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30/06/2012

Esqueci o Nome do Poema


Na última Segunda-Feira, dia 25, completei 54 anos. Tirando pequenos problemas de saúde (não vou a médicos nem fodendo, porque esses pequenos podem se transformar em grandes), e o fato de fumar duas carteiras de Marlboro por dia, estou criando mais que nunca, e com tantos planos para o futuro, que acredito que poderei viver mais 54 anos para colocá-los em prática. Mas o que sinto, e sinto muito mesmo (por eles) é que querem que eu esteja em um lugar que não quero e não vou estar. Outro dia li uma frase da qual não guardei o autor - nunca lembro os autores, mas nunca esqueço frases que expressam pensamentos importantes. E essa frase era uma pergunta mais ou menos assim: qual seria sua idade caso não soubesse quantos anos tem de vida?. Então, o poema que acabei de escrever, tenta responder, a mim mesmo e a quem mais se interessar, a tal pergunta

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Esqueci o Nome do Poema
Luiz Carlos Barata Cichetto

Ah, eu queria tanto é pegar em tintas e pintar telas e a parede
Cuidar dos gatos, jogar dominó, deitar as minhas costas na rede
Ah, estou mesmo um tanto cansado e outro tanto um tanto tonto
Cuidar de netos, beijar desafetos, mas a tanto não estou pronto.

Querem-me de pijama listado coçando o saco, sentado na praça
Caçando sol, contando dinheiro e dias que faltam até a desgraça
A mim querem quase morto e aposentado, a gorda conta no banco
Com o orgulho de ter estudado aos filhos, agora trajados de branco.

Mas eu não quero a companhia de outros abandonados á esmo
Contando histórias, falando dos netos, dos filhos ou de si mesmo
O consolo da tranquilidade, olhos pregados num passado sem volta
Longe das lides que apenas aos moços é reservada, a pura revolta.

Mas ainda quero jogar merda em sua parede e bosta no ventilador
Ficar longe das salas dos médicos, dos remédios e do desfibrilador
E não espere de mim o conformismo que a modernidade lhe oferece
Pois eu morro esperneando, porque nada é aquilo que se lhe parece.

30/06/2012

N.do A. - "Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem?"
Confúcio

26/06/2012

The Atomic Bitchwax, As Putas Atômicas de Cera


The Atomic Bitchwax, As Putas Atômicas de Cera
Luiz Carlos Barata Cichetto

Uma das coisas que mais fascinam minha pessoa é a descoberta de coisas diferentes e principalmente criativas em termos de Rock'n'Roll. Com a Internet isso acabou sendo facilitado, não sendo incomum descobrir bandas que eu, apesar do longo tempo de estrada, não conhecia. Geralmente por acaso, um link carregando a outro e de repente está lá: uma nova preciosidade. E ontem, dia de meu aniversário, essa descoberta teve o gosto de presente. Alguém colocou um "link" do Youtube de uma música.. E dai, clica daqui, de acolá e alhures.... E cheguei a uma das melhores coisas que escutei nos últimos tempos: "The Atomic Bitchwax", que numa tradução livre significa algo como “Puta Atômica de Cera”, um trio americano com aquela formação básica de Guitarra/Baixo/Bateria.

“The Bitchwax Atomic” surgiu em 1992 no estado de New Jersey, Estados Unidos, como um projeto paralelo do guitarrista Ed Mundell, do Monster Magnet, do baixista e vocalista ex-Godspeed  Chris Kosnik, e do baterista Keith Ackerman. Apenas depois de quase sete anos o trio grava e lança seu álbum de estréia auto-intitulado álbum de estréia. 

