- Patrulha do Espaço - Robot

5 - Bloco
(Programação SESC Belenzinho)
- Seu Zé - Retrato de Um Traidor Quando Jovem
- Outro Destino - (Imperial) - A Grande Batalha
- Blake Rimbaud - Cidade dos Novos Amantes
- The Hotmonsters - Fumo Um Cigarro

6 - Bloco Dori Hot Monsters
- Willy DeVille - It's So Easy
- Sonic Youth - Incinerate
- Nina Simone - Feelling Good
- T.Rex - Bang a Gong

Encerramento
- Project Dragons - Daileon
---------------------------------

Hedonismo

Hedonismo
Barata Cichetto

Dentro de pouco tempo estaremos todos mortos
Um a um a seu tempo, de doença ou tiro no peito
Morreremos, um a um, sem barcos e nem portos
Sem lei e sem norma, a morte de fato e de direito.

A mim, negaram a dignidade, pisaram, cuspiram
E a nós, renegaram antes do galo cantar outra vez
Sem saber do crime, nos acusaram, condenaram
E não a primeira, mas a segunda morte num mês.

Dentro de pouco tempo, estarão todos eles pobres
E enquanto brigam por flores ou por uma sepultura
Escrevo poemas sujos e dou de comer aos nobres
Pois a morte não aceita perdão nem quer escultura.

Quero morrer por mim, ato letal e sem sentido algum
Apenas por mim, num ato sincero em tom narcisista
E não é por coragem, nem por covardia, ato comum
Que enfio a arma na boca, meu ultimo ato hedonista.

Mas antes de engatilhar a arma e seu gatilho apertar
Ou enfiar o pescoço na corda, atando o nó da morte
Deixo um poema sobre a mesa de cabeceira a alertar
Sobre sangue antes da dor, sobre existência sem sorte.

Deixo de mim muito pouco e não deixo nada por mim
Mas para mim deixo muito, tudo o que fui por herança
E não sendo por ninguém que morro, chego ao meu fim
Sabendo que fui de mim mesmo minha única esperança.


21/01/2013




20/01/2013

Lançamento de "Cohena Vive! - Antes do Começo e Depois do Fim"

Lançamento de "Cohena Vive! - Antes do Começo e Depois do Fim" - Barata Cichetto - Editora Multifoco - Poesia


Espero todos os amigos! Com Papo, Pinga e Petisco (E POESIA)
Lançamento do Livro "Cohena Vive! - ou Antes do Começo e Depois do Fim" 
Poesia - Barata Cichetto - Editora Multifoco
Data: 14/02/2013 - Quinta-feira
Local: Papo, Pinga e Petisco
Praça Franklin Roosevelt, 118 - Centro - São Paulo - SP 
Tel: (11) 3257-4106
Horário: das 19:00 as 23:00

Localização: http://goo.gl/maps/Z0ys7

(Pronuncia-se: "Córrena")

Composto de 54 poemas, a maior parte sobre a dor, a angústia, a incompreensão e apreensão sobre os destinos dos seres desumanos, "Cohena Vive!" é o 12º livro publicado pelo poeta, escritor, webdesigner, artesão e produtor de webradio Barata Cichetto, 54 anos completos, escritos no período entre 2011 e 2012. O terceiro em papel, incluindo o primeiro, de 1981, impresso em mimeógrafo a álcool. O segundo, uma junção de dois outros chamava-se "O Cu de Vênus" e tinha cerca de 100 poemas do autor. "Cohena Vive!" é mais um projeto da Editor'A Barata Artesanal, criada pelo autor, que publica livros artesanais em pequenas tiragens.

Antes que alguém pergunte, Cohena sou eu... Sou eu porque o nome Cohena, com referencia à minha pessoa apareceu num sonho que tive e que relatei na crônica-poesia que dá nome ao livro. "Cohena Vive!" é decorrência de um processo de composição e decomposição pessoal, fruto da percepção da decadência da espécie humana, que se arrasta por um planeta que ela mesma destruiu. Angustiado pela alienação com que a maioria das pessoas, embora portando armas poderosíssimas nunca sonhadas, se entrega aos dominadores e à falsa liberdade "proporcionada" pelas redes sociais... O que aconteceu com a capacidade de indignação das pessoas? Todos querem apenas o espelho, pouco importa se quebrado ou de cristal. O objetivo é o Eu, o Eumismo, termo que criei para definir a presente Era Humana.

