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29/06/2015

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 - Programa 11

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 - Programa 11
Run Kowalski
Bloco 1 - Ciberpajé - "Egrégora"
Poesia: Barata - Ainda Sobre a Vontade de Morrer
Lou Reed e Metallica - The View
John Cale - Venus In Furs (Live)
David Bowie - Life On Mars
Bloco 2 - Respeito é Um Bem Individual, Único e Essencial!
Poesia: Palco do Nada (Ivan Silva)
Liquid Jesus - Finding My Way
Lisker - Kalean Festa (1979)
Tublues - Noite Longa
Bloco 3 - Apresentação Campinas (4/07),  Rock In Poetry no Rick'n'Roll (11/07) - São Caetano do Sul
Poesia:  (Isaac Soares de Souza) - A Palavra é Um Acinte
Sweet - Action
UFO - Lights Out
The Beatles - Helter Skelter
Trecho de Batman (Coringa)
Poesia: Oh! Não Maldigam (Álvares de Azevedo)
Genesis - Musical Box

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Ciberpajé - "Egrégora"

01 – Posthuman Tantra & Luiz Carlos Barata Cichetto (Brasil)
02 – Muqueta na Oreia (Brasil)
03 – Zemlya (Brasil)
04 – Blues Riders (Brasil)
05 – Transzendenz (Suíça)
06 – Alpha III (Brasil)
07 – Poolsar (Brasil)
08 – Each Second (Brasil)
09 – Gorium (Brasil)
10 – Blakr (Inglaterra)
11 – Gabriel Fox (Brasil)
12 – Hidden In Plain Sight (Brasil)
13 – God Pussy (Brasil)
14 – Nix’s Eyes (Brasil)
15 – Emme Ya (Colômbia)
16 – Vento Motivo (Brasil)
17 – Iamí (Brasil)
18 – ANT[ISM] (Brasil)
19 – Melek-tha (França)
20 – Kamboja (Brasil)
21 – Dimitri Brandi (Brasil)

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A Palavra é Um Acinte
Isaac Soares de Souza - (Para Barata Cichetto e Torquato Neto)

Nunca ouvi uma verdade vomitada na cara,
como as palavras espargidas por Torquato Neto,
Foi como sentir um falo invadindo na marra 
o próprio reto, como sabre que corta a carne
feito míssil que uma fortaleza atinge,
devastando a muralha fortificada
de qualquer cidadela,
palavras que uivam como se fossem
a mais depravada das cadelas,
Estuprada e varada até o esfincter
"Leve um homem e um boi ao matadouro,
O que berrar mais na hora do perigo é o homem,
nem que seja o boi
O poeta Barata Cichetto,
homem do gueto, cujos escritos espreito,
foi mais além no falar perfeito:
"Leve uma puta e uma santa na beira do córrego,
a que chupar melhor sua rola é a santa,
mesmo que seja a puta."
Como Nico, The Bitch,
A palavra é um acinte
contra os indecentes.

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Oh! Não Maldigam
Álvares de Azevedo

Oh! não maldigam o mancebo exausto
Que nas orgias gastou o peito insano...
Que foi ao lupanar pedir um leito,
Onde a sede febril lhe adormecesse!

Não podia dormir! nas longas noites
Pediu ao vício os beijos de veneno...
E amou a saturnal, o vinho, o jogo
E a convulsão nos seios da perdida!

Misérrimo! não creu... Não o maldigam,
Se uma sina fatal o arrebatava...
Se na torrente das paixões dormindo
Foi naufragar nas solidões do crime.

Oh! não maldigam o mancebo exausto
Que no vício embalou, a rir, os sonhos,
Que lhes manchou as perfumadas tranças
Nos travesseiros da mulher sem brio!

Se ele poeta nodoou seus lábios...
É que fervia um coração de fogo
E da matéria a convulsão impura
A voz do coração emudecia!

E quando p’la manhã da longa insônia
Do leito profanado ele se erguia,
Sentindo a brisa lhe beijar no rosto
E a febre arrefecer nos roxos lábios...

E o corpo adormecia e repousava
Na serenada relva da campina...
E as aves da manhã em torno dele
Os sonhos do poeta acalentavam...

Vinha um anjo de amor uni-lo ao peito,
Vinha uma nuvem derramar-lhe a sombra...
E a alma que chorava a infâmia dele
Secava o pranto e suspirava ainda!