Bebendo na fonte caudalosa da música dos anos 70, especialmente da Psicodelia, do Space Rock e do Hard Rock, o The Bitchwax Atomic passa então a produzir um Rock de alta octanagem, ou seja, incendiário e explosivo. O primeiro disco da banda sai em 1999 pelo selo independente MIA,  que faliu apenas um ano mais tarde. Felizmente, o grupo foi imediatamente abocanhado por Tee Pee Records, por onde lançam o segundo disco, em 2000, "Atomic Bitchwax II", que firma o explosivo Mundell como estrela da banda.  No início de 2002 lançam seu terceiro disco para um terceiro selo, o Meteor City, "Spit Blood", um EP. Após o lançamento, Mundell retorna ao Monster Magnet e Kosnik começa uma nova banda chamada Black NASA prenunciando o fim da banda. Em 2005, Kosnik e Ackerman, desta vez com Finn Ryan (ex-Core) na guitarra remontam a banda e lançam "3", o terceiro álbum, em Junho de 2005 através da Meteor City. Em 2009 lançam "4" e em 2006 sai uma coletânea "Boxriff" que inclui um DVD ao vivo filmado na Tavern Seattle Sunset, como bônus. Em 2009, Ackerman deixa o grupo e em seu lugar entra Bob Pantella e eles lançam "TAB 4" que inclui uma sensacional versão de "Astronomy Domine", do Pink Floyd.  Em 2011 o The Bitchwax Atomic lança "The Fuzz Local", ostentando uma faixa única de 42 minutos. E com um detalhe: totalmente instrumental, bem ao estilo das grandes bandas de Rock Progressivo dos anos 70. E Junho de 2012, a banda inicia a turnê de divulgação de “The Local Fuzz” por toda a Europa. A agenda da banda exibe 20 datas de show, apenas no mês de Junho de 2012, incluindo Itália, Alemanha e Áustria.

O interessante na biografia da banda é que o site oficial parece ignorar as formações anteriores, pois em "Bio", falam da história da banda apenas com base na formação atual. "Chris Kosnik, Finn Ryan, e Bob Pantella começaram a planejar suas carreiras musicais de volta em meados dos anos 90 influenciado pelo Rock e anos 70 grupos progressistas que vão de Black Sabbath a Parliament Funkadelic...."

Enfim, o "The Atomic Bitchwax" é uma banda que demonstra que, ao contrário do que muita gente alardeia por ai, o Rock não está dormindo, muito menos morto, basta que as pessoas parem de escutar as mesmas coisas do passado, apenas porque são velhas e ou que parem de atirar pedra em todas nas bandas novas, apenas porque são novas. Existe o novo e existe o velho. E existe o atemporal. E o Rock, por principio e na essência é atemporal. E os tempos estão mudando, já disse no passado Bob Dylan, o velho. 


26/06/2012

19/06/2012

Barata: Sexo, Poesia & Rock'n'Roll - Release



"Barata: Sexo, Poesia & Rock'n'Roll - Uma Autobiografia Não Autorizada", é o nome do livro que o poeta, escritor, webdesigner, artesão, webdesigner e agitador cultural, Luiz Carlos Barata Cichetto está lançando. Em 140 páginas, o autor discorre de forma simples e direta os últimos quarenta e dois anos, iniciando sua narrativa no ano de 1970, quando começou a escutar Rock, até o ano de 2012. Curiosidades e detalhes sobre shows internacionais, detalhes de suas aventuras amorosas e como criou e mantem até hoje um site que no inicio do século foi uma referencia no cenário brasileiro de Rock e Internet.

Escrito de um fôlego só, em menos de uma semana, o livro foi também integralmente composto fisicamente pelo autor, que é o responsável pela diagramação, impressão e encadernação, por intermédio de um projeto chamado Editor'A Barata Artesanal. Sem qualquer tipo de revisão ou copidescagem e sem também qualquer pesquisa mais apurada, o livro foi escrito propositalmente baseado em lembranças e memórias do autor, sem uma preocupação histórica. Evidentemente que por tal estratégia, "Barata: Sexo, Poesia & Rock'n'Roll" poderá até conter erros de informação histórica, mas o que não invalida a intenção de Barata que é a de criar um painel cultural das ultimas quatro décadas, apimentando esse painel com cenas eróticas e com fatos que até então apenas poucos amigos dentro do seu Universo, o da Musica e da Poesia conheciam.