Os poderosos descobriram uma forma de dominação sem sangue e sem tortura física, que é o de jogar as pessoas umas contra as outras através de leis e estimulo a atitudes pseudo politicamente corretas que teoricamente as favorecem, mas que apenas tratam de acirrar a intolerância. Assim, a sociedade foi transformada em algo inócuo, que age segundo seus próprios e egoístas interesses. Estamos então numa sociedade que apenas consegue conjugar a primeira pessoa do singular em qualquer verbo e cujo verbo mais importante é o “ter” e onde o fascismo disfarçado de liberalismo impera. A Sociedade Humana foi dominada e parece gostar muito disso, ou ao menos não se importar.

Então, "Cohena Vive!” é contra tudo isso. E nesse ponto Cohena sou eu. Sou aquele que, com a imagem pintada num muro, clama por humanidade. Minhas armas são minhas palavras, amontoadas umas em seguida às outras formando poemas.. A poesia está em você, querido amigo ou amiga, em frente à estas páginas, sejam elas impressas em papel ou pontos num monitor de computador... E usando a frase que cunhei, a partir de uma dita por Pablo Picasso: minha arte não é para decorar estantes, é antes de tudo, uma arma de guerra. Até quando Cohena vive? Até quando viver a Poesia! Agora "Cohena Vive!" E Cohena sou eu!

Minhas Últimas Entrevistas:

Minhas Últimas Entrevistas:

19 /1/2013 - Entrementes - Joana D'Arc
http://entrementes.com.br/2013/01/pi2-politicamente-incorreto-ao-quadrado/

17/01/2013 - Fetozine - Diego El Khouri
http://fetozine.blogspot.com.br/2013/01/entrevista-com-luiz-carlos-barata.html

17/01/2013 - Molho Livre - Diego El Khouri (Mesma Entrevista)
http://molholivre.blogspot.com.br/2013/01/entrevista-com-luiz-carlos-barata.html

19/01/2013

Enfim, Tudo Acaba no Fim


Enfim, Tudo Acaba no Fim
Luiz Carlos Barata Cichetto

Acordei de manhã e fui preparar o café... O pó de café tinha acabado. Procurei pelo açúcar, pela água na torneira, tinha também tudo acabado. Procurei pelo dinheiro nos bolsos, mas neles só encontrei buracos. Minha mulher queria seu leite, as gatas queriam comida e eu, eu apenas queria morrer. Procurei o gás da cozinha e lembrei-me de Torquato Neto. Torquato tinha acabado aos vinte e oito anos de idade e o gás, o gás também tinha acabado! Queria uma faca ou uma corda. Acorda, que corda eu não tinha e a faca que eu tinha não cortava nem pão. Ah, o pão também tinha acabado. As gatas miando, minha mulher chorando e eu... Bem, eu mesmo tinha acabado há bastante tempo. Nem era por ter acabado o pão, o leite, a ração das gatas, o pó de café ou a água da torneira. Tinha acabado porque no fim, tudo sempre acaba. Queria fumar, queria um cigarro, mas é claro que também tinha acabado. Era o fim! Sentei e procurei a inspiração para escrever um poema e relatar meu fim. Também tinha acabado!

17/01/2013

Eu, Eu Mesmo e ... Eu


Eu, Eu Mesmo e ... Eu
Barata Cichetto

E eu, que detesto gingado malandro e conversa de bar
Que detesto as danças alegres e não gosto de sambar?
Eu, que não me comovo com crianças pedindo esmola
E que acredito que lugar de criança é dentro de escola!

E eu que não concordo com privilégios e cotas racistas
Que não acredito mais em sonhos etéreos de pacifistas?
Eu que acredito que todos são diferentes, sem hipocrisia
Que igualdade é bela e é amarela, diferente na poesia!

E eu, que não creio no pai, nem no filho ou espirito santo
E acredito que qualquer ser humano é digno de manto?
Eu, que ainda creio em sociedade baseada em trabalho
Que não gosto de jogos políticos nem de jogo de baralho!

E eu, que odeio aquilo tudo que a maioria fala que ama
Que amo tudo que é falado em segredo cobra a cama?
Eu, que não idolatro mestres e a nenhum guru obedeço
Que não declaro guerra nem paz, a todos eu agradeço!

Facebook


Facebook
Barata Cichetto

E então as nossas insonias se abraçam saudosas
Somos companheiros, longe de idéias maldosas
Bebemos juntos pelas mesas de bar sem calçadas
Agradecendo a santos por desgraças alcançadas.