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Palco do Nada
Ivan Silva

Aos delírios e gargalhadas
Sentem-se no palco do nada.
Sem febre ou razão difundida
As cortinas se abrem à platéia viva!

Assistam: O velho palhaço chora,
No sorriso mais tolo do mundo.
Em uma hora terrível: é sua revolta!
Em uma ira tranqüila: é sua revolta!

A malícia é sempre contida
Como se o louco tivesse memória.
Às vezes a platéia se comove

E no final, acaba—“Como pode?” 
A cortina se fecha—Saíram todos pela porta,
Com medo da platéia morta.

25/06/2015

Necessidades

25 de Junho... Há 57 anos eu nasci.. Não nasci poeta, por que isso não se nasce.. Ninguém nasce poeta, ao contrário do que pensam os mais vaidosos. A poesia se torna uma necessidade, um talento necessário desenvolvido pelas circunstâncias, pelos meios e pelo fim que o justifica. Como ninguém nasce pedreiro nem engenheiro, nem assassino. Como nenhuma mulher nasce puta ou nenhum homem jornalista Segundo Karl Kraus, " a necessidade pode fazer de todo homem um jornalista, mas não de toda mulher uma prostituta" E tal e qual, tornei-me poeta, não jornalista, por necessidade, mas nunca me prostitui. Mas, por ironia do destino, a poesia nasceu em mim quando trepei com minha primeira puta, com dezesseis anos de idade, por pura necessidade. Necessidade? De quê?. E como a primeira trepada ela, a poesia não a puta, se portou mal, foi mal lida, mal entendida e foi rasgada, talvez lambuzada pelo esperma de outro cliente. Ah, a puta se portou mal também... Assim foi o destino da minha primeira poesia. Da puta, jamais esquecerei, mas da poesia nem lembro o primeiro verso. Coisa tola, aquilo. Um moleque que mal sabia onde era o buraco da buceta de uma mulher, que mal sabia como trepar, que mal sabia.. Fazer porra nenhuma. Nem poesia. E de lá para cá, quarenta e um anos depois, continuo tentando aprender a foder e a escrever poesia. Muitas outras foram jogadas fora por outras putas, Lambuzadas de porra de outros machos. E também foram muitas trepadas tímidas e mal dadas, com putas e com honestas, que nem todas as putas são desonestas e nem todas as honestas deixam de ser putas. Como nem toda poesia é. Há poesia honesta e poesia puta. Mas o que sempre busquei foi a poesia puta e as mulheres honestas, sejam lá quais forem os sinônimos de honesta e puta. E se há uma poesia honesta é uma poesia puta. Tenho dito. E feito. Há mais de quarenta anos, busco a poesia e a trepada perfeita. Não o poema nem a mulher perfeita. Não existem. Mas na imperfeição da minhas fodas e de meus poemas, busco sempre a honestidade do tesão. Tesão tem que ser honesto. Gozar na cara, entendem? Tem nojo da minha poesia ou de eu gozar na tua cara? É a mesma coisa. Não tenha nojo do meu gozo, seja ele de esperma ou de palavras. Ah.. A noite, minha primeira noite de um novo ano. Vou desligar o telefone, escrever três poemas e dar quatro trepadas. Ainda tenho fôlego e desejo para sete gozos numa noite. Já escrevi cerca de mil poemas, já fodi com cerca de mil putas. De todas não lembro o nome, mas os poemas estão guardados.. Ao menos aqueles que não foram rasgados ou usados como papel para limpar porra. E há tanto rascunho de poema, masturbação solitária.. Mas hoje, a primeira noite do resto da minha morte, nem quero escutar Rock. Prefiro o silêncio e apenas o som dos gemidos da ultima puta. Jorro! Squirt! Punheta! Cu e buceta! Poesia! Não nasci poeta nem amante. Um dia aprendo.