Luiz Carlos Barata Cichetto tem mais de 1.000 poemas e cerca de 2.000 crônicas e contos, a maior parte publicado em seu projeto A Barata. Entre 2002 e 2006, organizou inúmeros eventos culturais denominados Fest'A Barata, que reuniam além de bandas de Rock, outras expressões artísticas. Foi manager da banda Patrulha do Espaço, onde entre outras coisas criou o nome e o conceito do CD ".ComPacto". Criou também sites para várias bandas do cenário, tendo sido pioneiro em oferecer espaços gratuitos para sites de artistas.

Em 2010 escreveu Vitória ou A Filha de Adão e Eva, uma Opera Rock, tendo a parte musical a cargo de um dos maiores expoentes do Rock Progressivo no Brasil, Amyr Cantusio Jr. Nesse ano também criou a Editor'A Barata Artesanal com o objetivo de publicar de forma artesanal seus próprios livros mas que acabou também por publicar outros autores.  Além de inúmeras edições de revistas virtuais, também criou e produziu, sempre com recursos próprios, as revistas Revist'A Barata (2000 a 2004) e atualmente a Revista "Versus". Neste ano de 2012, a parceria com o cantor e compositor Ciro Carvalho trouxe nova faceta, a de letrista, que rendeu de imediato a composição de 50 musicas que serão ainda neste ano apresentadas em um show que está sendo montado e num CD ainda em fase de gravação.

"Para além, 'Barata: Sexo, Poesia e Rock’n’Roll' contribui para compreendermos os deslocamentos nas margens paulistanas, no underground cultural. Luiz nos leva a passear pelos cinemas pornográficos, convida-nos a uma transa em um puteiro, a bebermos o desespero e a mágoa e a dançarmos enlouquecidamente ao som de uma banda de rock jamais alçada ao mainstream. Seu texto muitas vezes equilibra-se entre um Bukowski embriagado (êita pleonasmo maldito!) e um Bataille revelando-se na “História do Olho”.  É desabafo e monumento de um homem ciente do tempo, este lugar miserável que nos traga em sua superfície porosa e movediça. É testemunho de entrega a uma causa que sabe perdida, mas nem por isso menos necessária." (Trecho do Prefácio do Escritor e Historiador Viegas Fernandes da Costa)

"Barata: Sexo, Poesia & Rock'n'Roll - Uma Autobiografia Não Autorizada",
Luiz Carlos Barata Cichetto
Editor’A Barata Artesanal
2012 - 140 Páginas
Lançamento Oficial: 08/Julho/2012, Domingo, das 11:00 as 19:00
CIAM – Centro de Incentivo a Arte e a Música
Rua Xiririca, 237 – Tatuapé – São Paulo - SP
Preço de Venda Internet: R$ 30,00 (Despesas de Correio inclusas)
Pedidos: http://www.abarata.com.br/livros.asp?secao=L&registro=1
Contato Com Autor: (11) 6358-9727
E-Mail: barata.cichetto@gmail.com

05/06/2012

Mediunidade


Mediunidade
(Trecho de "Barata: Sexo, Poesia & Rock'n'Roll - Uma Autobiografia Não Autorizada"

O processo de criação literária é algo muito interessante. Acredito que todos que escrevem com paixão, especialmente poesia, já se depararam com o fato de algum tempo depois ler suas próprias criações, não lembrar de as ter escrito. Estar certo que escreveu, mas não lembrar como, de que forma ou quando o fez. Plínio Marcos dizia que todo escritor é um tanto médio. E como Plínio era um esotérico, acredito que se referia mesmo a mediunidade espírita. Eu concordo em parte, mas acredito que a coisa funciona um pouco diferente. Um texto, um poema, uma obra qualquer de um artista é um pedaço de sua alma. Não essa alma apregoada nos escritos religiosos, mas a alma que todo artista coloca em sua criação. Quando lemos um livro de um determinado escritor, por exemplo, pegamos ali um pedaço da alma dele.  O mesmo acontece quando falamos, escutamos - pessoalmente ou não -, fazemos sexo ou tocamos outras pessoas: carregamos conosco um pedaço das almas delas.  Algumas tribos indígenas acreditam que a fotografia aprisiona a alma do fotografado. Até certo ponto estão certos. Mas um livro de um escritor tem decerto um grande pedaço de sua alma aprisionada. E quando lemos seu livro, libertamo-la e ficamos com parte dela integrando a nossa. Depois quando alguma pequena lamparina de inspiração acende e começamos a escrever, todos esses pedaços de almas "baixam" em nós e com eles todos juntos, construímos nossa própria obra.  Nossa própria alma.