E então a sua insônia abraça a minha e falamos
Sobre a falta de dormir e sobre o que sonhamos
Mesas estão na rua, bebidas escorrendo à sarjeta
E agradecemos a santos por nos dar uma gorjeta.

Sua insônia, minha insônia, nos juntamos na saudade
Daqueles tempos de putaria, Rock'n'Roll e de maldade
Deixamos de acreditar em anjos e em seus antônimos
E somos apenas desconhecidos num mar de anônimos.

Um dia fomos poetas, e agora meras relíquias de barro
Nunca santos nem patetas e o que nos resta é o escarro
Nossas insônias se abraçam e desligamos o computador
E acordamos mesmo sem dormir ao tocar o despertador.

16/01/2013

16/01/2013

Tratado Filosófico Sobre a Poesia e Seus Afluentes


Tratado Filosófico Sobre a Poesia e Seus Afluentes
Barata Cichetto

Porque a Poesia é um prato cheio
De rosas cheirando a estrume
Enquanto o Poeta um farto recheio
De bosta cheirando a perfume.

14/01/2013

Barata a Ferro e Fogo - Programa 6



Barata A Ferro e Fogo
Idéias a prova de balas...
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
www.abarata.com.br
15 anos de Sexo, Poesia e Rock and Roll... a ferro e fogo
Programa 6 - 14/01/2013
www.radioaferroefogo.com

Abertura: - Alpha III (Seven Spheres) - The Crucifix

1 - Bloco Mulheres 1
(PI2 e Amyr Cantusio Jr.)
- Pleasure Seekers - What a Way To Die
- The Ladybirds - Yes I Know (1967)
- The Runaways - The Runaways - Rock And Roll
- Suzi Quatro - I Wanna Be Your Man

2 - Bloco The Sonics
- The Sonics - Cinderella
- The Sonics - Psycho
- The Sonics - Boss Hoss
- The Sonics - The Village Idiot

3 - Bloco Torquato Neto
- Gilberto Gil  - Todo Dia é Dia D
- Gal Costa  - Três da Madrugada
- Titãs - Go Back
- Jards Macalé - Let's Play That

4 - Bloco Historias
(Poesia "Thelema")
- Derek And The Dominoes - Layla
- Rolling Stones - Angie
- Tom Waits - Poor Edward
- Tenacious D - History Of Tenacious D.

5 - Bloco Brasil 2
Poesia "Detesto Bebados e Poetas")
- Patrulha do Espaço - Quatro Cordas e um Vocal
- Made In Brazil - Kamikaze do Rock
- Uganga - Fronteiras da Tolerância
- Barata Suicida - Fada do Dente

6 - Bloco Magrão Metalrock
- Kingdom Come - Twilight Cruiser
- Gentle Giant - Proclamation
- Premiata Forneria Marconi - Celebration
- J.B. Pickers - Freedom of Expression

Encerramento
- O Peso - Não Fique Triste

10/01/2013

Sinestesia II


Sinestesia II
Barata Cichetto

Quero agora contornar a minha dor
Com grossos traços de lápis de cor
Pois não preciso de um computador
Para realçar as cores do meu rancor.

09/01/2013

Entre a Festa e a Fresta

Entre a Festa e a Fresta
Barata Cichetto



Espreito a festa pela fresta da porta dos fundos
É tão estreito o caminho entre os dois mundos.
Perdi a jornada, do pão a fornada, de resto não presto
Fui feto, desafeto e infecto e nem lembro mais do resto.

Espreitar pela fresta, esperar pela festa, ser achado
E agora José, o que resta? Empresta o seu machado!

E, escritor que desconhece regras de gramáticos imundos
Acredito na existência de deusas e outros seres rotundos.
Tenho livros na estante, mas tem um que nunca empresto
Sou poeta não banqueiro, leio o que gosto e o que detesto.

E ao espreitar pela fresta, resta esperança morta
De esperar pela festa ou espreitar atrás da porta.

08/01/2013

Detesto Bêbados e Poetas


Detesto Bêbados e Poetas
Barata Cichetto

Detesto bares e outros lugares repletos de bêbados insolentes
E poetas que rabiscam poemas em papel e limpam as lentes
A bunda com o dedo, sujando de bosta paredes do banheiro
Depois vomitam na calçada e bolinam putas ser dar dinheiro.

Detesto bares cheios de bebados porcos e indecentes
E dos poetas que acreditam no silencio dos inocentes
Nojentos bêbados e poetas que sonham com a morte
E acreditam que ressaca lhes trará uma melhor sorte.