25/06/2015

21/06/2015

Rock In Poetry no Rick'n'Roll


Rock In Poetry no Rick'n'Roll
Tarde de autógrafos do livro de Barata Cichetto "Troco Poesia Por Dinamite" + Show com a banda Steady Job, de Blues Rock.
18/07/2015 - Sábado - 14:00
Rick'n'Roll
Av. Conde Francisco Matarazzo 85 - Loja 5
São Caetano do Sul
011 2376-8966
www.rickandroll.com.br

Ainda a Vontade de Morrer

Ainda a Vontade de Morrer
Luiz Carlos Barata Cichetto

Ontem tive vontade de morrer, outra vez. Vontade de morrer outra vez, este mês. É o que me move na vida, essa vontade de morrer, de correr aos braços da morte sempre que me sinto em perigo. Insano isso? Fuga impossível, acredito. Lendo "Tabacaria" de Pessoa e pensando o quanto é uma merda tudo isso. Lembro de tudo o que escrevi, quilos e quilos de papel, mais uma milhar de poemas, a grande parte enormes tratados sobre a mente humana, sobre mim mesmo. Mas o que importa toda essa papelada, quando dentro em pouco estarei mesmo morto. Talvez minha poesia sobreviva um pouco. Um geração quem sabe. Lembrarão dela, mas não de mim, até não lembrarem mais de nenhum dos dois. O papel, aqueles quilos, irão amarelar, apodrecer. Os bites e bytes dos computadores onde foram escritos serão corrompidos. Ah, os vírus de computador, os vírus humanos, os germes. E não sobrará mais computadores e nem minhas lembranças neles registrados. Pensamentos agora não duram mais que um dia.. Menos.. Quinze minutos de fama, como disse Warhol, é o que dura qualquer filosofia mais alta ou rasteira. Ah, que lástima! Ontem tive vontade de morrer... Outra vez... Mas acho que vou aproveitar o sol de hoje e viver um pouco.

Publicado Originalmente em: https://www.facebook.com/notes/luiz-carlos-barata-cichetto/ainda-a-vontade-de-morrer/1193808993969402

Respeito é Um Bem Individual, Único e Essencial!

Respeito é Um Bem Individual, Único e Essencial!
Luiz Carlos Barata Cichetto

É preciso que acatemos calmamente e de cabeça baixa todas as maldades perpetradas de pais contra filhos e de filhos contra pais? Aceitar calmamente toda a estupidez, burrice e censura sob a égide do politicamente correto? Toda a malversação dos direitos individuais sob a desculpa do bem coletivo? Aceitar a mudança de valores morais é necessária, desde essas mudanças não sejam impostas na marra sobre quem não as aceita. Sua efetivação se dá com o tempo e baseada nos valores individuais. Fora isso é ditadura. Não estou nem aí para o conceito de família tradicional, embora até goste de sua estrutura... Em teoria... Foda-se se uma família é formada por um macho e uma fêmea, dois machos, duas fêmeas, quatro fêmeas e oito machos, um ancião e uma ninfeta. E isso entre cores, espécies e crenças de qualquer gênero. Agora, o que é necessário, e disso não se pode abrir mão é do RESPEITO. E não apenas de fora para dentro, como é brandido e estandartizado pelos moderninhos, mas, e principalmente, de dentro para fora e dentro deles próprios. Há quem diga que RESPEITO se conquista, mas de fato RESPEITO é a única regra que vale. Não se trata de conquista ou de valor, social ou moral. E, ao contrário dos valores coletivistas, estúpidos e mentirosos, o RESPEITO começa e reside sempre no individual. RESPEITO é individual. Portanto, o que temos, e que se não tiver um freio, uma parada para reflexão sobre esse valor ÚNICO e INDISPENSÁVEL, estaremos condenando a espécie humana ao fim. As cenas que presencio em todas as partes da cidade, e que muitos podem ser classificadas de formas diferentes, dependendo da visão política ou religiosa de cada um. Mas eu, que me sinto livre o bastante (apesar de nunca se ser livre o bastante), dessas visões maniqueístas, pobres e estúpidas, classifico apenas de uma forma: destruição do único valor essencial: o RESPEITO. Claro que isso tem um objetivo, claro que isso faz parte de um jogo de poder monstruoso e serve aos propósitos de dominação, cujos lideres pretendem que nada abaixo deles seja respeitado, que a única coisa que mereça respeito são eles. Disfarçam isso de "luta" social, igualdade racial, direitos humanos e toda uma série de "keywords" que agem de dentro para fora e transforma a todos em marionetes, em títeres manipulados por cordas invisíveis. A ilusão da liberdade é a pior forma de escravidão. Nada precisa ser respeitado a não ser o que querem que seja e que sirva a seus propósitos. "People have a power"? No! O povo não tem o poder. Ao menos até que tenha consciência. E consciência se adquire através de vários meios. Um deles é a cultura e informação, manipuladas quase que na totalidade pelos detentores do poder, que se encontrem em estágios superiores à ideologias ou dogmas, a não um ser um único: PODER. Não é pelo dinheiro, que o dinheiro é apenas o meio necessário. É o PODER. E esse PODER é exatamente o contraponto ao RESPEITO. O coletivo é amigo do PODER e inimigo do RESPEITO. RESPEITO É UM BEM INDIVIDUAL!