03/06/2012

Direito de Herança


Direito de Herança
(Trecho do Livro: "Barata: Sexo, Poesia & Rock'n'Roll")
Editor'A Barata Artesanal - 2012 - 140 Páginas
Lançamento Oficial: 8/7/2012

Acho o Direito de Herança uma das coisas mais sórdidas e injustas que o sistema capitalista criou. Filhos, esposas e etc, recebendo dinheiro por algo no qual nem sempre (aliás na maioria das vezes) participou. Esse tal direito tornou milionários muitos preguiçosos. Seres que, enquanto o pai ou marido se arrebentava de trabalhar tinham vidas totalmente dedicadas à vagabundagem. E depois da morte do sujeito, passaram a mão em quantias vultuosas em bens e dinheiro. E quando tratamos de arte, então, a coisa piora em quinhentos por cento. A maioria dos artistas, principalmente escritores e poetas, foram humilhados e rechaçados em suas próprias famílias. Foram tachados de preguiçosos, folgados e vagabundos. Mas aí, quando mortos, essa mesma família recebe por frutos que, se dependesse inteiramente dela, nunca teriam amadurecido. São casos clássicos de direitos de herança na literatura, particularmente. Franz Kafka por exemplo, nunca ganhou porra nenhuma com seus escritos e mandou, à beira da morte, que seu melhor amigo queimasse seus livros. Max Brod, o tal amigo, não cumpriu o chamado ultimo desejo de um moribundo, e o mundo então conheceu a obra magnífica de Kafka. Mas, não sei se ele ou quem mais ganhou, mas o fato é que muita gente lucrou e lucra com aquelas obras. Raul Seixas morreu sozinho, implorando pelo retorno de uma companheira que atualmente ganha um monte de dinheiro em cima do nome daquele a quem ela desprezou. E como essas, um monte de outras referências a isso. E mesmo comigo. Meus pais sempre me rotularam de esquisito e preguiçoso... “Esse aí, ah, ele é poeta..” Num tom descaso e como querendo dizer: “Ah, esse aí,  Ah, esse é um bandido!”.

Minha primeira mulher me “obrigou” a jogar fora uma mala cheia de poesias e, depois de 15 anos, quando retornei a escrever, passou a afirmar que odiava o personagem principal de “O Feijão e o Sonho”, tachando a ele, e por tabela a mim, de “irresponsável”. Um detalhe: trabalho desde os 12 anos, quando comecei a ajudar meu avô empurrando um carrinho de vasos pesado pelas ruas. E nunca, com exceção de algumas épocas em que fiquei desempregado por poucos meses, deixei de trabalhar e manter família. Mas é certo que, acaso minha poesia, minha literatura rendesse um bom dinheiro, as coisas seriam diferentes. Filhos? Ah, filhos querem pais bem sucedidos, gordos, carecas e ricos para que possam confrontar, confortar e no fim... Serem idênticos... Enfim, é justo que após a morte, essas pessoas obtenham lucro com algo do qual, além de não terem participação alguma, sempre execraram? Sou da seguinte opinião: o “lucro” de um trabalho artístico deve ser dado apenas e tão somente ao artista enquanto pagamento por seu trabalho. Morto o artista, o lucro advindo da venda de seu trabalho deveria ser administrado por um fundo destinado ao financiamento de outras obras artísticas, assim mantendo-se, alimentando-se a arte da própria arte.. Isso é um assunto complexo e extenso, reconheço, mas de minha parte, é meu desejo que, acaso um dia, minhas obras tenham algum rendimento pecuniário, que seja ele destinado ao financiamento de outras. Nada mais! Se meus filhos desejam obter algum rendimento sobre arte, que façam suas próprias, usando a herança maior que poderia lhes dar: a genética e o incentivo às artes, à leitura e ao pensamento livre.