Detesto aos poetas e bêbados que não sabem ser decentes
Bebidas não fazem poetas e venenos não fazem serpentes
A morte não ama bêbados nem poetas, odeia hipocrisia
Justa é ela, quanto a bebida, as madrugadas e a poesia.

Detesto tolos poetas, bêbados com suas caras de doentes
Todos rindo e brigando, sem pensar em tratar dos dentes
Quantas poesias cabem dentro da garrafa de cachaça?
Tantas quantas cabem dentro de sua própria desgraça?

08/01/2013

07/01/2013

Barata A Ferro e Fogo - Programa 5

Barata A Ferro e Fogo
Idéias a prova de balas... 
Produção e Apresentação: Barata Cichetto
www.abarata.com.br
15 anos de Sexo, Poesia e Rock and Roll... a ferro e fogo
Programa 5 - 07/01/2013
www.radioaferroefogo.com



1
Alanis na Cadeia - Sangue em Minhas Mãos
Marcenaria - Fusa Roceira
Coice! - Lambanças
Barata Suicida - Gan

2
Truth And Janey - It´s All Above Us
Rush - In the End
Judas Priest - Revelations
Jethro Tull - Batteries Not Included

3
Camisa de Venus e Walter Franco - Canalha
Carro Bomba - Punhos de Aço
Dorsal Atlântica - Catástrofe
Metalmorphose - Complexo Urbano

4
Deep Purple - Mandrake Root
Motorhead - Fools
Queen - Liar
Scorpions - Virgin Killer

5 - Bloco Snow
Skyclad - The Well - Travelled Man
Warlord - Aliens
Rough Silk - Wheels Of Time
Black Sabbath - Shadows of the Wind

6
Tom Waits - Mule Variations - What's He Building
Tom Waits - Heart Attack and Vine

Aos Poetas Deslumbrados


Aos Poetas Deslumbrados
Barata Cichetto

Ser poeta não é mesmo coisa de qualquer um, não
Do mesmo jeito que o gigante nunca será um anão
E ser poeta é sentir o que nem todos podem sentir
E falar de coisas que muitos ainda podem mentir.

E há muitos que pensam que ser poeta é viver sua arte
Mas é da vida que tem que nascer a obra nessa parte
E ademais ser um poeta não é ser um fingidor à toa
Fingindo a dor que não é sua, a dor de outra Pessoa.

Um poeta não é verdadeiro quando segue aos mestres
É feito a rocha e a vegetação em significados rupestres
E se queres mesmo ser poeta a ninguém reverencie
Pois se pretendes ser poeta, ao seu mestre renuncie.

Não escrevas loucura e queiras ser louco em seguida
Porque a poesia é apenas a parte que é perseguida
A poesia de amanhã é preciso que ainda ontem a vivas
E sobra ainda o hoje para que da poesia não sobrevivas.

07/01/2012

06/01/2013

Thelema

Thelema
(Palavra grega que significa "vontade" ou "desejo")
Barata Cichetto


Decomposition Of Thelema
epilogue.net

Não tenho talento, nem cultura, muito menos tenho estudo
E em meu desalento, à esta altura, ergo alto o meu escudo
E nem é de mim o que falo, o falo é rígido e fodo com tudo
A poesia nem namoro, bebo sangue, sou morcego rotundo.

Não sou escritor, tenho vinho tinto nas artérias, cérebro morto
Sou um prescritor de fábulas, pinto as matérias, Cérbero torto
Sofro de um espasmo agnóstico ante ao saber da humanidade
Estou pasmo ante ao pleonasmo e perante as leis da igualdade.

03/01/2013

Um Conto de Ano Novo


Um Conto de Ano Novo
Luiz Carlos Barata Cichetto


Era o fim. E eu poderia ter dado adeus às noites extensas e intensas, às putas mal dormidas e drogadas, custando apenas um par de notas de pequeno valor. Era o fim, poderia ser o fim das tardes de sonolência, das manhãs cinzentas e dos lençóis cobertos de esperma e vômito de Cynar.  Poderia mesmo ser o fim, das dores de cabeça de ressaca, do estomago embrulhado em todas as manhãs e das caganeiras fedorentas por causa da bebida. Sim, poderia ser o fim de meus sonhos de poeta boêmio, amante de putas e garrafas, de esquinas escuras e lâmpadas que mal iluminam os rostos dos perdidos da madrugada. Um fim anunciado, pois todo fim existe e a tudo existe um fim. É inevitável, tudo sempre chega ao fim. Amizades de bar então, essas não são duradouras, não sobrevivem a ressaca da manhã seguinte. O vômito e as dores de cabeça acabam com as mais belas amizades.