20/06/2015
Publicado Originalmente em: https://www.facebook.com/notes/luiz-carlos-barata-cichetto/respeito-é-um-bem-individual-único-e-essencial/1195045963845705

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 - Programa 10

Poesia: Tabacaria - Fernando Pessoa por Antônio Abujamra - Provocações

Poesia: Barata - Por Que Eu Não Falei das Flores
Jethro Tull - Nothing Is Easy
Joe Cocker - Delta Lady
Faith No More - War Pigs (Live)

Poesia: Lou Reed - The Raven (Edgar Allan Poe)
Rata Blanca - La Leyenda Del Hada y El Mago
The Runaways - Johnny Guitar
Cassia Eller Rock In Rio 2001 - Smells Like Teen Spirit

Poesia: Barata - Tarado
Mark Sandman with Treat Her Right - I Think She Likes Me
Mark Sandman with The Either Orchestra - Temptation
Morphine - You Speak My Language / Honey White

Poesia: Augusto de Campos - Os Corvos
Barata e Amyr - (Vitória) - 06 - Mil Novecentos e Noventa e Nove

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Por Que Eu Não Falei das Flores
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

Queria escrever um poema falando das flores e da criança
Sobre quanto acredito no poder de amores e na esperança
E falar sobre a felicidade, jogos simples e sobre brinquedos
Queria falar sobre a coragem e fé, mas tenho meus medos.

Minha verve é maldita, talvez, e não conheço senão a tristeza
E se a poesia é minha alma, sua fealdade não permite beleza
Mas nem alma acredito, e espíritos apenas de carne de porco
E decerto não há nada ao que eu possa agradecer um pouco.

Queria mesmo usar palavras bonitas, falar de anjos e deusas
Mas ao pensar em anjos lembro de belas bundas lisas e tesas
E nas outras em orgias homéricas no Paraíso e vinho amargo
Sou perverso, acredito, e as marcas do mal comigo eu trago.

Não, não quero falar sobre bondade, beleza e cheiros doces
Quero dar murros nas cabeças de idiotas, tratar aos coices
A parte boa de mim é má e meu lado pueril é cheio de rugas
E se tenho que falar de algo, será sobre os ratos e as pulgas.

05/02/2015
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Tarado
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

Agora preciso confessar, sou um tarado!

E nos nove andares da Andradas Meia Nove
Há muito tempo que nada anda ou se move
Muitas décadas que sua emoção não comove
E se as putas são doces, é algo que se prove.


Agora preciso confessar, sou um tarado!

Na São João, não tem mais putas bonitas
E nem feias, nem gordas, apenas sibaritas
Ficaram ricas e velhas, verdades sejam ditas
E se há putas, são todas elas hermafroditas.


Agora preciso confessar, sou um tarado!

Na Liberdade aquelas doces meninas quentes
Agora ficaram amargas, enrugadas e crentes
E não sei onde anda aquela mulata sem dentes
Que chupava o pau sujo de negros indigentes.


Agora preciso confessar, sou um tarado!

E no Paissandu onde meninas faziam chupeta
Havia uma puta que nunca dava a sua buceta
Mas agora ela apenas sabe bater uma punheta
A pastores que lhe retiram do corpo o capeta.

