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09/11/2012

Hierophantes


Hierophantes
Luiz Carlos Barata Cichetto

A liberdade existe apenas quando acabam todas as esperanças. A esperança é o que conforma e conforta. E tudo aquilo que conforta e conforma aprisiona, portanto não existe liberdade com esperança. E então, preferes a liberdade à esperança? A esperança nunca morre? E a liberdade? Afinal, sabemos que é a esperança aquela que "não murcha e não cansa, não sucumbe à crença", mas e "eu que vivo atrelado ao desalento, também espero o fim do meu tormento na voz da..." Liberdade “... a me bradar: descansa”? Não existe, portanto, a liberdade senão na morte?  E então, pois que no fundo disso temos conhecimento, porque passamos nossas existências buscando a liberdade e fugindo da morte? Porque então essa busca, porque então essa fuga? Mas eu, eu ainda busco e ainda fujo! E as buscas e as fugas são lutas. Estratégias militares de ataque e defesa. E no fim, tudo se resume a isso: buscas e lutas. Fora isso, somente podemos nos esconder nas trincheiras esperando a guerra acabar... E quando a guerra acaba? Nunca? A liberdade é a desculpa de todas as guerras, e a morte a desculpa de todas as fugas. Liberdade e morte, esperança! 

(Nota: as citações entre aspas são do poema "A Esperança" de Augusto dos Anjos)

2 comentários:

Bell disse...

Isso me da medo....

Luiz Carlos Barata Cichetto disse...

O medo faz parte do processo de liberdade. Medo? Da morte? Ou da liberdade?