E naquela ultima noite do ultimo dia do ano, saímos, eu e meu melhor amigo de bar, abraçados e cantando aquela antiga e estúpida canção de noite de virada de ano: "Adeus ano velho, feliz ano novo..." As bocas tortas, as pernas moles e babávamos enquanto cantávamos, segurando cada um uma garrafa de vinho, do mais barato que encontramos. "Que tudo se realize, no ano que vai nascer". Que musica idiota era aquela que nós, sem controlar nossas mentes entorpecidas insistíamos em cantar.

Havia duas putas paradas na esquina, microsaias e belas coxas, mas bundas flácidas e peitos caídos. Nós as beijamos e lhes desejamos “Feliz Ano Novo”, sem antes enfiar as mãos entre suas coxas, o que rendeu ao meu amigo, um sonoro tapa na cara da mulher que ele bolinava. A que eu agarrei e joguei vinho decote abaixo, parecia mais ligada ao espírito do momento e deixou que eu bolinasse sua bunda flácida e só ficou brava quando eu estalei o elástico de sua calcinha. Ai meu destino foi idêntico ao do meu amigo: uma mão espalmada na minha cara. “Estão querendo foder de graça, é?! Então vão para casa comer suas mulheres, seus filhos da puta!”. Aquilo era mesmo o fim.

"Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender!" E aquelas putas não estavam dispostas a dar nada, apenas a vender. Mandamos as duas tomarem no cu e continuamos nosso caminho, debaixo dos palavrões ditos pelas mulheres “da vida”. "Para os solteiros, sorte no amor, nenhuma esperança perdida" E nós ali, com as esperanças perdidas, sem sorte no amor depois da recusa das putas em nos dar amor gratuito. Solteiros e bêbados já dentro da madrugada de um novo ano. Ah, apenas um outro dia do calendário. Apenas isso. E era mesmo o fim. 

Das ruas, víamos e ouvíamos as famílias alegres cantando a chegada do novo ano e achávamos que eles eram mesmo felizes. Parecia que eram mesmo todos felizes naquela noite, menos nós. Menos eu, meu amigo e as putas. Nós éramos bêbados, desviados da sociedade, prostituidos e nos arrastávamos pelas calçadas feito dejetos, feito cânceres extirpados do organismo da sociedade. Éramos doenças, muito mais que doentes.

"Para os casados, nenhuma briga, paz e sossego na vida." Lembrei das minhas ex-esposas, meu amigo de ex amantes e as putas, as putas deviam estar lembrando de seus ex-clientes, daquelas que se casam com elas a cada trepada. Se casam por cinco minutos, depois se divorciam e vão para suas casas, onde esposas estúpidas os esperam para o jantar requentado.

Aquela canção estúpida parecia estar por todos os cantos, parecia não terminar nunca. Passava da meia noite, e, portanto já era um ano novo. Novinho em folha, mas aquela cantoria maldita não parava. Os fogos de artifício explodindo sobre nossas cabeças. Maldita musica, malditas putas, maldito ano novo, maldito meu amigo, maldito eu. E aquilo bem que poderia mesmo ser o fim.

Poderia. E assim eu poderia ter dado adeus aquelas bebedeiras, ressacas, caganeiras, poesias, putas e amigos bêbados, da mesma forma que todos dão adeus ao "ano velho". Mas não era o fim. Era o começo.

01/01/2013

02/01/2013

Jogos Mortais


Jogos Mortais
Barata Cichetto


Ela nua, sentada no sofá, enquanto jogamos baralho
Minha língua na sua orelha, ela querendo o caralho
As duplas de ases, pares de reis e as trincas de damas
Contamos histórias alegres, choramos nossos dramas.

Porque somos agora loucos feito a cristãos e trepamos
E feito aos leões de circo a nós mesmos nos devoramos.

Acabamos essa jogada, é hora de lhe dar meu caralho
E nos misturamos feito a réstia do alho ao seu bugalho
E ela nua, acende o ódio nos olhos, buceta em chamas
Quero jogar, ela quer morrer, e jogamos nossos dramas.

Então nós jogamos a morte, e ela apenas joga por mim
Acabou, a morte é a banca e é ela quem ganha por fim.