25/01/2015

16/06/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 09


Patti Smith - People Have The Power (Spoken Word) 2014
Poesia: Barata - Amorte 2
Patti Smith - Gimme Shelter
Lou Reed - Pale Blue Eyes
Camisa de Venus e Walter Franco - Canalha (Ao Vivo)
Dríade - Noite Tenebrosa
Bad Axe - 01 - Cities Of Rage
CWT - The Hundredweight (1973) - Steam Roller
Geordie - House Of The Rising Sun
Poesia: Barata - Sobre Prazeres e Cigarros
Rainbow - Long Live Rock 'N' Roll
Status Quo - Bye Bye Johnny
Made In Brazil com Cornélius Lúcifer - Kamikaze do Rock - 1987
Poesia: Poema em Linha Reta - Fernando Pessoa
Crom - Morbid  Existence

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Sobre Prazeres e Cigarros
Barata Cichetto
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Há imensa ciência ao fumar. Ciência perfeita. Pegar o maço e arrebentar o plástico do lacre, feito hímen, tirando a virgindade de uma dama carente de ser consumida.  Não espero compreensão de um cigarro quando o queimo até o fim. Ele não me ama, eu não o amo, apenas eu o consumo até não restar a não ser cinzas. Feito seres humanos que convivem em relações amorosas. Se consomem até não restar senão cinzas. "Das cinzas as cinzas, do pó ao pó", não é isso que está escrito? Meu cigarro queima nos meus lábios e eu o consumo até o fim. E sou consumido por ele, numa antropofagia mutua e consentida. Há delícia e prazer nessa relação antropofágica. Em todas. Eu consumo o cigarro, consumo a fumaça que entra nos meus pulmões e o devoram. Vermes. Malditos. Eu sou o verme que consome a si mesmo. Me devoro e tento me decifrar. Morro sem saber. Sou verme, sou morto ainda vivo e vivo o que respiro. Há ciência no fumar. Há vida no cigarro, quanto possível de haver vida na morte e morte na vida. Esquisito? O que há de esquisito em morrer?

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Amorte 2
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
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Pois é impossível não feder morando num chiqueiro
Como não é possível não foder vivendo num puteiro
E se há a bosta dos porcos e o perfume das putas
Existe também o cheiro dos que perderem as lutas.

Putas cheirando a talco e porcos exalando seu cheiro
Nem todos estão mortos num cemitério, há o coveiro.

A morte é simples, tem cheiro de bunda de criança
Mas não há a merda e nem o cheiro da esperança
É matemática pura como quatro são dois mais dois
História em que existe o antes, mas nunca o depois.

Num mundo de impossibilidades ainda é possível
Criar a poesia do nada e rimar com o impossível.



08/06/2015

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 - Programa 08

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 - Programa 08

Rush - Anthem
Poesia: Barata - Troco Poesia Por Dinheiro
Meat Loaf - Bat Out Of Hell
Grand Funk - Et Pluribus Funk - 04 - I Come Tumblin
Black Sabbath - 08 - Breakout
Poesia: Barata - Ausência (Animal Serenade)
Manfred Mann's Earth Band - Spirits in the Night
Esperanto - Eleanor Rigby 2
Ram Jam - Black Betty
Poesia: Cassionei Niches Petri - Ateu
Crazy World of Arthur Brown - Fire
Screamin Jay Hawkins - I Put a Spell On You
Johnny Cash - (Ghost) Riders In The Sky
Poesia: Barata - Confissões de Um Abismo
Seu Juvenal - Homem Analogico
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"Estou escrevendo mais um texto antipático e arrogante no blog. Vou postar aqui para parecer mais arrogante ainda."
Luiz Carlos Barata Cichetto Arroganteie-se, Cassionei Niches Petry. rs
Cassionei Niches Petry Escrevi uma vez um aforismo: "Arrogo-me o direito de ser arrogante."
Cassionei Niches Petry: este poema que está no blog também está no meu romance "Os óculos de Paula". Teria sido escrito pelo personagem Fred. Gostaria de ouvi-lo na tua voz no programa:
http://cassionei.blogspot.com.br/2012/07/concurso-leia-um-exercicio-poetico-do.html
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Ateu
Cassionei Niches Petri
Exercício Poético 

ateu

ateu
atiça
ata
desata
à cata
mata
rato
pato
acredita
mentira
escrita
ateu
desacredita
cita
medita
regurgita
poética
cética
tua
ética
patética
anti
ateia
trava
tudo
turva
túnel
até
tem
gente
crente
tolerante
inocente
taco
tiro
certo
mente
demente
tio
tia
parente
tiro
da frente
teia
tecido
texto
testa
tino
desatino
teu
teísmo
atesta
intelecto
ateu
traça
trajeto
reto
torto
até
restar
morto.

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Confissões de Um Abismo
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
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A um citador contumaz de Niezsche: "Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."


