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08/03/2013

Diário de Um Espelho


Diário de Um Espelho
Barata Cichetto
Todas as manhãs olho meu rosto no espelho embaçado
- Olha para o outro lado, estúpido vidro amaldiçoado!
Outro fio branco em minha barba, - caralho, que bosta!
Pois nos meus cabelos brancos o tempo fez sua aposta.

Outras rugas, o amarelado intenso e a pele inchada
"Cale-se, espelho nojento ou lhe parto com a enxada
E ao olhar ao meu rosto, não acho nada engraçado
Pois não vejo graça das misérias de um desgraçado.

E não tenho sanha de maldito ou alma de artista
Não sou o sonho, mas o pesadelo de um monista
Nem augusto nem dos anjos, porco poeta sebento
Pois das chagas sou o pus e das mágoas lazarento.

Nunca fui bom nunca santo, nem do pau nem do oco
Pois qualquer desgraça a mim é sempre muito pouco
Um dia ainda quebro o espelho sem nenhuma piedade
E continuo a olhar meu rosto sem qualquer felicidade.

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