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15/06/2017

O Tempo, Essa Prostituta

Anteontem o Tempo parou ao meu lado na calçada. Usava botas de cano alto, minissaia e tinha as belas pernas de fora e um par de bicos pontiagudos saltados pela blusa. Piscou com cílios postiços e me perguntou quanto eu podia pagar. Fui embora pisando firme no concreto da calçada. O Tempo, essa prostituta, me enganou.

Ontem o Tempo parou ao meu lado dentro de um carro importado. Usava roupas caras, vestido discreto, perfume francês e tinha nas mãos uma bolsa cheia de dinheiro. Piscou os faróis e me perguntou quanto eu queria receber. Depois foi embora pisando no acelerador, enquanto eu fiquei parado no asfalto esperando o tempo voltar e me dar outra piscada. Nunca voltou. O Tempo, essa prostituta, me enganou.

Hoje o Tempo ainda para do meu lado. Mas nua, pés descalços e dentes quebrados. E não me pergunta quanto posso pagar ou quanto quero receber. Ainda assim, pisca pra mim, com olhos remelentos e ficamos abraçados e nus, sem esperar mais nada. O Tempo, essa prostituta, sempre me enganou.

Amanhã o Tempo não irá mais parar ao meu lado. Estará inerte, sem respiração. Sem pedir ou perguntar mais nada. Não irá piscar, pois seus olhos estarão cerrados e mortos. O Tempo, essa prostituta, nunca se enganou.

14/06/2017

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