Durante muito tempo eu mirei de perto o abismo
E numa falta absoluta de sentimento e de cinismo
Trocamos de lugar durante o resto da eternidade
E eu era agora o abismo e ele a minha perenidade.

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Ausência
(Animal Serenade)
Barata Cichetto

(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
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"Busco um abrigo das tempestades vermelhas quase invisíveis" - Joanna Franko

Ando deprimido e obscuro feito sombra de um burro cansado
Cabisbaixo feito lesma e mal afortunado feito ao feto abortado.
E entre ser a sombra de um asno ou torto igual um desgraçado
Prefiro estar morto, teso e fétido por meus pesadelos derrotado.

Quando desapareci feito sombra, ninguém sentiu falta de mim
E quando morri feito um aborto, ninguém pensou ser meu fim.
Mas já que eu era morto, obscuro e torto, fui sem jamais ter ido
E ninguém lembrou que eu era, então eu fui sem jamais ter sido.

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Anthem
Rush

Know your place in life is where you want to be
Don't let them tell you that you owe it all to me
Keep on looking forward, no use in looking 'round
Hold your head above the crowd and they won't bring you down

Anthem of the heart and anthem of the mind
A funeral dirge for eyes gone blind
We marvel after those who sought
The wonders of the world, wonders of the world
Wonders of the world they wrought

Live for yourself
There's no one else more worth living for
Begging hands and bleeding hearts
Will only cry out for more

Anthem of the heart and anthem of the mind
A funeral dirge for eyes gone blind
We marvel after those who sought
The wonders of the world, wonders of the world
Wonders of the world they wrought

Well, I know they've always told you
Selfishness was wrong
Yet it was for me, not you
I came to write this song

Anthem of the heart and anthem of the mind
A funeral dirge for eyes gone blind
We marvel after those who sought
The wonders of the world, wonders of the world
Wonders of the world they wrought, wrought, wrought


Hino

Saiba que seu lugar na vida é onde você quer estar
Não os deixe falar que você deve tudo pra mim
Continue olhando pra frente, não há porque olhar em volta
Mantenha a sua cabeça longe do chão que eles não vão conseguir te derrubar

Hino do coração e hino da mente
Um canto fúnebre para olhos que não enxergam mais
Nós admiramos aqueles que procuraram
Novas maravilhas no mundo, maravilhas no mundo,
Maravilhas no mundo que eles forjaram

Viva para você mesmo
Não há mais ninguém por quem valha mais viver
Mãos esmoleiras e corações sangrentos
Irão apenas gritar por mais

Hino do coração e hino da mente
Um canto fúnebre para olhos que não enxergam mais
Nós admiramos aqueles que procuraram
Novas maravilhas no mundo, maravilhas no mundo,
Maravilhas no mundo que eles forjaram

Bem, eu sei que sempre te disseram
Que era errado o egoísmo
No entanto, era para mim, não você
Que eu escrevi esta canção

Hino do coração e hino da mente
Um canto fúnebre para olhos que não enxergam mais
Nós admiramos aqueles que procuraram
Novas maravilhas no mundo, maravilhas no mundo,
Maravilhas no mundo que eles forjaram.
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Troco Poesia Por Dinamite
Barata Cichetto
224 Páginas, 111 Poemas
Prefácio: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
Gatos & Alfaces Artesanato de Livros
Arte da Capa: Barata Cichetto sobre radiografia de seu próprio crânio
Contracapa: Nua Estrela
Preço: R$ 40,00 + 10,00 Frete (Brasil)
Pedidos: (11) 9 6358-9727

contato@gatosealfaces.com.br

Sobre Prazeres e Cigarros

Sobre Prazeres e Cigarros
Barata Cichetto
(Publicado no Facebook em 6 de junho de 2015 às 20:32)

Há imensa ciência ao fumar. Ciência perfeita. Pegar o maço e arrebentar o plástico do lacre, feito um hímen, a virgindade de uma dama carente de ser consumida. Não espero compreensão de um cigarro quando o queimo até o fim. Ele não me ama, eu não o amo, apenas eu o consumo até não restar a não ser cinzas. Feito seres humanos que convivem em relações amorosas. Se consomem até não restar senão cinzas. "Das cinzas as cinzas, do pó ao pó", não é isso que está escrito? Meu cigarro queima nos meus lábios e eu o consumo até o fim. E sou consumido por ele, numa antropofagia mutua e consentida. Há delícia e prazer nessa relação antropofágica. Em todas. Eu consumo o cigarro, consumo a fumaça que entra nos meus pulmões e o devoram. Vermes. Malditos. Eu sou o verme que consome a si mesmo. Me devoro e tento me decifrar. Morro sem saber. Sou verme, sou morto ainda vivo e vivo o que respiro. Há ciência no fumar. Há vida no cigarro, quanto possível de haver vida na morte e morte na vida. Esquisito? O que há de esquisito em morrer?


Photo: Fabrizio Ceciliani

Troco Poesia Por Dinamite - Resumo

Troco Poesia Por Dinamite
Barata Cichetto
224 Páginas, 111 Poemas
Prefácio: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
Gatos & Alfaces Artesanato de Livros
Arte da Capa: Barata Cichetto sobre radiografia de seu próprio crânio
Contracapa: Nua Estrela
Preço: R$ 40,00 + 10,00 Frete (Brasil)
Pedidos: (11) 9 6358-9727
contato@gatosealfaces.com.br


02/06/2015

Pacote de Fim de Outono - Gatos & Alfaces

Edição 5 da Gatos & Alfaces + CD da banda Nicotines + livro Troco Poesia Por Dinamite por R$ 60,00 correio grátis para todo o Brasil. E de BRINDE um chaveiro Gatos & Alfaces. Pedidos: barata.cichetto@gmail.com


01/06/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 07

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa  07

Uriah Heep (Demons and Wizards) - Rainbow Demon
Barata Suicida - Lúcifer
Luciferian Light Orchestra - Venus in Flames
Poesia: Barata - Indecências


Jerry Garcia - Sugaree (Studio Version)
Leonard Cohen - The Future
Blues Magoos - (We Ain't Got) Nothing Yet (1967)
Alvaro de Campos - Lisbon Revisited (1923) Rodrigo Alencar

X Japan - Rose of Pain (Live Performance)
La Renga - La Furia De La Bestia Rock
Titãs - Sonifera Ilha
Poesia: Barata - A Lenda da Fada da Foda
(Trilha Sonora: Epsylon - Libertango Metal)

Suzi Quatro - Race Is On

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Indecências
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)
Do livro "Troco Poesia Por Dinamite", 2015

“Temos o direito de esperar decência comum até mesmo de um poeta” - George Orwell. 

E esperam de mim decerto que eu tenha alguma decência
Pois a um poeta imaginam que se tenha alguma clemência
Mas eu que não sou um poeta e muito menos sou decente
Ajo como quem não ama de fato aquilo que deveras sente.

31/03/2014

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A Lenda da Fada da Foda
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)
Do livro "Troco Poesia Por Dinamite", 2015

Há muito tempo surgiu na Terra uma lenda
A respeito da mulher da buceta encantada
Que atraia a todos os machos à sua tenda
E depois da foda se transformava em fada.

E a todos os machos da aldeia a fada comeu
Como Fada da Foda ficou conhecida na região
E mesmo nos arredores com todos ela fodeu
Do rei ao príncipe e do exército toda a legião.

Antigos contam que a Fada tinha bela vagina
E que sua fama não lhe fazia jus a realidade
Pois era ela até mais gostosa que a Messalina
E seu orgasmo uma descarga de eletricidade.

A nenhum homem a fada poupava, a todos fodia
E as mulheres da cidade, desesperadas rezavam
Pela morte da Fada da Foda, oração de covardia
E quando mais a fada fodia, mas a desprezavam.

Chamaram o padre, o prefeito e até o imperador
Achando um jeito de estar livres da Fada da Foda
Mas com todos ela fodeu, sem respeito nem pudor
Afinal foder com ela era o ultimo suspiro da moda.

Até que os machos não comiam, fracos e doentes
E a fada os atraia e devorava como comida animal
Doíam-lhes os ossos, o caralho e caiam os dentes
Até que de inanição todos morriam, livres do mal.

As mulheres ficaram sem machos e sem vida a fada 
Pois as mulheres se rebelaram com a falta de pinto
Com ira a fizeram em pedaços até não sobrar nada
E essa é a história contada inteira do jeito que sinto.

E assim, do jeito dos que gostam de contar histórias
Que a lenda da Fada da Foda e sua buceta nasceu
E ainda hoje em dia aos que sabem de suas glórias
Contam felizes como foi das cinzas que ela renasceu.